15 outubro 2020

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1513

Surdina (Cine-concerto c/Tó Trips)

Título original: Surdina


De: Rodrigo Areias

Argumento: Valter Hugo Mãe

Com: António Durães, Ângela Marques, Ana Bustorff, Emília Silvestre

Música: Tó Trips

Género: Comédia

Outros dados: POR, 2019, 79 min.



SINOPSE

Num espaço rural, um velho recebe a notícia de que a sua falecida mulher foi vista a fazer compras na feira. Revoltado, pretende esconder-se de todos, despeitado e triste, mas os seus amigos insistem para que não dê ouvidos ao povo e aproveite tal facto para se fortalecer e, quem sabe, casar-se de novo.


Escrita por Valter Hugo Mãe, e música original a cargo de Tó Trips, metade dos Dead Combo, esta comédia de Rodrigo Areias foi rodada e passa-se toda em Guimarães, terra do realizador, responsável pelo "western" "Estrada de Palha".




Para esta SESSÃO ESPECIAL de ANIVERSÁRIO do Cineclube Octopus convidamos o músico Tó Trips (dos Dead Combo), autor da banda sonora original, para a interpretar ao vivo e no decorrer do filme. Ou seja, julgamos que uma experiência diferenciada faz sentido enquadrar com uma data especial, daí apostarmos num CINE-CONCERTO.


Por ter custos acrescidos, decidimos efetuar esta sessão especial com um preço de 6 euros para o público geral e 2 euros para os sócios. (Não há descontos para grupos de SUB20)


Na sequência dos últimos anos, continuamos a estabelecer uma parceria com o Festival 3 a Solo. Nesse sentido, durante esta sessão iremos sortear 4 bilhetes duplos para os dois dias do festival:

16 out. - S.Pedro, Dada Garbeck, Clara Buser

17 out. - Noiserv, MOMO, Pedro Viana




Notas da Crítica:


«Um grito de liberdade sereno e motivador do cinema português» - Hugo Gomes, SapoMag


«Uma história quase romântica nos cenários do centro histórico de Guimarães» - Diário de Notícias



Seleção de crítica: por João Lopes, no Diário de Notícias.


“O título do novo filme de Rodrigo Areias é tão simples quando enigmático: Surdina (a partir de hoje, nas salas de cinema). Isto porque a palavra, pouco usada no nosso quotidiano - transportando uma sugestão algo poética, algo perturbante -, nos remete para qualquer coisa de indecifrável: algo que se cala ou foi calado, um silêncio que se instala na vida de alguém. Algo que não deixa de ter alguma relação com o seu significado musical.


Tudo isso tem a ver, claro, com a história de Isaque (António Durães), um homem que se descobre numa encruzilhada insólita com o seu quê de assombramento: a sua mulher, falecida há alguns anos, terá sido vista a fazer compras... Não é um filme de terror, longe disso, mas também não se apresenta como uma investigação policial. Para Rodrigo Areias, a inesperada aventura emocional de Isaque envolve uma pergunta inesperada: será que ainda é possível filmar romances de personagens anónimas, solitárias, algo marginais e claramente atípicas?


Rodado sobretudo na zona do centro histórico de Guimarães, cidade natal do realizador, Surdina não é um objeto saudosista, mas também não se pode dizer que haja nele qualquer atração pelos sinais do "progresso", seja ele arquitetónico ou tecnológico. As personagens vivem numa espécie de dimensão alternativa que, de modo sugestivo, a sinopse oficial do filme descreve como "um Portugal antigo e recôndito, que afinal existe, apesar de tudo quanto façamos para nos modernizarmos".


Quer o argumento escrito por Valter Hugo Mãe, em particular através da austeridade dos diálogos, quer a música de Tó Trips, romântica "ma non troppo", participam na criação de um universo dramático com tanto de familiar como de misterioso. Isto porque não se trata de reduzir esse país "esquecido" a qualquer forma de pitoresco mais ou menos televisivo. Bem pelo contrário, Surdina é um filme ligado a uma sensibilidade e a um modo de estar em que a vida social não tem nada de virtual, antes acontece através de encontros e desencontros em que cada um, com maior ou menor felicidade, está sempre a reinventar a sua relação com os outros.


Daí também a dificuldade de inserir o trabalho de Rodrigo Areias num género tradicional. Afinal de contas, a sua experiência vai desde a recriação simbólica do "western", em Estrada de Palha (2012), até experiências abstratas como a dessa fascinante curta-metragem que é Pixel Frio (2018). No limite, talvez possamos definir Surdina como um retrato de um Portugal insólito, interior e genuíno, alheio a qualquer normalização turística. Aqui e ali com um toque de contagiante humor.”



