09 setembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1542


Colectiv - Um Caso de Corrupção

Título original: Colectiv


De: Alexander Nanau

Género: Documentário

Classificação: M/14

Outros dados: LUX/ALE/ROM, 2019, Cores, 109 min.


SINOPSE

No dia 30 de outubro de 2015, em Bucareste (Roménia), durante um concerto de uma banda de rock, um incêndio de grandes proporções causou a morte a dezenas de pessoas, deixando quase duas centenas feridas, muitas delas em estado grave. Este filme, escrito, produzido e realizado pelo cineasta Alexander Nanau, revela a investigação de um grupo de jornalistas que deu a conhecer uma série de falecimentos, dias depois, de pessoas hospitalizadas com ferimentos não considerados fatais. O que eles provaram foi que essas mortes resultaram de um enorme esquema de fraude no sistema nacional de saúde romeno e de várias instituições do Estado. 


Estreado no Festival de Cinema de Veneza, “Colectiv - Um Caso de Corrupção”, foi nomeado para o Óscar de melhor documentário e recebeu o LUX Prémio do Público de cinema 2021, uma distinção atribuída pelo Parlamento Europeu em parceria com a European Film Academy, a Comissão Europeia e a rede Europa Cinemas. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Óscares 2021 - Nomeado para Melhor Documentário e Melhor Filme Internacional

Basta 2021 - Nomeado para Melhor Documentário

Festival de Veneza em 2020 - seleção oficial

European Film Academy 2020 - Melhor Documentário

LUX 2021 - Prémio do Público


Rotten Tomatoes - Classificação: 99%

IMDB Metascrore - 95


Time Out ★★★★★

Observador ★★★★★

Empire ★★★★

Film Comment ★★★★

RogerEbert ★★★★

Público ★★★



Notas da Crítica:


«Uma verdadeira obra de arte» - Rolling Stone


«Um dos melhores filmes sobre jornalismo alguma vez feito» - Indiewire


«De vez em quando aparece um documentário que não se limita a abrir-nos os olhos: despedaça-nos. Este é verdadeiramente um filme dos nossos tempos.» - Variety


«Collective is absolutely essential viewing.» - South China Morning Post 


«Um dos documentários mais falados dos últimos meses, é um thriller seco em tom de filme político cruzado de serviço público.» - Jorge Mourinha, Público 



Seleção de crítica: por Inês Moreira Santos, no Hoje Vi(vi) um Filme.


Uma arma pela verdade e pela humanidade


“Directamente da Roménia, Collective é um documentário que expõe as fraquezas e pecados de um Estado corrupto e doente. O realizador Alexander Nanau leva-nos aos bastidores da política e de uma investigação jornalística na sequência de um caso arrepiante.


O filme recupera a história do incêndio na discoteca Colectiv de Bucareste, em 2015, que provocou 27 mortos e 180 feridos. Após o incêndio, várias vítimas de queimaduras começaram a morrer nos hospitais por feridas que não eram fatais. Collective acompanha a equipa de jornalistas de investigação do Gazeta Sporturilor que revela uma fraude no sistema de saúde da Roménia, que enriqueceu empresários e políticos, ao mesmo tempo que provocava a morte a cidadãos inocentes.


Um jornal desportivo desenvolve uma grande investigação em torno das falhas dos hospitais públicos romenos, após a tragédia da discoteca Colectiv. Nem os jornalistas, nem nós espectadores, imaginávamos o que viriam a descobrir. O realizador Alexander Nanau acompanha de perto o trabalho dos três jornalistas na redacção, pesquisa, conferências de imprensa, reuniões e telefonemas com fontes, com acesso privilegiado à informação e às imagens e testemunhos chocantes que se vão reunindo. Se, por um lado, Nanau consegue a confiança dos jornalistas, também do outro lado da barricada as portas se abrem, quando o novo ministro da saúde - o tecnocrata Vlad Voiculescu - toma posse. Entre os dois lados, cruzam-se também os sobreviventes da tragédia e os familiares das vítimas, que só querem que nada disto volte a acontecer.


À medida que a investigação se desenrola, mais inacreditável a realidade se torna, com subornos, um aparente suicídio, pressão de todas as facções da sociedade, ameaças e revelações cada vez mais macabras e decadentes. Os esforços dos jornalistas e do novo ministro da saúde - que lutam contra um sistema de saúde e político corrompido e sem humanidade a todos os níveis - parecem minados por sensacionalismo e uma oposição a jogar ao ataque.


