17 dezembro 2021

SEXTA-FEIRA | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1555


Qualquer adulto com bilhete pago (4€ ou Sócio) garante uma entrada grátis para um jovem entre os 6 e os 16 anos (c/ Cartão de Cidadão).


AVISO: Não se esqueçam de trazer o comprovativo de vacinação ou de teste laboratorial negativo, obrigatório para maiores de 12 anos.



O Garoto de Charlot

Título original: The Kid


De: Charles Chaplin

Com: Carl Miller, Charles Chaplin, Edna Purviance, Jackie Coogan

Género: Drama, Comédia

Classificação: M/6

Outros dados: EUA, 1921, Preto e Branco, 68 min.




SINOPSE

Ao sair do hospital com o seu recém-nascido nos braços, uma jovem muito pobre (Edna Purviance) decide deixá-lo dentro de uma limusina estacionada em frente a uma igreja. Esperançosa de que alguém o aceite, deixa uma nota e foge, com intenção de cometer suicídio. Porém, a viatura é roubada por dois homens e, depois de uma série de peripécias, um vagabundo de bom coração (Charlie Chaplin como Charlot, a sua personagem predilecta) não vê outra solução que não seja levar o bebé para casa e cuidar dele.


Realizada por Charlie Chaplin – que se inspira na miséria da sua própria infância –, uma comédia dramática sobre o amor que permanece uma das mais importantes referências cinematográficas de todos os tempos. (Fonte: CineCartaz)



O 100º ANIVERSÁRIO DE UM CLÁSSICO ABSOLUTO

1921-2021


NOVO RESTAURO DIGITAL 4K



Notas da Crítica:


«É o filme perfeito» - Jorge Leitão Ramos, Expresso


«Um filme com um sorriso, e talvez uma lágrima» - 1ª frase promocional do filme



Seleção de crítica: por João Lopes, na Diário de Notícias.


“A cinefilia é, muito simplesmente, o amor do cinema. Um dos seus poderes mais radicais envolve a transfiguração do próprio tempo: um filme amado reaparece sempre como um objeto do nosso presente. Assim, por exemplo, The Kid, o lendário O Garoto de Charlot, um dos símbolos mais universais da obra de Charlie Chaplin (1889-1977): é bem verdade que o vemos e revemos como uma história intemporal de emoções à flor da pele; o certo é que foi há um século que ocorreu a sua estreia, no dia 21 de janeiro de 1921, no Carnegie Hall de Nova Iorque.


A história do vagabundo que acolheu e criou um bebé abandonado pela mãe possui uma vibração dramática que, além do mais, representou um salto decisivo na evolução do próprio Chaplin. A partir de 1914, os seus pequenos filmes burlescos tinham-lhe conferido o estatuto de uma das figuras mais populares, um genuíno pioneiro, do cinema mudo. Mais ainda: depois de The Tramp (1915), a sua figura de vagabundo transformara-se numa personagem de muitos ecos simbólicos (a pobreza perante a riqueza, a compaixão contra a misantropia, etc.), repetida e reinventada em inúmeras curtas-metragens.


Alegria e lágrimas, convém acrescentar, ou não fosse The Kid um modelo exemplar dos valores e das potencialidades da narrativa melodramática. O vaivém da personagem do "garoto", interpretado pelo irresistível Jackie Coogan (1914-1984), com 6 anos na altura da rodagem, integra, de facto, três princípios fundamentais do melodrama: a constituição de um laço afetivo, o seu confronto com a lei (familiar ou social) e, por fim, a possibilidade (ou não) de consolidar a relação original.


Títulos posteriores de Chaplin, como Luzes da Cidade (1931) e Luzes da Ribalta (1952), constituem exemplos modelares dessa filiação melodramática. Isto sem esquecer, claro, que o tema da pobreza é transversal na obra de Chaplin, remetendo para memórias da sua infância em Londres.


