30 maio 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1456
Título original: Gräns (Border)

De: Ali Abbasi
Com: Eva Melander, Eero Milonoff, Jörgen Thorsson, Ann Petrén
Género: Drama
Outros dados: DIN/SUE, 2018, 110 min.

Cannes 2018 - vencedor do prémio Un Certain Regard
Óscars 2019 - nomeado para o Óscar de Melhor Caracterização


SINOPSE
Tina é uma funcionária aduaneira que tem um olfato apurado e é conhecida por cheirar a culpa das pessoas que lhe passam pela frente. Até ao dia em que um misterioso homem chamado Vore lhe troca as voltas, criando nela dúvidas sobre todo o seu trabalho e a sua própria identidade.
Segunda longa-metragem do iraniano-sueco Ali Abbasi, baseada num conto de John Ajvide Lindqvist. PÚBLICO




Uma mistura emocionante e inteligente de romance, noir nórdico, realismo social e terror sobrenatural que desafia e subverte as convenções de género. VARIETY

Hipnotizante (...) Uma narrativa complexa e ricamente satisfatória. SCREEN INTERNATIONAL

Um conto de fadas excêntrico, estranhamente comovente e que mistura géneros. É uma narrativa que desafia a sua classificação, com elementos de folclore nórdico, terror sobrenatural, realismo social, noir e romance. Único, inesquecível e catártico, “Na Fronteira” será um clássico de culto extravagante, mas tocante. THE PLAYLIST

“Na Fronteira” é sombrio, inquietante e orgulhosamente alucinado. THE WRAP

Um filme sobre o amor monstruoso e o que significa ser humano. Não sendo tanto “A Bela e o Monstro”, mas mais “O Monstro e o Monstro”, “Na Fronteira” é uma obra de gótico moderno com um coração surpreendentemente grande e generoso. CINEVUE

Ali Abbasi reinventa a necessidade de tolerância. LIBERÁTION

É um filme excecional, inesperado, comovente e repleto de esperança nos seres vivos. LES INROCKS


NOTA DO REALIZADOR
Nunca pensei no filme em termos de uma “mistura de géneros”, apesar de grande parte do meu trabalho passar por misturar, equilibrando os diferentes elementos num todo coerente. Interessa-me olhar para a sociedade através de uma lente de um universo paralelo e os géneros cinematográficos são o veículo ideal para tal. É aí que o filme se torna mais estimulante para mim: em vez do drama pessoal dos meus próprios problemas, gosto de experienciar os meus pensamentos e impulsos através de outro corpo, num mundo distinto do meu. Também considero que há algo interessante em cortar a ligação com a parte pessoal e em apenas criar arte.
“Na Fronteira” é sobretudo uma história de amor em que Tina tem de escolher quem quer ser e que mostra a experiência de pertencer a uma minoria. Todos se conseguem relacionar com esse sentimento, em que a nossa existência não nos é dada e temos de viver segundo regras estabelecidas por outrem.


23 maio 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1455
Título original: Las Herederas

De: Marcelo Martinessi
Com: Ana Brun, Margarita Irun, Ana Ivanova
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: ALE/FRA/BRA/Paraguai, 2018, 98 min.

SINOPSE
Ambas descendentes de famílias com dinheiro de Asunción, no Paraguai, Chela e Chiquita mantêm uma relação há 30 anos. A fortuna de família, contudo, vai-se dissipando, e vêem-se obrigadas a vender parte das suas posses. Chiquita é entretanto condenada por fraude, o que deixa Chela, que é mais introvertida do que a parceira, sozinha pela primeira vez em décadas e a obriga a começar um serviço de transporte de senhoras mais velhas com dinheiro. Ao mesmo tempo, conhece também uma mulher mais nova, que lhe dá uma nova perspectiva sobre a vida.

Um filme de Marcelo Martinessi, que até agora tinha uma carreira feita de documentários e curtas-metragens, que valeu a Ana Brun, a atriz principal, um Urso de Prata de Melhor Atriz na Berlinale de 2018 (um dos três prémios que o filme ganhou no festival). PÚBLICO




"Com o seu primeiro filme, excecionalmente seguro e muito bem construído, Martinessi procura, com compaixão e sem julgamentos, demover o seu país do pórtico seguro mas escurecido do passado, rumo ao sol do presente e ao tempo incerto do futuro." 
- Jessica Kiang, The Playlist:


16 maio 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1454
Título original: Chuva É Cantoria Na Aldeia Dos Mortos


De: João Salaviza, Renée Nader Messora
Com: Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô
Género: Drama
Classificação: M/12
Outros dados: BRA/POR, 2018, 114 min.


