CINEMA AO AR LIVRE 2019 - 25 junho

Praça dos Forais, São Pedro de Rates | 21h | Entrada Livre

Em parceria com o Agrupamento de Escolas de Rates 
e a Junta de Freguesia de S. Pedro de Rates.


De: Morag Brennan e Steve Harrison

Portugal/Reino Unido · 2017 · Doc · 85’

SINOPSE:
Um filme sobre a Póvoa de Varzim nas décadas de 1950 e 1960, tendo como protagonistas as pessoas da cidade.

O filme começa com a célebre fotografia tirada pela conceituada realizadora Agnès Varda, recém falecida, na sua passagem pela Póvoa de Varzim nos anos 50. Nessa fotografia com Maria do Alívio aos 16 anos, a andar descalça pela Rua das Lavadeiras, debaixo do icónico cartaz publicitário com a diva Sophia Loren, é o pretexto para contar a história de duas Póvoas muito diferentes: a comunidade piscatória e a realidade brutal de um modo de vida tradicional, e a cidade turística e os indivíduos que a começaram a projetar nacionalmente como um concorrido destino de férias.

O filme oferece essa viagem histórica a um mundo que agora está praticamente esquecido, mas também a uma sociedade portuguesa marcada pelo Salazarismo de má recordação. Para o ditador, a Póvoa de Varzim representava um singular repositório de memórias ligadas à heroica gesta marítima, mas também seria o cenário dramático para o confronto entre a ditadura do Estado Novo e o homem que jurou derrubá-lo, o General Humberto Delgado. Este “Conto de Duas Cidades” é contado através de entrevistas de testemunhas oculares, às vezes hilariantes e outras vezes dolorosas, mas sempre inspiradoras e reveladoras.


Notícia:
Maria do Alívio tinha 16 anos quando foi apanhada pela lente de Agnès Varda a passar sob uma imagem de Sophia Loren. Um casal britânico quis saber a sua história e acabou a realizar um filme sobre a dicotomia entre pescadores e turistas.

Rita Neves Costa, in Público, 30/05/2019

Octopus/Free-pass Curtas - Desconto

É sócio do Cineclube Octopus? Vá ao Curtas por apenas 25€.

Os sócios do Cineclube Octopus poderão usufruir de um desconto de 50% na compra do Free-Pass para a 27ª edição do Curtas Vila do Conde, a decorrer entre 06 e 14 de julho.

Por apenas 25€ poderá assistir a todas as sessões do festival, incluindo o programa Stereo (em 2019, Montanhas Azuis + Pedro Maia, Tiago Cutiuleiro + Marta Navarro), o acesso à Videoteca e a 50% de desconto na aquisição do catálogo, na loja do Festival.

Os interessados deverão imprimir e preencher devidamente esta ficha. Depois entregar, procedendo ao pagamento, junto da bilheteira do Cineclube nos dias de sessão até 29 de junho.

27 junho 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1460

Título original: Napszállta

De: Laszló Nemes
Com: Susanne Wuest, Vlad Ivanov, Urs Rechn, Juli Jakab
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: HUN/FRA, 2018, 142 min.


Festival de Veneza - Selecção Oficial
Festival de Toronto - Selecção Oficial

SINOPSE
Hungria, vésperas da Primeira Grande Guerra. Depois de passar a infância num orfanato, a jovem Irisz Leiter regressa a Budapeste empenhada em arranjar emprego como modista na mais elegante fábrica de chapéus da cidade, em tempos propriedade dos próprios pais. Apesar de afastada pelo novo proprietário, que se recusa a contratá-la, não desiste do seu propósito. E, ao buscar pistas sobre o seu passado, vai descobrir segredos inesperados.

Um drama histórico escrito e realizado por László Nemes (autor de "O Filho de Saúl", que venceu o Grande Prémio do Júri e Prémio da Crítica Internacional no Festival de Cannes em 2015, bem como o Óscar e o Globo de Ouro para Melhor Filme Estrangeiro).

