14 janeiro 2021

Quinta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1525


Ema

Título original: Ema


De: Pablo Larraín

Com: Mariana Di Girolamo, Gael García Bernal, Santiago Cabrera, Paola Giannini

Género: Drama, Musical

Classificação: M/16

Outros dados: Chile, 2019, 107 min.



SINOPSE

Os pais adotivos Ema e Gastón são espíritos livres artísticos, num grupo de dança experimental, cujas vidas são lançadas para o caos quando o filho, Polo, se envolve num acidente muito violento. Com o casamento a desabar por causa da decisão de abandonar o filho, Ema embarca numa odisseia de libertação e auto-descoberta, enquanto dança e seduz a caminho de uma ousada nova vida. Centrado na sinuosa e eletrificante arte da dança reggaeton, EMA é um retrato de uma jovem em chamas, a história de um temperamento artístico obrigado a lutar contra a pressão da sociedade e a necessidade de se conformar. 


Do realizador de excelência Pablo Larraín (JACKIE, NERUDA) vem outra exumação psicologicamente sagaz da vida latino-americana sob restrições, com uma heroína inesquecível que está determinada a viver livremente no mundo, enquanto eletrifica todos e tudo à sua volta.


Prémios e Festivais:

Festival de Veneza - competição oficial e Prémio UNIMED para Pablo Larraín

Festival de Miami - Vencedor da Melhor Banda Sonora - Nicolas Jarr



Notas da Crítica:


«Um dos filmes mais eletrizantes do ano.» - Indiewire


«Completamente inovador e desafiante. Talvez seja o melhor filme de Pablo Larraín.» - Little White Lies


«Um melodrama cerebral, molecular, de uma estranheza alienígena.» - Jorge Mourinha, Público


«Um hino visualmente expressionista à feminilidade e à libertação.» - Screendaily


«Um retrato cristalizado de uma nova atitude feminina para se celebrar e se conhecer, totalmente.» - Variety


«EMA é Larraín na sua forma mais livre, um filme pouco ortodoxo que é, caracteristicamente, diferente de tudo o que ele já fez.» - Film Stage



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


Pablo Larraín ou o cinema em chamas


“"Ema", do chileno Pablo Larraín, é um dos grandes acontecimentos desta espécie de "rentrée" cinematográfica imposta pelo COVID-19, confinamento e desconfinamento.


O seu fascínio é tanto maior quanto nos ensina que os grandes autores não se encerram, nem deixam encerrar, numa matriz temática ou num sistema narrativa que poderíamos "confirmar" de filme para filme. Larraín, lembremos, é autor de alguns títulos marcantes sobre a ditadura de Augusto Pinochet (exemplo: "Post Mortem", 2010), mas também de um admirável retrato intimista de Jacqueline Kennedy ("Jackie", 2016), sem esquecer a sua incursão pelos fantasmas muito reais da Igreja Católica ("O Clube", 2015).


Subitamente, com "Ema", Larraín propõe-nos um incursão num universo cujo dramatismo se cruza com a perceção de novas formas de (des)organização da vida familiar. Esta é a história de Ema e Gastón — Mariana Di Girolamo e Gael García Bernal, magníficos —, enfrentando o falhanço da sua adoção de uma criança... Ambos trabalhando na arte da dança, dir-se-ia que tudo aquilo que vivem se define a partir de um perverso cruzamento de naturalidade e artifício, espontaneidade e encenação, amores e desamores.

Se podemos começar por supor que o filme mais não procura do que um inventário de sinais típicos de uma qualquer "crónica social", cedo percebemos que Larraín aponta a sua narrativa para a exposição de tudo aquilo que faz de cada personagem uma entidade em chamas — entre o que possuem e o que desejam, entre a ilusão de qualquer posse e a ambivalência de qualquer desejo.


E atenção: a metáfora do fogo não é uma invenção deste texto, antes uma via de figuração e uma sugestão de leitura que Larraín coloca, metodicamente, em cena. "Ema" é um desses filmes que nos ajuda a lidar com as evidências dos seres, e também com os possíveis equívocos que delas podem nascer. Para celebrar o regresso às salas escuras, não poderia haver melhor.



+Críticac7nema, Sábado, A pala de WalshPúblico, MagazineHD, Cineset, Insider, Indiewire, The Guardian, The Observer.