O documentário de Alexander Nanau regista intimamente cada passo e expõe-no ao mundo com seriedade e crueza. Collective é ele próprio a desconstrução da podridão de um sistema que coloca o dinheiro acima da vida - sem vergonha nem remorsos -; é uma arma pela verdade e pela humanidade.”



+Crítica: Diário de Notícias, c7nema, CinemaxRTP, Visão, Público, Observador, Rolling Stone, RogerEbert, Sight & Sound.



02 setembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1541


First Cow - A Primeira Vaca da América

Título original: First Cow


De: Kelly Reichardt

Com: Alia Shawkat, John Magaro, Dylan Smith, Ryan Findley

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: EUA, 2019, Cores, 122 min.


SINOPSE

Oregon (EUA), início do século XIX. Cookie é contratado como cozinheiro por um grupo de caçadores. Com o tempo, torna-se amigo de King-Lu, um rapaz chinês que, tal como ele, cresceu na pobreza sem nunca perder a esperança numa vida melhor. Certo dia, os dois têm uma ideia de negócio que pode mudar as suas vidas: vender biscoitos. A sociedade torna-se um grande sucesso, com as vendas a aumentar de dia para dia. Mas o risco é elevado, pois implica ir todas as noites roubar o leite da única vaca que ali existe e que, por acaso, é propriedade de um homem rude e pouco dado à generosidade.


Uma história dramática filmada por Kelly Reichardt (“Old Joy”, “O Atalho”, “Wendy e Lucy”), que adapta a obra “The Half Life”, escrita por Jonathan Raymond, seu colaborador habitual, que também assina o argumento. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Festival de Berlim em 2020 - seleção oficial

Festival de Deauville - Prémio do Júri

Festival de Gijón - Melhor Filme


The 10 Best Movies of 2020 - Time Magazine


Rotten Tomatoes - Classificação: 96%

IMDB Metascrore - 89


The Telegraph ★★★★★

The Guardian ★★★★★

The Observer ★★★★

The Times ★★★★

RogerEbert ★★★★

Público ★★★★



Notas da Crítica:


«Too lovely for words» - The Wall Street Journal


«Um dos maiores filmes americanos dos últimos tempos» - Expresso


«It’s proof that Reichardt is one of the most exciting American filmmakers working today. (…) The best you're likely to see all year — full stop.» - Rolling Stone


«A fable, a western, a buddy picture and a masterpiece. Wondrous. The pleasures of First Cow are deep and substantial.» - The New York Times


«A marvelous, delightful, and deeply moving tale of friendship and the American Dream.» - Los Angeles Times 


«An astonishing masterwork of cinema. This heartwarming story of friendship on the American frontier is one of the best films of the year.» - The Atlantic


«Extraordinary. First Cow is a work of great beauty, a mythological vision of a younger America where humans strive for kindness and connection.» - Time Magazine



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


O "western" sem a mitologia


“EUA, Oregon, 1820: Otis Figowitz (John Magaro), cozinheiro, é uma figura mais ou menos anónima das convulsões de um país em expansão para Oeste; King-Lu (Orion Lee), chinês, fugido a grupo de russos, também ele especialmente dotado para a culinária, faz amizade com Otis; acabam por inventar a receita de um bolo para cuja confecção é essencial o leite que vão roubando a uma vaca de um rico proprietário... 


A sinopse poderá fazer pensar numa comédia mais ou menos burlesca, o que, em boa verdade, não será estranho a alguns momentos de "First Cow" (entre nós chamado "A Primeira Vaca da América"). De qualquer modo, a pouco e pouco, vai-se impondo um tom de assombramento trágico — mesmo quando "nada" parece acontecer, há nuvens de ameaça que instalam uma incontornável inquietação... 


Estamos, afinal, perante um "western" virado do avesso. Desde logo, porque as noções tradicionais de heroísmo e aventura parecem exteriores a tudo o que aqui acontece. Depois, porque o próprio conceito clássico de protagonismo está posto em causa — dir-se-ia que "First Cow" é uma ode a todas as personagens esquecidas da mitologia do Oeste, como se se tratasse de refazer a própria memória do Oeste segundo Hollywood. 