+Crítica: DN-entrevista, Visão, Espalha Factos, À pala de Walsh, Público, Cinema7arte.



08 outubro 2020

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1512


O Lago dos Gansos Selvagens

Título original: Nan Fang Che Zhan De Ju Hui


De: Diao Yi'nan

Com: Hu Ge, Kwei Lun-Mei, Liao Fan

Género: Drama, Crime

Classificação: M/16

Outros dados: China, 2019, 113 min.



SINOPSE

Depois de ter sido responsável pela morte de um polícia, Zhou Zenong, líder de um gangue de "motards", depara-se com uma única opção: fugir. O seu caminho vai cruzar-se com Liu Aiai, uma jovem forçada a prostituir-se que tudo fará para recuperar o poder sobre a sua própria vida. A atravessar um momento parecido, eles vão unir-se para escapar aos seus perseguidores, que os seguirão impiedosamente até às margens do Lago dos Gansos Selvagens.


Em competição no Festival de Cinema de Cannes, uma história em ambiência negra com argumento e realização de Diao Yi'nan (também responsável por "Carvão Negro, Gelo Fino", o filme vencedor do Urso de Ouro na 64.ª edição da Berlinale), tido como uma das figuras mais proeminentes do teatro de vanguarda chinês. (Fonte: Público)


Prémios e Festivais:

Festival de Cannes (2019), na seleção oficial

Lisbon & Estoril Film Festival 2019 - seleção oficial



Diário de Notícias ★★★★

Observador ★★★★

Time Out ★★★★

cinema7arte ★★★

RogerEbert ★★★



Notas da Crítica:


«Um filme noir sombrio e perspicazmente realizado» - The Hollywood Reporter


«Uma dramática caça ao fugitivo e um visual surpreendente» - Screen


«Uma mestria de forma extraordinariamente versátil» - Variety


«Um cineasta fundamental»  - Little White Lies


«Um 'thriller' na atmosfera» - Expresso


«a Gorgeously Abstract Crime Drama Rich with Meaning» - The Film Stage



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


Sombras chinesas


“A sugestão de "sombras chinesas" a propósito de um filme policial chinês constitui, por certo, uma associação com o seu quê de automático. Ainda assim, valer a pena acrescentar que, no caso de "O Lago dos Gansos Selvagens", a sua aplicação adquire especial pertinência — desde logo, porque o realizador, Diao Yi'nan, sabe explorar um certo claro/escuro que nos remete para a tradição (ocidental/oriental) do filme "noir"; depois, porque se trata de contar uma história em que os elementos ocultos podem ter tanta, ou mais, importância que a percepção do visível. 


Apresentado na edição de 2019 do Festival de Cannes, com Diao Yi'nan a assumir também as tarefas de argumentista, "O Lago dos Gansos Selvagens" propõe uma abordagem do submundo do crime, muito para além de clichés mediáticos ou ideológicos. A sua miscigenação de referências temáticas e estilísticas talvez não possa ser desligada do facto de estarmos também perante um exemplo sintomático da actual "internacionalização" da produção cinematográfica — esta é uma co-produção com a França, mesmo se tudo o que acompanhamos é visceralmente chinês. 


Porventura exibindo marcas de alguma influência de Quentin Tarantino (ele próprio um discípulo da tradição de géneros de Hollywood, incluindo, justamente, o "noir"), Diao Yi'nan faz o retrato de um homem e uma mulher (Liao Fan e Lun Mei Gwei, ambos excelentes) enredados nos acontecimentos desencadeados por uma morte que, de uma maneira ou de outra, vai abalar o destino de todas as personagens... 


Diao Yi'nan sabe arquitectar uma trama que está longe de se esgotar nas coreografias das situações de confronto mais ou menos violento. A verdadeira acção envolve, aqui, as dinâmicas das relações humanas, num ziguezague tanto mais interessante quanto o filme arrisca numa estrutura não linear, por vezes desconcertante, sempre subtil. Em resumo: ainda bem que, mesmo com limitações (e, neste caso, com um atraso considerável),  o mercado nos vai proporcionando sinais da pluralidade da actual produção da China.”



+Crítica: DN, Time Out, Observador, Público, cinema7arte, Companhia Cinéfila, RogerEbert, Slant Mag.



30 setembro 2020

QUARTA-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1511


Retrato de uma Rapariga em Chamas

Título original: Portrait de la Jeune Fille en Feu


De: Céline Sciamma

Com: Noémie Merlant, Adèle Haenel, Luàna Bajrami

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: FRA, 2019, 121 min.



