06 maio 2021

Quinta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1526


O Ninho

Título original: The Nest


De: Sean Durkin

Com: Jude Law, Carrie Coon, Anne Reid, Charlie Shotwell

Género: Drama

Classificação: M/14

Outros dados: GB/CAN, 2020, 107 min.




SINOPSE

Ano de 1984. Depois de muito tempo a viver nos EUA, Rory O'Hara (Jude Law) regressa à sua Inglaterra natal com Allison (Carrie Coon), a mulher, e os dois filhos de ambos. A ideia é aproveitar a conjuntura económica favorável. Apesar da beleza da mansão que se tornou sua casa e de toda a elegância que os rodeia, a mudança faz Allison sentir-se desamparada e só. Isso vai dar origem a um distanciamento entre eles, abrindo fissuras na relação, e criar um clima de hostilidade crescente entre todos os elementos da família.


Estreado internacionalmente no Festival de Cinema de Sundance, um "thriller" psicológico escrito, produzido e realizado por Sean Durkin, vencedor em Cannes do Prémio Regards Jeune com "Martha Marcy May Marlene" (2011).  (Fonte: Público)



Prémios e Festivais:

Festival de Sundance - competição oficial

Festival de Deauville - Vencedor do Grande Prémio do Júri e do Prémio da Crítica



Roger Ebert ★★★★

c7nema ★★★★

Público ★★★



Notas da Crítica:


«Um drama elegante e misterioso.» - Indiewire


«Durkin is a master of tone, and 'The Nest' is another finely calibrated mood piece.» - Time Out


«Por um lado, há o deslumbramento do sonho americano, do sucesso e do dinheiro, da rápida ascensão social, por outro lado há o desconforto face ao old money, face a um mundo aristocrata inacessível.» - A pala de Walsh



Seleção de crítica: por José Vieira Mendes, no Magazine HD.


“Casa nova, velhos traumas. Em ‘O Ninho’, o novo filme de Sean Durkin, conta como uma mudança de residência de Nova Iorque para Londres altera o equilíbrio instável e a vida de uma família aparentemente normal. ‘O Ninho’ é sem dúvida um dos melhores filmes do ano.


‘O Ninho’ é o segundo filme de Sean Durkin, o realizador que escreveu e dirigiu o fabuloso thriller ‘Martha Marcy May Marlene’ (2011), revelado tal como este último no Festival de Sundance. E esta longa espera por ‘O Ninho’ não desiludiu, nem quebrou de forma nenhuma as expectativas em relação ao primeiro de Durkin. Antes pelo contrário. Contudo, em contraste com a subjetividade onírica e algo fantástica de ‘Martha Marcy May Marlene’, este ‘O Ninho’ é antes um estudo observacional, frio e realista sobre uma família da era Reagan-Thatcher, nos anos 80, dividida pelas ambições e megalomania, questões de nacionalidade e culturas, relação com os filhos, parentesco e laços de sangue e por último traumas do passado. A família acaba por ceder a um estilo de vida inacessível e a um isolamento cada vez maior, à medida que se aproxima de um colapso aparentemente inevitável.


Há uma cena terrivelmente marcante, de uma impressionante frieza, — é notável a interpretação de Jude Law — quando Rory sem grande sucesso tenta convencer a sua velha e distante mãe (Anne Reid) a conhecer seu neto, agora com 10 anos. Tecnicamente ‘O Ninho’ é um filme severo, — Durkin trabalhou com o director de fotografia Mátyás Erdély — mas incontestável belo, desde a banda-sonora em fundo que marca uma época, aos planos cuidadosamente paralelos de Law acordando carinhosamente todos os dias Coon, nas duas casas; até aos sofás, que sutilmente significam o conforto de um ‘ninho’, às refeições em família, sobretudo  os pequenos almoços no início e no fim do filme. Se a escrita de Durkin nem sempre corresponde ao seu exímio talento formal, ‘O Ninho’ tem uma economia de meios estimulante e inteligente, amontoando-se em locais apertados, o que dá também uma sensação envolvente para o bem e para o mal. Em última análise, ‘O Ninho’ é um filme que trata de amor, e de como, apesar das imperfeições, muitas vezes continuamos a amarmos, mesmo que um dia cada um vá para seu lado. E curiosamente é isso mesmo que fica em aberto no filme. Sóbrio e subtil  é sem dúvida um dos melhores filmes do ano, que sem ser pesado é difícil deixar de pensar nele.”





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