Nada que seja estranho, afinal, à lógica da obra da realizadora Kelly Reichardt, inclusive no domínio do "western" — recordemos o seu "Meek's Cutoff/O Atalho", também um objeto estranho cuja sedução nascia da singularidade histórica e simbólica das suas personagens. É bem verdade que, como muitos filmes contemporâneos "de tese", "First Cow" nasce de um determinismo ideológico instalado desde a cena de abertura; mas não é menos verdade que, em tempo de super-heróis, é simpático que alguém nos venha libertar dos esterótipos correntes da aventura.”



+Crítica: Expresso, À pala de Walsh, Público, Hoje Vi(vi) um Filme, Sight & Sound, The Guardian, UK Film Review, RogerEbert.



26 agosto 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1540


Quo Vadis, Aida?

Título original: Quo Vadis, Aida?


De: Jasmila Zbanic

Com: Jasna Djuricic, Izudin Bajrovic, Boris Ler

Género: Drama, Histórico, Guerra

Classificação: M/14

Outros dados: NOR/ALE/ROM/POL/HOL/FRA/Bósnia/Áustria/Turquia, 2020, 101 min.



SINOPSE

Bósnia, Julho de 1995. Aida Selmanagić (Jasna Djuricic) trabalha como tradutora para a ONU em Srebrenica. Quando uma unidade do Exército da República Sérvia ocupa a região, até aí considerada uma área de segurança sob a proteção das Nações Unidas, ela vê a própria família entre os milhares de pessoas que procuram proteção nos campos de refugiados. Como está presente em reuniões das equipas de manutenção de paz, Aida tem acesso a informações desanimadoras. Desesperada, tenta fazer o que pode para ajudar a comunidade e ainda mais para salvar os seus.


Em competição no Festival de Cinema de Veneza e nomeado para o Óscar de melhor filme internacional, um drama de guerra com assinatura de Jasmila Žbanić – responsável por “Filha da Guerra”, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, também sobre a Guerra dos Balcãs. A história, apesar de ficcional, tem como pano de fundo o massacre de Srebrenica quando, entre os dias 11 e 25 de julho de 1995, mais de 8300 bósnios muçulmanos (principalmente homens e rapazes) foram assassinados. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Óscares 2021 - Nomeado para Melhor Filme Internacional

Basta 2021 - Melhor Realizador e Filme de língua não inglesa

Festival de Veneza em 2020 - seleção oficial


Rotten Tomatoes - Classificação: 100%

IMDB Metascrore - 97


The New York Times ★★★★★

The Guardian ★★★★★

The Playlist ★★★★★ 

CineVue ★★★★★

Variety ★★★★★

IndieWire ★★★★★

Notas da Crítica:


«Uma obra de arte vital.» - IndieWire


«Deeply compelling, harrowing, and heartbreaking» - Variety


«Jasmila Zbanic cria um ambiente tenso e inquietante, sem violência gráfica. A realizadora joga com as emoções e provoca a indignação da plateia sem mostrar as atrocidades - tudo está presente a um nível mais profundo e subentendido.» - Inês Moreira Santos, Hoje Vi(vi) um Filme 


«’Quo Vadis, Aida?’ mostra os horrores do genocídio e a inação criminosa das Nações Unidas durante a Guerra Bósnia dos anos 90. Este devastador feito cinematográfico representa a Bósnia e Herzegovina na competição dos Óscares. A obra está entre os cinco nomeados na categoria de Melhor Filme Internacional e é, quiçá, o único concorrente capaz de destronar o favorito, ‘Druk’.» - Magazine-HD



Seleção de crítica: por Inês Moreira Santos, no Hoje Vi(vi) um Filme.


“Em Quo Vadis, Aida?, a realizadora Jasmila Zbanic recupera, 25 anos depois, o Massacre de Srebrenica, durante a Guerra da Bósnia, que matou cerca de 8000 homens e rapazes bósnios de origem muçulmana. 


Se, por um lado, o filme é o drama de uma tradutora da ONU que quer salvar a sua família, por outro, é uma crítica feroz aos responsáveis pelo genocídio, bem como à incapacidade das Nações Unidas de evitar tamanha tragédia.


Aida é mediadora naquela torre de babel improvisada. São poucos os que falam as duas línguas e a correria constante da protagonista faz-nos conhecer todos os cantos às instalações que acolhem alguns dos refugiados que fogem da violência - mas são muitos mais os que ficam ao portão. Tomada pelo desespero de salvar marido e filhos e colocá-los junto dela na aparente segurança da ONU, Aida faz o que pode para ajudar à comunicação entre militares e refugiados, traduzindo ordens e perguntas, com as quais muitas vezes não concorda.