Tal como aconteceu com outros dos seus títulos mudos, Chaplin compôs uma banda sonora para The Kid, por ele refeita para a reposição do filme, a 4 de abril de 1972, nas salas dos EUA (numa versão que também remontou, com uma duração ligeiramente inferior à da estreia). Poucos dias depois, a 10 de abril, esteve em Los Angeles, na 44.ª cerimónia dos Óscares, para receber um prémio honorário ‘pelo incalculável efeito que teve na transformação do cinema na arte do século’.”



+Crítica: Expresso, Público, MagazineHD, cinema7arte, Cinegrandiose.



16 dezembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1554


Qualquer adulto com bilhete pago (4€ ou Sócio) garante uma entrada grátis para um jovem entre os 6 e os 16 anos (c/ Cartão de Cidadão).


AVISO: Não se esqueçam de trazer o comprovativo de vacinação ou de teste laboratorial negativo, obrigatório para maiores de 12 anos.



Gunda

Título original: Gunda


De: Viktor Kossakovsky

Género: Documentário

Outros dados: NOR/EUA/GB, 2020, 93 min.





SINOPSE

Este documentário do russo Viktor Kossakovsky foca-se em Gunda, uma porca mãe de vários porquinhos, e no seu dia-a-dia, interagindo com os animais que a rodeiam, como duas vacas e uma galinha só com uma perna. 


Passou em 2020 no Festival de Berlim e teve em Joaquin Phoenix e Paul Thomas Anderson alguns dos seus fãs mais ferrenhos ainda antes da estreia. Phoenix, vegano e ativista dos direitos dos animais, tornou-se inclusivamente produtor executivo. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Nomeado para Melhor Documentário Europeu (European Film Awards 2020)

Vencedor de Melhor Documentário - Festival de Estocolmo e Festival de Sofia

Vencedor de Melhor Fotografia - Festival de Dublin, Amanda Awards



Notas da Crítica:


«Puro cinema» - Paul Thomas Anderson


«Comovente e visualmente deslumbrante» - The Film Stage


«Sublimely beautiful and profoundly moving» - The New York Times


«Um dos grandes filmes do ano é sobre uma porca» - Hugo Gomes, SapoMag



«Gunda is pure cinema. This is a film to take a bath in - it’s stripped to its essential elements, without any interference. It’s what we should all aspire to as filmmakers and audiences - pictures and sound put together to tell a powerful and profound story without rush. It’s jaw dropping images and sound put together with the best ensemble cast and you have something more like a potion than a movie.» - Paul Thomas Anderson


«Gunda is a mesmerizing perspective on sentience within animal species, normally - and perhaps purposely - hidden from our view. Displays of pride and reverence, amusement and bliss at a pig’s inquisitive young; her panic, despair and utter defeat in the face of cruel trickery, are validations of just how similarly all species react and cope with events in our respective lives. Victor Kossakovsky has crafted a visceral meditation on existence that transcends the normal barriers that separate species. It is a film of profound importance and artistry.» - Joaquin Phoenix, Executive Producer




Seleção de crítica: por João Lopes, na RTP-Cinemax.


“É bem provável que o realizador russo Viktor Kosakovskiy ao fazer "Gunda", sobre a vida de uma porca e seus filhotes numa quinta, parece querer sugerir que o destino das respetivas vidas está, apenas e só, nas mãos dos humanos — e tenta fazê-lo sem que esses mesmos humanos entrem nas suas imagens. 


A morte espreita, por certo, de um algures que se pressente, mas "Gunda" opta por apresentar-se como a revelação de um verdadeiro santuário. Como se houvesse uma espécie de suficiência poética no facto de vermos Gunda e os seus leitões a mamar, uma e outra e outra vez, uma galinha de uma só perna a vigiar o espaço em volta ou as vacas a sair de um estábulo em câmara lenta...


Não é fácil, de facto, sustentar um discurso de exaltação da natureza. Kosakovskij tenta contornar essa questão através da afirmação de um realismo, apetece dizer, "natural". Em "Gunda", as rotinas dos animais são apresentadas como restos de um paraíso que nós deixámos de conhecer ou até mesmo de respeitar. 


