22 junho 2021 (TERÇA-FEIRA)

Terça-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1532


O Sal das Lágrimas

Título original: Le sel des larmes


De: Philippe Garrel

Com: Logann Antuofermo, Oulaya Amamra, André Wilms

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: FRA, 2020, 100 min.



SINOPSE

Luc, que sempre viveu na província com o pai, candidatou-se à Escola Boulle, uma faculdade de artesanato e artes aplicadas em Paris. É na capital que conhece Djemila, uma jovem com quem tem uma relação fugaz. De regresso a casa, reata com Geneviève, a namorada de juventude. Mas só vai compreender o significado do verdadeiro amor ao cruzar-se com Betsy. E tudo se complica quando Geneviève descobre estar grávida.


Um drama realizado pelo cineasta Philippe Garrel, que segue um argumento escrito por si, por Jean-Claude Carrière e Arlette Langmann. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Berlim: Seleção Oficial para Melhor Filme

Festival de San Sebastian: Seleção Oficial para Melhor Filme

Cahiers du Cinéma: Top 10 dos Melhores Filmes do Ano



Notas da Crítica:


«Philippe Garrel tem a câmara no lugar do coração» - Expresso


«Um poema sobre a inconstância dos sentimentos» - Estadão São Paulo


«The Salt of Tears forecloses feeling for the sake of fantasy» - Slant Mag


«O Sal das Lágrimas é um objeto estética e narrativamente nostálgico, com os alicerces no cinema francês dos anos 60.» - Visão


«Classy-looking French love story that jumps the shark» - The Guardian



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


As muitas cores do preto e branco


“Quando, já há várias décadas, se começou a generalizar a televisão a cores, reforçou-se um tenaz preconceito contra os filmes a preto e branco: seriam incidentes dispensáveis e "descoloridos"... Para lá da ignorância que tal preconceito promove (uma boa metade da história do cinema faz-se a preto e branco), havia e há nele uma cegueira simbólica — como se o preto e branco não pudesse ser também uma paisagem de infinitas nuances.


Belo exemplo disso mesmo é a obra do francês Philippe Garrel. Com algumas poucas excepções, o essencial da sua magnífica filmografia faz-se a preto e branco, com resultados que configuram uma verdadeira arqueologia dos impulsos amorosos dos humanos.


Assim volta a acontecer em "O Sal das Lágrimas", fotografado pelo sempre notável Renato Berta, desenhando o labirinto de um homem (Logann Antuofermo, notável estreante) perdido nas suas relações com três mulheres.


Não se pode dizer que este seja exactamente um cinema "psicológico", mesmo se a mise en scène de Garrel se interessa por todas as nuances afectivas que aproximam e afastam as personagens. Acontece que nada disso contribui para qualquer visão determinista, expondo antes cada ser como um enigma que se adensa para os outros e, no limite, para si próprio.


Por isso mesmo, no mundo de Garrel os lugares em que vivem ou circulam as personagens estão longe de desempenhar qualquer função "decorativa" (nem pscologismo nem decorativismo). Tudo se conjuga de forma orgânica, gerando uma teia de peripécias vividas num microcosmo em permanente ebulição — na sua pequenez e fechamento, pressentimos as tensões globais da própria cidade.”



+Crítica: Expresso, c7nema-entrevista, A pala de Walsh, Time Out, Visão, Revista Cinética, IndieWire.



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