A protagonista está rodeada de dilemas, pessoal e profissionalmente, e testemunha de perto os horrores e injustiças que se passam em seu redor. Aida personifica a nossa ira perante a impassividade das Nações Unidas e da comunidade internacional, incapazes de controlar a situação e com pouca vontade de ajudar os capacetes azuis no terreno. A facilidade e frieza com que o General Ratko Mladic controla a situação e define os termos do acordo que condenou milhares de bósnios à morte é revoltante. A zona "segura" da ONU revelou-se fatal para o destino trágico de milhares de refugiados.


Jasmila Zbanic cria um ambiente tenso e inquietante, sem violência gráfica. A realizadora joga com as emoções e provoca a indignação da plateia sem mostrar as atrocidades - tudo está presente a um nível mais profundo e subentendido.


Quo Vadis, Ainda? carrega uma revolta implícita e um apelo à união, contra guerras e genocídios.”



+Crítica: Diário de Notícias, c7nema, Magazine-HD, Público, Cenas de Cinema, CineVue, The Guardian, IndieWire, Variety.



19 agosto 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1539


Sweet Thing - Infância à Deriva

Título original: Sweet Thing


De: Alexandre Rockwell

Com: Lana Rockwell, Nico Rockwell, Will Patton

Género: Drama

Classificação: M/14

Outros dados: EUA, 2020, Cores, 91 min.



SINOPSE

A adolescente Billie e Nico, o seu irmão mais novo, têm problemas em casa do pai, que é alcoólico, e da mãe, que é negligente. Isso leva-os a fugirem e a tentarem encontrar um sítio onde possam estar melhor. É esta a premissa do regresso à realização de Alexandre Rockwell, nome importante do cinema independente norte-americano das décadas de 1980, 1990 e 2000 que já não filmava desde "Little Feet", de 2013. Tal como nesse filme anterior, "Sweet Thing" envolve a família de Rockwell, já que Lana e Nico Rockwell, os protagonistas, são seus filhos, sendo que a mãe, Karyn Parsons, também faz parte do elenco como mãe deles. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Berlim - Melhor Filme Generation Kplus

Festival da Cidade do Quebec - Melhor Filme 


Rotten Tomatoes - Classificação: 95%



Por Quentin Tarantino:


«É um dos mais poderosos novos filmes que vi em anos. Todo o filme tem alma, mas o facto de Alexandre Rockwell ter escolhido filmar em película de 16mm a preto-e-branco, dá-lhe uma essência divina. Mas é a interpretação da sua jovem protagonista Lana Rockwell que nos assombra quando o filme termina. A forma como ela carrega a sua dignidade aos ombros enquanto se movimenta precariamente através da inquietação extenuante que é a sua vida, é como ela transporta o filme e o espectador através do terreno de Rockwell.»



Site Oficial



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


Crónica a preto e branco, fábula a cores...


“Assim vai o cinema independente americano. Aliás, não generalizemos: assim vai um certo cinema independente dos EUA, enraizado na conceção de cada um dos seus projetos como uma aventura singular, por certo irrepetível, quer na sua dimensão técnica, quer enquanto aventura humana. Dito de outro modo: Alexander Rockwell apostou em rodar o seu "Sweet Thing - Infância à Deriva" a preto e branco, com uma câmara de 16mm, porventura assumindo-se como herdeiro das admiráveis convulsões dos anos 60/70 (Cassavetes?).


E, no entanto, há que dizer que este é um objeto nascido de um projeto genuíno, genuinamente familiar. Para retratar os dois irmãos, Billie e Nico, que vivem em ziguezague entre o pai e a mãe, Rockwell entregou os respetivos papéis aos seus filhos, respetivamente Lana e Nico Rockwell; sem esquecer que é a sua mulher, Karyn Parsons, que interpreta a personagem da mãe (com Will Patton, a repetir os tiques de sempre, na figura do pai).


De qualquer modo, "Sweet Thing" não é exatamente o estudo de uma família decomposta, antes uma crónica amarga e doce sobre a diferença entre o desencanto do dia a dia e a ânsia de um mundo alternativo, dir-se-ia um mundo de fábula. Há alguma vibração emocional nesse labirinto, sobretudo através da presença de Lana Rockwell. Para mais, neste caso, com o efeito retórico de algumas imagens a cores servirem para sugerir a vida "sonhada" dos protagonistas...”