Seja como for, sublinhemos a curiosa e pouco frequente dimensão especificamente cinematográfica do objeto. A saber: o reconhecimento de que há um tempo dos animais que existe, e resiste, através de uma lógica muito própria que, talvez, hélas!, os humanos já não consigam entender. O que, enfim, confere a "Gunda" uma bizarra sedução: o seu naturalismo atrai qualquer coisa de surreal.”



+Crítica: Insider, MagSapo, Público, MagazineHD, The New York Times, RogerEbert, Slant Mag, Hollywood Reporter, Sought & Sound.



02 dezembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1553


A Ilha de Bergman

Título original: Bergman Island


De: Mia Hansen-Løve

Com: Tim Roth, Mia Wasikowska, Vicky Krieps

Género: Drama

Classificação: M/14

Outros dados: SUE/BEL/MEX/ALE/FRA, 2021, 112 min.



SINOPSE

Durante os meses de Verão, Chris e Tony, um casal de realizadores norte-americanos, arrendam uma casa na pequena ilha de Faro, no Mar Báltico, famosa por ter servido de cenário a algumas das mais importantes obras de Ingmar Bergman, o aclamado cineasta sueco, que ali viveu e morreu. A ideia é encontrar a inspiração de que precisam para trabalhar nos argumentos que têm em mãos. Com a passagem dos dias, influenciados pela paisagem natural e, quem sabe, pelo génio de Bergman, as suas vidas vão-se misturando com as das personagens por eles inventadas, esbatendo lentamente a linha do que é real e ficcional.


Um filme dramático com realização da francesa Mia Hansen-Løve ("O Pai dos Meus Filhos", "Um Amor de Juventude", "Éden", “Maya”). (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Cannes 2021 - Seleção Oficial em Competição



Notas da Crítica:


«de fazer parar o coração » - Indiewire


«Uma reflexão subtil e tempestuosa sobre o amor, na qual paira a sombra de Bergman» - Télérama


«Le film de Mia Hansen-Løve est une pure célébration du ‘génie’ féminin» -  MondialNews


«A invocação da obra de Bergman, da sua vida, das pequenas anedotas, funciona antes como um cobertor confortável que envolve Chris e Tony na sua vivência como casal» - À pala de Walsh



Seleção de crítica: por Manuel Halpern, na Visão.


Os fantasmas de Bergman na ilha de Fårö servem de cenário para um inspirador filme, da francesa Mia Hansen-Løve, sobre a inspiração.


“É difícil imaginar que em volta de uma personagem tão sombria e misantropa quanto a de Ingmar Bergman se desenvolva uma pequena indústria de turismo cultural, disposta a percorrer locais e décors habitados pelo cineasta na remota ilha de Fårö, no Sudeste da Suécia, onde passou os últimos anos da sua vida. Mas isso acontece. Os espaços estão preservados na medida do possível, a obra celebra-se, estuda-se redescobre-se, há um museu, uma loja de souvenirs, um Bergman Safari e residências artísticas e literárias. Por exemplo, é possível dormir no quarto que serviu de cenário a Cenas da Vida Conjugal – filme que, segundo os anfitriões, esteve na origem de um milhão de divórcios.


É neste cenário, ao mesmo tempo envolvente e insólito, que a francesa Mia Hansen-Løve situa o seu filme. Em A Ilha de Bergman, há um lado documental que se impõe. Nós queremos saber mais sobre aquela ilha e sentimo-nos envolvidos no próprio universo bergmaniano. Contudo, não é uma obra reverencial; pelo contrário, chega a haver um olhar irónico sobre o realizador.


Hansen-Løve centra a história em duas personagens: um famoso realizador e argumentista bergmaniano e a sua companheira, argumentista no início de carreira. Até certo ponto, é um filme sobre a inspiração e os seus mecanismos. A ilha, lindíssima no verão e ainda povoada pelos fantasmas de Bergman, tem o efeito desbloqueador de ideias e argumentos. A própria Mia dá por si a retratar a vida de um casal, próximo de Bergman, mas, na verdade, fá-lo num estilo pós-bergmaniano, em que as premissas são outras. Ao mesmo tempo, desenovela uma história de amor (o argumento que a personagem está a escrever), em que a referência a Bergman é clara. Talvez Mia tenha viajado até esta ilha à procura dos fantasmas de Bergman, para aprender a viver com eles na sua obra. Certo é que fez um belíssimo filme.”



