Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1533
Título original: Minari
De: Lee Isaac Chung
Com: Steve Yeun, Alan Kim, Yeri Han, Noel Kate Cho
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: EUA, 2020, 115 min.
SINOPSE
Década de 1980. David, de sete anos, muda-se com os pais, imigrantes sul-coreanos, para uma zona rural do Arkansas. A vida ali é difícil e os pais arriscam todas as poupanças ao tentar criar uma quinta em solo inexplorado. Perante tanta imprevisibilidade, será a chegada da avó Soonja, uma pessoa muito peculiar, a ajudar David a adaptar-se àquele lugar.
Um drama semibiográfico sobre o “sonho americano”, escrito e realizado pelo americano de ascendência coreana Lee Isaac Chung (“Munyurangabo”, “Lucky Life”, “Abigail Harm”). (Fonte: CineCartaz)
Prémios e Festivais:
ÓSCARES 2021: Vencedor de Melhor Atriz Secundária entre 6 nomeações: Melhor Filme, Realização, Melhor Ator (Steve Yeun), Argumento Original, Banda Sonora.
BAFTA 2021: Vencedor de Melhor Atriz Secundária entre 6 nomeações: Filme Língua Não Inglesa, Realização, Ator Secundário (Alan S. Kim), Banda Sonora e Elenco.
Ind. Spirit Awards: Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Edição, Melhor Fotografia
Golden Globes 2021: Vencedor de Melhor Filme e Melhor Realização
Festival de Sundance 2020 - Grande Prémio do Júri e Prémio do Público
Critics’ Choice Awards: Prémio de Melhor Jovem Ator para Alan Kim, de oito anos
Independent ★★★★★
The Guardian ★★★★
Plano Crítico ★★★★
c7nema ★★★★
Público ★★★
Notas da Crítica:
«De uma rara beleza ... imperdível.» - Entertainment Weekly
«Vai partir-vos o coração para depois juntar os pedaços e reconstruí-lo mais forte do que antes.» - The Boston Globe
«É um ótimo filme, inteligente, subtil, quase sem drama, quase sem “tema”, que nos deixa — e vai sendo uma raridade — a sós com o cinema.» - Público
«Simplicidade é a força de drama sobre família coreana à procura do sonho americano» - Hugo Gomes, Sapo Mag
«Minari is a story of the American Dream. But Chung's brilliance is in how he adds depth and complexity to those foundational ideas - it's in the spaces in between that we find love, loss, hope, and regret.» - Independent
Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.
Realismo americano, realismo sul-coreano
“Convenhamos que o mundo global em que vivemos (ou imaginamos viver) relançou um cliché narrativo: cada história que se conta nasce, ou pode nascer, das "diferenças" culturais entre os protagonistas e o contexto em que evoluem... Dito de outro modo: o "elogio da diferença" está em todos os discursos, dos mais ousados aos mais conformistas.
Convenhamos também que "Minari" merece o benefício da dúvida. Mais do que isso: o filme realizado pelo americano, de ascendência sul-coreana, Lee Isaac Chung nasce de um real e sincero empenho em não reduzir as personagens a estereótipos ou as situações a simbologias esquemáticas — e para tal não será indiferente, por certo, o facto de este ser um projecto que integra algumas componentes autobiográficas.
A história da família da Coreia do Sul que se instala numa zona rural do Arkansas, corria o ano de 1983, com Ronald Reagan na presidência dos EUA, existe, assim, como uma colagem de momentos de delicado realismo. A sua envolvência é tanto maior quanto tudo decorre, não de abstracções "temáticas", mas de questões práticas muito simples: como equilibrar o trabalho na fábrica com as tarefas caseiras, onde escavar um poço para ter água para as plantações...
No seu controlado minimalismo, o olhar de Lee Isaac Chung possui uma crença fundamental: são os actores (entenda-se: as personagens) que definem a ambiência de cada cena. E todos se distinguem pela singularidade da sua presença, a começar pelo pequeno Alan Kim, muito longe de qualquer caracterização pitoresca da infância. Sem esquecer, claro, os intérpretes dos pais, Han Ye-ri e Steven Yeun (nosso conhecido de "The Walking Dead"), e a veterana Yuh-Jung Youn, distinguida com o Oscar de melhor actriz secundária.”
+Crítica: c7nema, Hoje Vi(vi) Um Filme, Público, MagSapo, Plano Crítico, Independent, The Guardian, RogerEbert.