SINOPSE

França, finais do século XVIII. Marianne (Noémie Merlant) tem como tarefa fazer um retrato de Héloïse (Adèle Haenel), uma jovem aristocrata acabada de sair do convento. A pintura será posteriormente oferecida ao homem a quem ela foi prometida. Inconformada com um casamento que não deseja, Héloïse recusa-se a posar. Por esse motivo, Marianne finge ser sua dama de companhia, absorvendo cada detalhe durante o dia. À noite, em segredo, vai construindo a imagem que retém da jovem noiva. Esses momentos vão criar uma forte intimidade entre as duas, cuja proximidade forçada acaba por se transformar em amor.


Apresentado em competição no Festival de Cinema de Cannes, onde recebeu o prémio de Melhor Argumento e a Queer Palm, um drama histórico escrito e realizado por Céline Sciamma ("Maria-Rapaz", "Bando de Raparigas"). (Fonte: Público)


Prémios e Festivais:

Golden Globe 2020 - nomeado para Melhor Filme de língua estrangeira

Césares 2020 - vencedor de Melhor Fotografia, nomeado para 10 categorias

Cannes 2019- nomeado para Palma de Ouro, vencedor de Melhor argumento e Palma queer 

European Film Awards - Nomeado para 3 categorias, vencedor de Melhor Argumento



RogerEbert ★★★★

Diário de Notícias ★★★★

Observador ★★★★

c7nema.net ★★★★

Expresso ★★★



Notas da Crítica:


«Uma inesquecível e devastadora história de amor» - Indiewire


«Um drama enigmático, sobejamente elegante. Que história de desejo» - The Guardian


«Uma inesquecível e devastadora história de amor»  - Indiewire


«Vencedor do Prémio de Argumento no Festival Cannes, este filme de época de Céline Sciamma é inteligente, elegante e sugestivo, e contidamente erótico.» - Observador




Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


A pintura e a pose, numa palavra, o amor


“Dir-se-ia que entre pintura e cinema sempre existiu um jogo de sedução que já deu origem a filmes tão invulgares como "A Bela Impertinente", de Jacques Rivette, ou "Van Gogh", de Maurice Pialat (ambos franceses, ambos de 1991). No caso de "Retrato da Rapariga em Chamas" — distinguido em Cannes/2019 com o prémio de argumento —, dir-se-ia que a perturbação da pintura começa no seu valor de troca.


Troca de quê? Ou para quê? Pois bem, no sentido de um contrato conjugal: em finais do século XVIII, Marianne chega a uma ilha da Bretanha para pintar o retrato de Héloïse, retrato esse que pode desempenhar um papel decisivo na consumação do casamento de Héloïse. Neste universo de predomínio do masculino, é no espaço do feminino que se decide a verdade dos desejos.


Acontece que nenhuma imagem, a começar pelo retrato de um ser humano, "reproduz" o que quer que seja. A sua figuração envolve sempre um elo, transparente ou inconsciente, entre aquele (ou aquela) que faz pose e aquele (ou aquela) que transforma essa pose em matéria visual. Dito de outro modo: no jogo de olhares que se instala, Marianne e Héloïse são tocadas pelo fogo do amor.


Céline Sciamma é uma cineasta dos enigmas passionais e, mais do que isso, da dimensão mais secreta das identidades sexuais — lembremos o seu magnífico "Tomboy/Maria-Rapaz" (2011). Agora, através do requintado contributo de Noémie Merlant e Adèle Haenel, respectivamente como Marianne e Héloïse, Sciamma encena qualquer "coisa" que escapa às regras correntes das alianças humanas, expondo a dimensão sobre-humana de uma entrega amorosa — cinema do visível, pressentimento do invisível.”



+Crítica: Expresso, À pala de Walsh, c7nema-1, c7nema-2, RogerEbert, Always Good Movies, Sight & Sound.




Aos sócios do Cineclube Octopus





Atendendo à situação pandémica que levou à interrupção da exibição regular do Cineclube Octopus, desde a segunda semana de março até ao final de agosto, a direção do Cineclube Octopus vem por este meio informar que, neste ano de 2020, só se irá requerer o pagamento da habitual quota anual da Associação e de uma quota semestral do Cineclube.


Esta decisão baseia-se no facto de que, até à interrupção na segunda semana de março, tinham decorrido dois meses de exibição de filmes, mais a exibição de um filme da programação de março, e, até ao fim deste ano, serão realizadas sessões durante mais quatro meses, totalizando seis meses de exibição, o que corresponde a um semestre completo.


