17 setembro 2020

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1509

Título original: Dylda

De: Kantemir Balagov
Com: Konstantin Balakirev, Andrey Bykov, Olga Dragunova
Género: Drama
Classificação: M/16
Outros dados: RUS, 2019, 130 min.


SINOPSE
Neste drama histórico realizado pelo jovem russo Kantemir Balagov, uma rapariga, Iya, regressa a Leningrado após o final da Segunda Grande Guerra, em 1945. Com ela, uma criança de três anos. Iya e Masha, outra jovem mulher, tentam sobreviver numa cidade confusa e totalmente devastada pela guerra.

Inspirado no livro “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher” da autora Svetlana Aleksiévitch, vencedora de um Nobel da Literatura.


Prémios e Festivais:
Óscares 2020 - nomeado para Melhor Filme Internacional
Festival de Cannes (2019), na secção Un Certain Regard - Melhor Realizador e Prémio FIPRESCI
European Film Awards - Nomeado para Melhor Atriz
Lisbon & Estoril Film Festival 2019 - Melhor contribuição artística


The Guardian ★★★★★
Fotogramas ★★★★★
Caíman ★★★★★
Diário de Notícias ★★★★
RogerEbert ★★★★
Público ★★★★
Slant ★★★


Notas da Crítica:

«Obra prima. Surpreendente, raro e marcante» - The Guardian

«Profundamente interessante e impressionante» - Variety

«Excelentes interpretações. Brutal e afetuoso»  - Indiewire

«Imponente, e de inquestionável beleza» - Fotogramas

«Cativante» - Caíman



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.

«O marketing dominante na quadra natalícia impôs a ideia (?) segundo a qual os filmes da época são obrigatoriamente infantis... Pois bem, o mínimo que se pode dizer de "Violeta" é que o público adulto tem à sua disposição um dos mais belos e complexos títulos lançados nos últimos meses no mercado português. É, além do mais, a confirmação do invulgar talento do russo Kantemir Balagov cujo filme anterior, "Tesnota/Closeness", ganhou a edição de 2017 do LEFFEST (nunca tendo chegado ao circuito das salas). 

Dir-se-ia que estamos perante uma derivação do clássico "filme de guerra", já que se trata de evocar memórias da vida em Leninegrado (actual São Petersburgo) em 1945, pouco depois do fim dos combates da Segunda Guerra Mundial. Mais do que uma crónica social, Balagov procura um registo interior, por assim dizer, secreto, acompanhando as atribulações de Iya e Masha, interpretadas pelas espantosas Viktoria Miroshnichenko e Vasilisa Perelygina, respectivamente.

Tudo o que acontece a Iya e Masha é vivido pelo próprio filme como matéria de cinema — veja-se, ou melhor, escute-se a ambiência sonora cada vez que a estabilidade de Iya parece ameaçada por um retorno a factos demasiado perturbantes, como se a própria personagem se ausentasse das imagens em que, ainda assim, a continuamos a ver. Mais do que um cinema de "retratos" psicológicos, esta é uma arte de sugerir as dimensões mais secretas da identidade humana.

Aos 28 anos de idade (nasceu em Nalchik, em 1991), e apenas estas duas longas-metragens, Balagov é um exemplo modelar de todo um movimento de retorno às premissas do realismo. Entenda-se: nada a ver com "naturalismo" ou "espontaneidade". Antes a consciência de que a visibilidade que o cinema concede arrasta um pressentimento do que permanece no espaço do invisível — filmar uma coisa e sugerir a outra, eis a pulsão realista.»





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