Quarta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1528
Título original: O Fim do Mundo
De: Basil da Cunha
Com: Alexandre Da Costa Fonseca, Lara Cristina Cardoso, Marco Joel Fernandes, Michel David Pires Spencer
Género: Drama, Crime
Classificação: M/16
Outros dados: POR/SUI, 2019, 107 min.
SINOPSE
Spira, de 18 anos, passou os últimos oito a cumprir pena numa casa de correção. Agora, quase homem feito, regressa ao bairro da Reboleira, Amadora, onde vive a família. Parentes e amigos, contentes com o seu regresso, fazem questão que se sinta em casa. Ao contrário de Kikas, um dos mais influentes traficantes do bairro, que considera Spira uma ameaça e que vai fazer de tudo para que ele não seja aceite.
Selecionado para competir no Festival de Locarno (Suíça), um filme dramático escrito e realizado pelo luso-suíço Basil da Cunha (“Até Ver a Luz”).
Prémios e Festivais:
Festival de Locarno - Seleção Oficial
Festival IndieLisboa - Prémio Melhor Longa-Metragem Portuguesa & Árvore da Vida
Caminhos do Cinema Português - Melhor Filme
Festival de Valladolid - Melhor Filme
Cinema7arte ★★★★
Notas da Crítica:
«Uma carta de amor à Reboleira.» - Público
«Basil da Cunha conta uma história de crime, amor, delinquência e amizade de uma forma tão cúmplice e detalhada (...) um filme particularmente bem conseguido.» - Visão
«Um tributo a quem foi negado uma voz» - Cineuropa
«Um conto social amoral, um filme marcante» - Libération
«Um filme impressionante» - Screendaily
Seleção de crítica: por Manuel Halpern, na Visão.
Reboleira fora de horas
“Basil da Cunha conta uma história de crime, amor, delinquência e amizade num bairro de lata da Reboleira – prestes a ser desmantelado –, de uma forma tão cúmplice e detalhada que só está ao alcance de quem se confunde com os seus habitantes. O primeiro vetor de O Fim do Mundo é precisamente esse: Basil da Cunha sabe do que está a falar. Há anos que se imiscui na Reboleira (assim como Pedro Costa nas Fontainhas), adotando o bairro como seu e partindo da vivência para contar os seus filmes. Um processo que ocorre desde as primeiras curtas-metragens, passando pela longa Até Ver a Luz (2013), mas que em O Fim do Mundo é particularmente bem conseguido. Nos filmes de Basil da Cunha, não há margem para o retrato antropológico externo, feito por um observador que, lenta e respeitosamente, se aproxima do objeto retratado. Aqui, tudo é feito de dentro para fora.
Por outro lado, a Basil da Cunha também não interessa aquele olhar semidocumental, das chamadas ficções do real, como faz a dupla Filipa Reis/Gonçalo Miller Guerra. Em Basil, há uma vontade explícita e assumida de contar histórias, criando personagens fortes, como aqui é Spira (excelente interpretação de Michel Spencer) e no anterior era Sombra. O Fim do Mundo é um filme empolgante, com uma linha narrativa bem construída.
Ao mesmo tempo, não é, de todo, descurado o aspeto cinematográfico. Filmado maioritariamente à noite, o filme é esteticamente impactante, com os seus jogos de luzes e sombras, em que o breu contrasta com o fogo, elemento primordial em termos narrativos. Depois da passagem por Locarno, venceu a competição nacional do IndieLisboa, confirmando Basil, nascido na Suíça em 1985, como um dos mais interessantes realizadores da sua geração.”
+Crítica: Cinema7arte, Público, SapoMag (entrevista), DN (entrevista), A Pala de Walsh (entrevista), Cineuropa, Libération.
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