27 maio 2021

Quinta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1529


A Mulher Que Fugiu

Título original: Domangchin yeoja (The Woman Who Run)


De: Hong Sang-soo

Com: Kim Minhee, Seo Youngwa, Song Seonmi

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: Coreia do Sul, 2020, 77 min.



SINOPSE

Casada há cinco anos, a jovem Gam-hee nunca esteve longe do marido um dia que fosse. Agora que ele se ausentou numa viagem de negócios para fora de Seul, ela aproveita a ocasião para visitar três grandes amigas que há muito não vê. Cada encontro, assim como a conversa que tem com cada uma das raparigas, vai ter um forte impacto em como Gam-hee vê o seu relacionamento. Isso vai fazê-la reavaliar as escolhas feitas até aqui.


Um filme dramático escrito e realizado pelo aclamado realizador sul-coreano Hong Sang-soo ("Noite e Dia", "Noutro País", "Sítio Certo, História Errada", "O Dia Seguinte") que arrecadou o Urso de Prata de Melhor Realizador no Festival de Cinema de Berlim. Com Kim Min-hee – musa e companheira na vida real de Sang-soo –, a assumir o papel de protagonista. (Fonte: Público)


Prémios e Festivais:

Festival de Berlim 2020 - Urso de Prata para Melhor Realizador (Sang-soo Hong)

Festival de San Sebastián 2020 - Prémio Zabaltegi-Tabakalera

Festival de Mar del Plata 2020 - Seleção Oficial em Competição.

Festival de Nova York 2020 - Seleção Oficial em Competição.



Cinema7arte ★★★★

The Guardian ★★★★

Slant Magazine ★★★



Notas da Crítica:


«De facto uma pequena maravilha.» - Télérama


«Elegant, dryly funny and quietly moving.» - The New York Times


«Kim Min-he, musa do realizador, está deslumbrante.» - Variety


«A movie-novella with a sensational meaning. Could be a criticism of Korean sexual politics, or just a series of different meetings» - The Guardian


«It offers penetrating psychological analysis into its female characters, and a deep well of sympathy for them. It may be a step too far to call Hong a feminist filmmaker, but few men working in film today would be able to rival him on this score.» - Senses of Cinema



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


Para lá da banalidade do quotidiano


“É caso para dizer: o cinema da Coreia do Sul não se esgota no impacto de "Parasitas" — vencedor do Festival de Cannes e dos Óscares referentes a 2019 — nem na obra do seu realizador, Bong Joon Ho. Nada contra esse filme, entenda-se: além do mais, nomeadamente em Hollywood, o seu sucesso abriu importantes formas de divulgação com efeitos positivos no chamado cinema internacional. Seja como for, a questão, agora, é diferente. Ou seja, a estreia de "A Mulher que Fugiu", título que valeu a outro autor coreano, Hong Sang-soo, o Urso de Prata (melhor realização) no Festival de Berlim de 2020 (o último grande certame realizado antes da pandemia). 


De Hong Sang-soo, tinhamos visto nas salas portuguesas, por exemplo, "O Dia Seguinte" (2017), exercício de observação do quotidiano, tanto mais envolvente quanto sabia expor as peculiaridades de um espaço profissional de trabalho. Algo de semelhante se poderá dizer a propósito do novo filme, construído a partir de uma metódica explanação de três momentos protagonizadas pela mesma mulher, Gam-hee, interpretada por Kim Min-hee, presença fetiche na obra de Hong Sang-soo.


Em termos esquemáticos, esta é a crónica dos encontros de Gam-hee com três mulheres que, por diversas razões, estão envolvidas na sua história pessoal. Às singularidades dessas relações soma-se o subtil sistema de ecos que o filme vai instalando — por exemplo, o facto de Gam-hee repetir que, em cinco anos de casamento, nunca passou um dia separada do marido; ou ainda a pontuação da acção por algum ecrã (caseiro ou de uma sala de cinema).


Estamos perante um cinema subtilmente dramático cuja sedução começa no facto de Hong Sang-soo não ceder aos lugares-comuns "psicológicos" que tantas vezes dominam a abordagem da (ambígua) banalidade do quotidiano.”



+Crítica: c7nema, A pala de Walsh, Hoje Vi(vi) Um Filme, Plano Crítico, Cinema7arte, The Guardian, MUBI, Slant Magazine.



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