Cannes 2018 - Prémio do Júri da secção Un Certain Regard
Festival de Cinema de Lima - Melhor obra de ficção e Melhor fotografia



SINOPSE
Ihjãc tem 15 anos e é um dos indígenas krahô do norte do Brasil. Perdeu o pai e é visitado pelo espírito dele, o que o leva a preparar uma festa de fim de luto. Entre o documentário e a ficção, este filme de João Salaviza e Renée Nader Messora resulta do convívio de anos que os realizadores tiveram com este povo indígena. PÚBLICO

Seleção de Crítica: por Manuel Helpern, in Visão

João Salaviza fugiu do ambiente (sub)urbano, feito das cores cinzentas do betão e das histórias de adolescentes na Grande Lisboa, para se sitiar na aldeia de Pedra Branca, terra dos índios krahô, no estado de Tocantins, nos confins do Brasil. Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, realizado por João e pela brasileira Renée Nader Messora, não é apenas um filme, mas o resultado mais visível e partilhável de um projeto de vida. Isto porque João e Renée se mudaram, sem armas mas com bagagens, para aquele território além do fim do mundo, onde já vivem há mais de um ano, tornando-se parte da comunidade, como se fossem índios adotivos. Tudo isto se reflete no filme que agora se estreia, apesar de não conter traços biográficos nem sequer se tratar de um documentário, em sentido estrito. Reflete-se apenas na luz que ressalta do olhar da câmara.

Perante este luxuriante universo, antropologicamente e humanamente fascinante, a dupla não foi pelo caminho mais esperado. Não construiu um documentário em volta dos krahô, explicando os seus hábitos e costumes. Assim como Salaviza havia feito em Rafa (por exemplo), aproveita-se de expedientes da realidade para a transformar em ficção, na história que quer contar. Desta vez, tem como protagonista Ihjãc, um jovem, que foge da aldeia, com medo do chamamento para ser xamã, e ao mesmo tempo prepara-se para o ritual de fim de luto pelo pai. O filme, com uma fotografia espantosa, dá-nos acesso à intimidade quotidiana dos krahô, aos seus rituais, ao modo de vida e ao modo de ser, a relação com os homens brancos, as angústias, as preocupações. E, ao mesmo tempo, conta-nos uma história de alguma forma universal, válida em qualquer parte do mundo.


09 maio 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1453
Título original: The Sisters Brothers

De: Jacques Audiard
Com: John C. Reilly, Joaquin Phoenix, Jake Gyllenhaal, Riz Ahmed
Género: Comédia, Aventura
Classificação: M/14
Outros dados: EUA/ESP/BEL/FRA/ROM, 2018, 121 min.


SINOPSE
Oregon (EUA), meados do século XIX. Eli e Charlie são dois irmãos que ganham a vida como assassinos a soldo. Depois de vários homicídios bem-sucedidos, são contratados para eliminar Hermann Warm, um explorador de minas de Sacramento (Califórnia), que descobriu um método inovador que lhe permite encontrar ouro com uma facilidade extraordinária. Tudo parecia simples, até Eli começar a ter dúvidas sobre o seu meio de subsistência. Charlie, que sempre se sentiu realizado como fora-da-lei, não está disposto a terminar abruptamente a sua carreira. Por isso, vai ter de encontrar uma forma de fazer o irmão mudar de ideias e cumprir com o combinado.

Estreado no Festival de Cinema de Veneza, onde esteve em competição pelo Leão de Ouro, um "western" em ambiência negra realizado pelo francês Jacques Audiard, responsável pelos multipremiados "De Tanto Bater o Meu Coração Parou" (2005), "Um Profeta" (2009), "Ferrugem e Osso" (2012) e "Dheepan" (2015). O argumento, baseado no romance homónimo de Patrick deWitt, foi escrito por Audiard em parceria com o também francês Thomas Bidegain. PÚBLICO