+Crítica: À pala de Walsh, Magazine HD, C7nema-entrevista, Público, SapoMag, Time Out, MUBI, Indiewire, SlantMag.



25 novembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1552


Titane

Título original: Titane


De: Julia Ducournau

Com: Vincent Lindon, Agathe Rousselle, Garance Marillier

Género: Drama, Thriller, Ficção Científica

Classificação: M/16

Outros dados: BEL/FRA, 2021, 108 min.




SINOPSE

Combinando terror e “body horror”, um filme que a realizadora Julia Ducournau descreve deste modo: "para dar a ‘Titane’ a sua forma definitiva, concentrei-me na ideia de que através de uma mentira, podes dar vida ao amor e à humanidade. Quis fazer um filme que, pela sua violência, pudesse parecer ‘desagradável’ a princípio, mas que depois nos levasse a apegar-nos às personagens e, em última análise, a receber o filme como uma história de amor. Ou melhor, uma história sobre o nascimento do amor”.


Com “Titane”, Julia Ducournau recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes – a segunda vez, na história do festival, que o palmarés vai para uma realizadora, depois de Jane Campion com “O Piano” (1993), em “ex-aequo” com Adeus, “Minha Concubina”, de Chen Kaige. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Festival de Cannes 2021 - Vencedor do PALMA de OURO

Festival de Toronto 2021 - Vencedor do Prémio do Público

Festival de San Sebastián 2021 - Filme de Abertura



Tomatometer: 88%

c7nema ★★★★★

De Volkskrant ★★★★★

Trouw ★★★★★

MUBI ★★★★

RogerEbert ★★★★

H.Gomes-SapoMag ★★★★



Notas da Crítica:


«O filme que impressionou Cannes» - Visão


«Violent riot of a masterpiece, about cars and sex and masculinity» - Vice


«Like a sexy, grotesque lovechild of Cronenberg's Crash, Titane is a film all about transformations.» - Collider


«The most shocking film of 2021… is a nightmarish yet mischievously comic barrage of sex, violence, lurid lighting and pounding music» - Nicholas Barber, BCC


«Ducournau criou aqui uma pequena obra-prima, um filme atordoante e profundamente sensorial que esconde essencialmente um drama psicológico movido por traumas físicos. Um objeto que nos agarra, encandeia e cega. (…) Nasceu um filme de culto. O parto foi doloroso, mas simultaneamente esplendoroso e inesquecível. Imperdível.» - C7nema



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


“Em Cannes, onde ganhou a Palma de Ouro com "Titane", Julia Ducournau falou da sua profunda admiração por David Cronenberg e, em particular, pelo seu "Crash", filme que, também em Cannes, em 1996, ganhou um Prémio Especial do Júri (com o voto contra do respectivo presidente, Francis Ford Coppola).


A filiação de "Titane" parece mais ou menos óbvia — em ambos os filmes, corpo e metal parecem ser duas entidades ligadas por uma estranha sensualidade —, mas se é verdade que o trabalho de Ducournau não possui as infinitas nuances da visão de Cronenberg, não é menos verdade que não seria razoável reduzir o seu filme a uma "cópia" seja do que for. 


Que temos, então? Uma personagem central, interpretada com realismo e panache por Agathe Rousselle, que que em criança sofreu um acidente de automóvel de tal modo grave que a obriga a usar uma placa de titânio na cabeça. Quer isto dizer que o seu cérebro "metalizado" é o primeiro índice de uma existência que, na idade adulta, a vai fazer viver como um ser híbrido — dir-se-ia uma derivação tecnológica da sua própria humanidade. 


A realização de Ducournau nem sempre resiste ao pecado da ostentação, como se fosse necessário "sublinhar" o assombramento da sua heroína... Mas é um facto que "Titane" consegue levar a água ao seu moinho, evitando os lugares-comuns de um certo cinema de terror (a que, em boa verdade, não pertence), definindo-se num registo de fábula sangrenta (ou metalizada, se o adjectivo for mais sugestivo...) em que tudo vacila — das indentidades sexuais até aos laços familiares. 