07 janeiro 2021

Quinta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #152


Martin Eden

Título original: Martin Eden


De: Pietro Marcello

Com: Luca Marinelli, Jessica Cressy, Vincenzo Nemolato

Género: Drama

Classificação: M/14

Outros dados: FRA/ALE/ITA, 2019, 129 min.


SINOPSE

Martin Eden toda a vida sonhou ser escritor. Mas, oriundo de uma família de pescadores, ele está ciente de que só muito a custo conseguirá atingir os seus objetivos. Como nunca teve a oportunidade de se instruir convenientemente, ele é um autodidata dedicado. Certo dia, salva Arturo, um jovem de uma família abastada, de uma escaramuça em que está envolvido. Como forma de reconhecimento, Arturo convida-o para sua casa, onde Martin vem a conhecer a bela e sofisticada Elena, irmã do novo amigo. Apaixonado por ela, Martin vai fazer os possíveis para se fazer notar e mudar as circunstâncias ditadas pelo seu nascimento.


Em competição pelo Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza  – onde Luca Marinelli  arrecadou o Prémio Volpi Cup de Melhor Ator –, um drama realizado pelo italiano Pietro Marcello. O argumento, da autoria de Marcello e de Maurizio Braucci, inspira-se vagamente no romance homónimo escrito, em 1909, por Jack London.


Prémios e Festivais:

Festival de Veneza - competição para melhor filme, e Prémio Volpi de Melhor Ator - Luca Marinelli

Festival de Toronto - Prémio Plataform para o realizador Pietro Marcello

Festival de Sevilha - Vencedor de Melhor Filme

Prémios David di Donatello (2020) - Melhor Argumento Adaptado

LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival (2019) - Selecção Oficial


c7nema ★★★★★

Folha de São Paulo ★★★★★

Les Inrocks ★★★★★

Libération ★★★★★

L’Humanité  ★★★★★

Télérama  ★★★★★

Le Nouvel Observateur ★★★★

Le Journal du Dimanche ★★★★

Paris Match ★★★★

Cuturopoing.com ★★★★

Positif ★★★★

Elle ★★★★



Notas da Crítica:


«Um dos melhores filmes que veremos este ano.» - Folha de São Paulo


«Martin Eden Might Be the Best Film of the Year.» - Vulture


«The film is a masterpiece... see it any way you can.» - The New York Times


«Poético, apaixonante, romanesco, romântico. E muito comovente.» - Les Inrocks


«Uma audaciosa adaptação da obra-prima de Jack London.» - Télérama


«Ver Martin Eden é como ver a Europa sonhar sobre as tragédias do século XX que parecem condenadas a repetir-se.» - Cláudio Alves, Magazine HD



Seleção de crítica: por Sérgio Alpendre, no Folha de São Paulo.


'Martin Eden' é um dos melhores filmes que veremos este ano


“Ao lado de Michelangelo Frammartino, do excecional "As Quatro Voltas" (2010), Pietro Marcello é o principal nome do cinema italiano surgido no século 21. Na mais recente edição da revista inglesa "Sight and Sound", o coreano e oscarizado Bong Joon-ho colocou Marcello entre os 20 diretores a seguir nos próximos 20 anos.

Oriundo do documentário e herdeiro do armênio Artazvad Pelechian, a quem dedicou um belo ensaio fílmico chamado "O Silêncio de Pelechian" (2011), Pietro Marcello foi revelado internacionalmente um pouco antes, com o estupendo "A Boca do Lobo" (2009).


"Martin Eden" é um pouco mais convencional dentro do registro ficcional. Mas é possível ver traços de sua obra anterior e da poesia que ele extrai de suas buscas visuais. Assim como a câmera livre e a montagem ousada derivam de sua experiência no documentário ensaístico. Além disso, pode ser um pouco mais convencional, mas ainda está a milhas do cinema contemporâneo atual, sobretudo no registro do drama histórico, que Marcello persegue com uma liberdade invejável.


O principal atributo, contudo, é a liberdade narrativa, que pode até ser confundida com um mau roteiro por nossos amigos que atribuem mais importância ao conteúdo. "Martin Eden" tem elipses ousadíssimas e não entrega quase nada mastigado para o espetador, que deve preencher as lacunas deixadas no enredo.


Não é um filme perfeito, longe disso, mas é dos melhores que veremos neste ano.”



+Críticac7nema, A pala de Walsh, MagazineHD, Plano Crítico, Comunidade Cultura e Arte, Público, Vulture, Irish Times, RogerEbert.