+Crítica: MagazineHD-entrvistaMagSapo-Hugo Gomes, Público, RogerEbert, Film Movement, New York Times, Always Good Movies, Variety.



12 agosto 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1538


Um Lugar Silencioso 2

Título original: A Quiet Place Part II


De: John Krasinski

Com: John Krasinski, Cillian Murphy, Emily Blunt

Género: Terror

Classificação: M/14

Outros dados: EUA, 2020, Cores, 97 min.



SINOPSE

Num futuro não muito distante, a Terra foi invadida por perigosas criaturas que, embora cegas, possuem uma audição de extrema sensibilidade. Letais para qualquer ser vivo, caçam através do som. Após a morte do marido, Evelyn esforça-se por sobreviver com os dois filhos adolescentes e a sua bebé recém-nascida. Mas, agora, vão perceber que o seu pior inimigo não são os terríveis seres que os querem caçar, mas sim os humanos que, despojados de qualquer sentimento de compaixão, estão dispostos a tudo para se manterem vivos. 


Sequela do filme com o mesmo nome realizado em 2018, esta história pós-apocalíptica, novamente assinada pelo ator e realizador John Krasinski, tem Emily Blunt (mulher de Krasinski), Millicent Simmonds, Cillian Murphy e Djimon Hounsou como protagonistas. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Hollywood Critics Association - Melhor Atriz- Millicent Simmonds; Melhor Ator Secundário-Cillian Murphy 


Rotten Tomatoes - Classificação: 91%



Notas da Crítica:


«Uma atmosfera de tensão que raramente tira o pé do acelerador» - Rui Pedro Tendinha, Diário de Notícias


«There's plenty to admire about this intelligent and engrossing follow-up.» - Matt Brunson, Creative Loafing


«This sequel continues the distressing viewing experience from the first film where anticipatory noise in itself is unsettling. It's still just as brilliant and clever, making for a satisfying thriller.» - Screen Zealots



Seleção de crítica: por Rui Pedro Tendinha, in Diário de Notícias.


“Guardar tudo para o começo e iniciar uma sequela com o melhor que o original tinha. O arranque desta segunda parte da saga da família Abbott é em si mesmo a lembrança do quão magistral era o primeiro A Quiet Place (2018), porventura o melhor filme de ficção-científica e terror dos últimos anos saído de um grande estúdio de Hollywood. Agora, tudo começa no exato momento em que a pequena cidade americana é atacada pelos extraterrestres exterminadores. Trata-se de uma sequência em que a coreografia do horror é precisa e sinónimo do mais requintado entretenimento emocional: John Krasinski a filmar uma invasão com um peso dramático ancorado no silêncio e no ruído, afinal as coordenadas fundamentais de uma receita de suspense que já no primeiro iria dar às mais elementares regras do suspense mais puro.


Tal como na primeira parte, todo o filme vive da vitalidade de cada sequência de ameaça e na qual se joga sempre a sobrevivência das personagens, frequentemente com o mesmo dispositivo: não fazer barulho e viver num mundo de confinamento. Logo a seguir aos eventos do primeiro filme, os Abbotts deparam-se agora com a presença do vizinho Emmett (Cillian Murphy, sempre intenso), homem traumatizado pela morte de toda a sua família. Estes sobreviventes acabam por se dividir, enquanto alguns ficam para trás, Reagan (Millicent Simmonds, menina surda-muda) e Emmett, graças à canção de Bob Dylan Beyond the Sea, procuram um sinal de esperança de uma possível comunidade que se refugiou numa ilha - supostamente, as criaturas exterminadoras não sabem nadar.


Já sem o efeito de novidade e com algumas situações de confronto algo recicladas segundo um esquema de franquia, Um Lugar Silencioso 2 está bastante aquém dos abalos do primeiro, mesmo quando respeita escrupulosamente essa ideia de "som e fúria". Ainda assim, atinge-se sempre uma atmosfera de tensão que raramente tira o pé do acelerador. Krasinski consegue um pequeno feito: assustar com o mesmo material. É um truque poderoso e engenhoso, tanto mais que aqui chega a ensaiar muitas vezes a peripécia do medo em simultâneo, ou seja, cenas de suspense em paralelo...”



+Crítica: Magazine-HD, MagSapo-Hugo Gomes, Adoro Cinema, Royale With Cheese, RogerEbert, Sight & Sound, MSBreviews.