"Titane" impõe-se, assim, como expressão surreal de um mundo (o nosso, hélas!) em que tudo parece imediato e transparente, ao mesmo tempo que todos parecem poder asfixiar-se numa qualquer dimensão fantasmática. Por isso mesmo, tudo se baralha: os seres humanos e as máquinas, o sexo masculino, o sexo feminino, enfim, tudo aquilo que descrevemos como sexual. Através de uma mise en scène que tem qualquer coisa de gigantesco videoclip, tudo é também apresentado com a desconcertante energia de uma ópera rock — em resumo, uma aventura para o século XXI.”



+Crítica: Visão, SapoMag, C7nema, C. Cultura e Arte, À pala de Walsh, Magazine HD, Observador, MUBI, Little White Lies.



17 novembro 2021

Quarta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1551


Mandíbulas

Título original: Mandibules


De: Quentin Dupieux

Com: Grégoire Ludig, David Marsais, Adèle Exarchopoulos

Género: Comédia, Fantasia

Classificação: M/12

Outros dados: BEL/FRA, 2021, Cores, 77 min.



SINOPSE

Quentin Dupieux, o francês que se catapultou para a fama mundial enquanto Mr. Oizo no final dos anos 1990, com o single "Flat Beat" e o boneco, Flat Eric, que aparecia no teledisco e numa série de anúncios da Levi's, tem uma carreira como realizador de bizarros e surreais filmes franceses. Depois de "Rubber - Pneu" ou "100% Camurça", entre outros, volta com "Mandíbulas", em que dois amigos encontram uma mosca gigante na bagageira do carro e a tentam treinar para ganharem dinheiro com ela. 


A banda sonora está a cargo da banda britânica Metronomy, para quem Dupieux realizou alguns telediscos. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Sitges 2020 - Melhor Ator para Grégoire Ludig e David Marsais

Festival de Veneza - Fora de Competição


The Guardian ★★★★

Eye For Film ★★★★

Diário de Notícias ★★★

RogerEbert ★★★

Time Out ★★★

Público ★★


Notas da Crítica:


«Surreal, Uproarious Comedy» - The Film Stage


«Aconselhável a cinéfilos open mind.» - ScreenCrush


«Grande potencial para se tornar objeto de culto» - Manuel Halpern, Visão


«One of the joys of Mandibles is its skewed view of a part of France more commonly associated with monied glamour» - ScreenDaily



Seleção de crítica: por Manuel Halpern, no Visão.


“Quentin Dupieux é o realizador de Rubber – Pneu (2010), filme de terror, fantástico e surrealista, em que se contava a história de um pneu serial killer. Desde então, parece que o realizador francês anda à procura de filão semelhante, mas não é fácil repetir uma ideia tão estrambólica e eficaz. Todavia, nessa busca encontram-se objetos interessantes, que causam algum fascínio, de um realizador fora do baralho que explora de forma original géneros e subgéneros pouco comuns no cinema francês mais exportável. É o caso deste Mandíbulas.


Em vez de um pneu, o filme tem como silencioso protagonista um inseto gigante. Uma enorme mosca, do tamanho de um cão, que nada tem que ver com a de David Cronenberg e que aparece de forma algo misteriosa na narrativa. A mosca, gentilmente batizada de Dominique, não chega a ser fonte de carnificina, mas é sempre um elemento de tensão, contribuindo assim, mais uma vez, para a desconstrução do género: Mandíbulas é um filme de terror que nunca o chega a ser.


Na verdade, é, acima de tudo, uma comédia que se serve das sucessões de acasos e de coincidências toleráveis no género para construir a narrativa. Conta a história de Jean-Gab e de Manu, uma dupla de marginais, entre o ócio e o crime, que encontra uma mosca gigante na bagageira de um carro que eles roubaram e decidem domesticá-la para assim fazerem fortuna em espetáculos de circo. Pelo caminho, entre outras peripécias, encontram um grupo de jovens endinheirados numa casa com piscina. Uma das raparigas confunde Jean-Gab com um velho colega de escola e convida-os a ficar. Eles aproveitam-se da situação, sem nunca abdicarem do anterior propósito: domesticar a mosca.