“Um filme intrigante e belíssimo”. Jorge Leitão Ramos, Expresso

“Might be some kind of masterpiece.” - John Bleasdale, Cinevue

“Astonishingly beautiful. As harrowing as it is breathtaking.” - M. Nordine, Indiewire




Seleção de Crítica: por Eurico de Barros, in Timeout.pt

[…]
Filmado como O Filho de Saul, com a câmara sempre em cima da personagem principal, seguindo-a por toda a parte como se fosse uma sombra, Anoitecer parece decorrer numa lógica de transe, ou de pesadelo acordado, o que poderia explicar a falta de coerência narrativa, as sucessivas descontinuidades (Irisz tanto está num sítio como no momento seguinte noutro distante) e a opacidade do enredo, que aparentemente se quer simbólico ou alegórico da decadência da aristocracia e da instabilidade política que precipitou o Império Austro-Húngaro, e a Europa, na I Guerra Mundial. 



20 junho 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1459
Título original: Diamantino

De: Gabriel Abrantes, Daniel Schmidt
Com: Carloto Cotta, Cleo Tavares, Anabela Moreira
Género: Comédia, Fantasia
Classificação: M/14
Outros dados: POR, 2018, 96 min.


Cannes 2018 - Prémio da Crítica


SINOPSE
Diamantino, exímio jogador de futebol, é uma estrela mundial conhecida não só pelo seu talento, mas também por dois ingredientes que se misturam em doses iguais: ingenuidade e ignorância. Um dia, depois de um episódio que o deixa profundamente abalado, perde a desenvoltura em campo e vê a sua carreira terminar abruptamente. É assim que, em busca de um novo propósito para a vida, se depara com assuntos sobre os quais nunca antes tinha refetido – entre eles, a crise dos refugiados, o neofascismo e a manipulação genética.

Estreado no Festival de Cinema de Cannes, onde arrecadou o Grande Prémio da Semana da Crítica e o Palm Dog Award (melhor actuação canina num filme), uma comédia dramática com a assinatura de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt.





13 junho 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1458
Título original: Ahlat Agaci

De: Nuri Bilge Ceylan
Com: Dogu Demirkol, Murat Cemcir, Bennu Yildirimlar, Hazar Ergüçlü
Género: Drama
Classificação: M/14
Outros dados: ALE/Bósnia/Turquia/SUE/FRA/Macedónia, 2018, 188 min.


SINOPSE
Apaixonado por literatura, Sinan está disposto a fazer o que estiver ao seu alcance para ser um escritor de sucesso. Quando, após terminar o curso universitário, regressa à pequena cidade turca onde nasceu, decide que será ali que o seu sonho se tornará realidade. Porém, para pagar uma dívida do pai, destruído pelo vício do jogo, vai ver o seu sonho adiado uma vez mais.

Em competição no Festival de Cinema de Cannes, um drama familiar da autoria do turco Nuri Bilge Ceylan, cujo currículo em Cannes é assinalável: Grande Prémio em 2003 e em 2011 por "Uzak" e "Era Uma Vez na Anatólia", respetivamente; Prémio de Realização em 2008 por "Os Três Macacos"; e Palma de Ouro em 2014 por "Sono de Inverno".

“Um filme delicado, humano, belo e magnificamente interpretado.” - THE GUARDIAN ★★★★★

“Um filme de uma beleza plástica quase desconcertante.” - LIBÉRATION ★★★★★

“Um filme-a-fluir que investiga cuidadosamente a alma humana num cenário de paisagens de uma beleza de tirar o fôlego.” - LES INROCKUPTIBLES ★★★★




Seleção de Crítica: por Eurico de Barros, in Timeout.pt

Só mesmo um grande realizador pode pegar numa situação tão banal, tão batida, como um beijo entre um homem e uma mulher sob um ramo de árvore agitado pelo vento, e filmá-la como se fosse nova. O turco Nuri Bilge Ceylan fá-lo no seu filme mais recente, A Pereira Brava, ao mesmo tempo que reitera o seu notável talento visual, o sentido da imagem inédita e da beleza plástica que arrebata, associados à capacidade de transmitir sentimentos e estados de espírito através da paisagem e dos elementos. Nos seus filmes – e isso acontece aqui de novo – a neve não é só um mero fenómeno meteorológico. É também um sinal exterior do que vai por dentro das personagens, um correlativo de uma situação emocional e anímica específica. 