Assim sendo,


  • Os associados que já tenham procedido ao pagamento da quota anual da Associação e da quota semestral do primeiro semestre do Cineclube, já não terão de efetuar mais nenhum pagamento.
  • Os associados que já tenham efetuado o pagamento da quota anual da Associação e das quotas dos dois semestres do Cineclube, também já não terão de efetuar mais nenhum pagamento, e poderão decidir entre, considerar-se como paga a quota do primeiro semestre do próximo ano, ou, solicitar a devolução do valor de uma quota semestral. Será o associado a decidir como deseja proceder. Sendo que, só em caso de solicitar a devolução do valor de uma das duas quotas semestrais é que terá de comunicar tal facto à direção numa das próximas sessões. A outra possibilidade de resolução efectuar-se-á automaticamente no fim do ano pela direcção, tendo o associado somente que solicitar, no início do próximo ano, a correspondente vinheta.


Esta decisão pode ser revista se até ao fim do ano a evolução da pandemia implicar uma nova suspensão da atividade do Cineclube Octopus.


Cumprimentos cinéfilos,

da direção.

AVISO do Cineclube Octopus

Regras de funcionamento do Cine-Teatro Garrett (resumo)

Contingência no âmbito da pandemia Covid-19




- É obrigatório o uso de máscara em todos os espaços do Cine-Teatro, mantendo-a colocada durante toda a sua permanência no espaço, mesmo durante o visionamento do filme.


Bilheteira e sala abrem às 21h15. Deve-se desinfetar as mãos à entrada.


- Só se pode permanecer na bilheteira/átrio o tempo estritamente necessário à aquisição de ingressos, respeitando as marcas de distanciamento físico fixadas no solo.


- Depois de adquirir os bilhetes, ou, se entra na sala, ou, se dirige ao exterior do Garrett. Deve-se evitar cruzamento de pessoas.


- Existem 3 percursos sinalizados: acesso à bilheteira, acesso à bilheteira e entrada na sala, e acesso direto à sala.


- A entrada na sala será agora efetuada pelo corredor direito (nascente). A saída será sempre pelo corredor esquerdo (poente).


- Os bilhetes têm lugar marcado, sendo obrigatório respeitá-lo.


- Os lugares estarão dispostos por lugar sim, lugar não, desfasados dos da fila seguinte e da anterior. A disposição geral dos lugares será em “xadrez”.


Não haverá lugares contíguos, mesmo para coabitantes ou familiares, ou qualquer outra relação pessoal.


- A sala terá a capacidade reduzida para aproximadamente metade dos lugares, continuando disponíveis a plateia e o balcão.


Depois de começar o filme não é permitida a entrada na sala (sem exceções). Por essa razão, recomendamos a compra antecipada de bilhetes sempre que possível, para não acumular a fila da bilheteira em cima da hora da sessão.


Não haverá intervalo nas sessões.


- Em caso de necessidade, é possível sair do respetivo lugar no decorrer da sessão.


- Só poderão estar três pessoas de cada vez nos sanitários.


- A saída dos espetadores no final do filme só após a comunicação sonora e a abertura das luzes. Será efetuada fila a fila, e por ordem de baixo (primeiras filas) para cima (últimas filas).


- No final da sessão todos os espetadores têm obrigatoriamente que abandonar o edifício, não sendo possível permanecerem no átrio e/ou deslocarem-se à bilheteira.


- Antes de cada sessão, o Garrett efetua uma desinfeção geral da sala através de um processo de nebulização amolgado pela DGS.



Estas medidas são excecionais e temporárias.

É uma resposta à pandemia da doença COVID-19 no âmbito cultural e artístico.

É também um resumo dos procedimentos gerais a serem adotados para a reabertura com o máximo de condições de segurança para todos os intervenientes, tendo como linhas orientadoras a Lei n.º 19/2020 de 29 de Maio, a Orientação 006/2020 de 26/02/2020 e a Orientação 028/2020 de 28/05/2020 da Direcção-Geral da Saúde, bem como todas as condicionantes estruturais inerentes ao espaço físico do Cine-Teatro Garrett.



A aconselhada aquisição prévia de bilhete pode ser efetuada das seguintes formas:

- no Cine-teatro durante o horário de funcionamento

(ter a sex: 10:30 - 12:30 / 14.30 - 17:30 - sab: 15:30 - 17:30)

- reserva por telefone (252 090 210)

- reserva por email (cine-teatrogarrett@cm-pvarzim.pt)