Com grande potencial para se tornar objeto de culto, Mandíbulas está cheio de momentos hilariantes, do género “estranha-se, depois entranha-se”, que garantem um tempo bem passado na sala de cinema.”



+Crítica: Diário de NotíciasPúblico, Time Out, SapoMag, The Film Stage, IndieWire, RogerEbert, Eye For Film, The Observer.



11 novembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1550


Duna

Título original: Dune


De: Denis Villeneuve

Com: Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan Skarsgård,  Zendaya, Charlotte Rampling, Jason Momoa, Javier Bardem, Benjamin Clémentine

Género: Drama, Acção, Ficção Científica

Classificacão: M/12

Outros dados: 2021, Cores, 155 min.



SINOPSE

Nesta grande aventura interplanetária, Timothée Chalamet dá vida a Paul Atreides, um jovem nascido numa sociedade feudal do futuro, onde várias casas nobres se digladiam para obter a preciosa especiaria melange. Esse condimento, que apenas existe no planeta Arrakis – também conhecido como Dune pela sua imponente paisagem desértica –, é usado para estender a vida humana, fazer viagens no espaço e garantir, a quem a possuir, poderes sobre-humanos.


Depois de, em 1984, David Lynch ter tentado contar a história de “Dune”, a famosa série de ficção científica escrita por Frank Herbert (1920-1986), a história é agora reinventada por Denis Villeneuve num filme que teve a sua estreia mundial na 78.º edição do Festival de Veneza (fora de concurso). Para além de Chalamet, o filme conta com a presença dos atores Stellan Skarsgård, Javier Bardem, Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Oscar Isaac, Dave Bautista e Charlotte Rampling, entre outros. A música fica a cargo de Hans Zimmer, autor de algumas das mais icónicas bandas sonoras do cinema. (Fonte: CineCartaz)



Notas da Crítica:


«Um verdadeiro presente para fãs de cinema» - Christopher Nolan, The Director’s Cut


«A obra prima épica do cinema moderno» - C. Cultura e Arte


«A spicy journey to an amazing future.» - ScreenCrush


«…Villeneuve definiu o filme como ‘uma carta de amor’ à experiência de assistir cinema em sala, e se é verdade que quanto maior a tela, mais ‘impactante’ será a experiência de sobrecarga sensorial…» -  João Araújo, À Pala de Walsh


«Denis Villeneuve’s slow-burn space opera fuses the arthouse and the multiplex to create an epic of otherworldly brilliance» - The Guardian



Seleção de crítica: por João Lopes, no RTP-CINEMAX.


Como sobreviver no planeta Arrakis?


“Seja qual for a nossa avaliação de "Duna", de Denis Villeneuve, o mínimo que se pode dizer é que esta nova versão do romance de Frank Herbert ficará como um momento emblemático das convulsões que, nos últimos anos, têm agitado o planeta cinematográfico. E escusado será lembrar que a versão de 1984, assinada por David Lynch, além de intrinsecamente diferente, surgiu num contexto de produção e difusão sem paralelismo possível com a nossa atualidade.


Porquê? Porque "Duna" surge no coração de uma encruzilhada que, sendo narrativa e estética, é também eminentemente industrial e comercial. Podemos mesmo perguntar: será que uma performance fraca junto dos espectadores vai impedir a conclusão que Villeneuve sempre desejou, isto é, a segunda parte da história de Paul Atreides e do planeta Arrakis?


Ambição não faltou a Villeneuve e à sua equipa. Dois elementos são sintomáticos disso mesmo: a imponência da conceção cenográfica, a cargo do colaborador habitual Patrice Vermette, e a pompa (talvez demasiada pompa) da música de Hans Zimmer, um talentoso especialista deste tipo de aventuras.”



+Crítica: Diário de Notícias, DN-João Lopes, Público, À pala de Walsh, Magazine HD, Com.Cultura e Arte, Empire Mag, The Observer, The Guardian, RogerEbert.