[…] A Pereira Brava é um filme mais tagarela que o habitual em Ceylan (até se fala em religião e em política), mas nem por isso ele abdica dos seus longos silêncios, da sua natureza contemplativa e da atenção à paisagem. E toda a beleza e emoção contidas na surpreendente sequência final entre pai e filho, coroam de forma admirável um filme com mais de três horas que nunca exasperam ou pesam no espectador.



06 junho 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1457
Título original: Us

De: Jordan Peele
Com: Anna Diop, Elisabeth Moss, Lupita Nyong'o
Género: Terror
Classificação: M/16
Outros dados: EUA, 2019, 120 min.

SINOPSE
Para escapar à agitação do dia a dia, Adelaide e Gabe Wilson levam os dois filhos para uns dias tranquilos numa casa de praia em Santa Cruz, Califórnia. Tudo corre como o previsto até, numa noite, receberem a visita de quatro pessoas que, para seu espanto e horror, são a cópia exacta de cada um deles. Esses duplos são idênticos a si na aparência, mas também na forma de pensar. E o mais terrível de tudo isso é que estão ali com um único propósito: acabar com as suas vidas.

Um "thriller" psicológico produzido, escrito e realizado por Jordan Peele, depois do enorme sucesso do oscarizado "Foge" (2017). 


Jordan Peele’s “Us” Is a Colossal Cinematic Achievement. NEW YORKER

Se "Foge" é dirigido aos anos de Barack Obama e à esperança promissora de Hillary Clinton, "Nósvisa sobretudo Donald Trump e o seu lema “Make America Great Again”. À PALA DE WALSH



Seleção de Crítica: por João Lopes, in Diário de Notícias

Cinema de terror? É, hoje em dia, um espaço em que se cruza a experimentação mais interessante com a rotina mais banal. E podemos ter a certeza que o americano Jordan Peele se distingue por uma aversão a clichés que, no limite, o leva a desafiar os nossos pressupostos de espetadores.

Porque é que o novo filme de Jordan Peele se chama Nós? A pergunta tem tanto de rudimentar como de sugestivo. E é, obviamente, motivada. Não precisamos de a recobrir com qualquer mistério mais ou menos esotérico.
[…]
Não se trata, entenda-se, de incluir Nós na hiper-abundância de filmes de terror que tomou conta de uma parte significativa do mercado. Jordan Peele será tudo o que se quiser, menos um funcionário de qualquer formatação de qualquer género. Já o sabíamos, claro, através da sua primeira longa-metragem, Foge (2017), brilhante parábola sobre a coexistência de negros e brancos na América contemporânea (que lhe valeu um Óscar de melhor argumento original).
[…]
Somos confrontados com uma série de peripécias (muitas e surpreendentes!) que vão adensar e, por fim, "explicar" todo este jogo de duplos mais ou menos fantasmáticos…
[…]
Que medos são esses? A resposta a tal pergunta está longe de ser automática. Em boa verdade, envolve as dúvidas e perplexidades que ecoam na filosofia existencial que atravessa um filme como Nós. Porquê? Porque Jordan Peele coloca em cena o assombramento que habita a própria comunidade em que tudo acontece. Como se os indivíduos e as famílias deparassem com a indizível perturbação de não se reconhecerem nos seus vizinhos e semelhantes...

Enfim, não será necessário relembrar que, do "western" clássico a algumas aventuras inter-galácticas, tal perturbação atravessa toda a cultura cinematográfica americana. Aliás, para os mais dados a especulações simbólicas, também não será preciso referir que o título original do filme, Us, reproduz as duas primeiras iniciais de um país que se construiu a partir da utopia da união perfeita das suas comunidades, isto é, dos seus "United States".