02 setembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1541


First Cow - A Primeira Vaca da América

Título original: First Cow


De: Kelly Reichardt

Com: Alia Shawkat, John Magaro, Dylan Smith, Ryan Findley

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: EUA, 2019, Cores, 122 min.


SINOPSE

Oregon (EUA), início do século XIX. Cookie é contratado como cozinheiro por um grupo de caçadores. Com o tempo, torna-se amigo de King-Lu, um rapaz chinês que, tal como ele, cresceu na pobreza sem nunca perder a esperança numa vida melhor. Certo dia, os dois têm uma ideia de negócio que pode mudar as suas vidas: vender biscoitos. A sociedade torna-se um grande sucesso, com as vendas a aumentar de dia para dia. Mas o risco é elevado, pois implica ir todas as noites roubar o leite da única vaca que ali existe e que, por acaso, é propriedade de um homem rude e pouco dado à generosidade.


Uma história dramática filmada por Kelly Reichardt (“Old Joy”, “O Atalho”, “Wendy e Lucy”), que adapta a obra “The Half Life”, escrita por Jonathan Raymond, seu colaborador habitual, que também assina o argumento. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Festival de Berlim em 2020 - seleção oficial

Festival de Deauville - Prémio do Júri

Festival de Gijón - Melhor Filme


The 10 Best Movies of 2020 - Time Magazine


Rotten Tomatoes - Classificação: 96%

IMDB Metascrore - 89


The Telegraph ★★★★★

The Guardian ★★★★★

The Observer ★★★★

The Times ★★★★

RogerEbert ★★★★

Público ★★★★



Notas da Crítica:


«Too lovely for words» - The Wall Street Journal


«Um dos maiores filmes americanos dos últimos tempos» - Expresso


«It’s proof that Reichardt is one of the most exciting American filmmakers working today. (…) The best you're likely to see all year — full stop.» - Rolling Stone


«A fable, a western, a buddy picture and a masterpiece. Wondrous. The pleasures of First Cow are deep and substantial.» - The New York Times


«A marvelous, delightful, and deeply moving tale of friendship and the American Dream.» - Los Angeles Times 


«An astonishing masterwork of cinema. This heartwarming story of friendship on the American frontier is one of the best films of the year.» - The Atlantic


«Extraordinary. First Cow is a work of great beauty, a mythological vision of a younger America where humans strive for kindness and connection.» - Time Magazine



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


O "western" sem a mitologia


“EUA, Oregon, 1820: Otis Figowitz (John Magaro), cozinheiro, é uma figura mais ou menos anónima das convulsões de um país em expansão para Oeste; King-Lu (Orion Lee), chinês, fugido a grupo de russos, também ele especialmente dotado para a culinária, faz amizade com Otis; acabam por inventar a receita de um bolo para cuja confecção é essencial o leite que vão roubando a uma vaca de um rico proprietário... 


A sinopse poderá fazer pensar numa comédia mais ou menos burlesca, o que, em boa verdade, não será estranho a alguns momentos de "First Cow" (entre nós chamado "A Primeira Vaca da América"). De qualquer modo, a pouco e pouco, vai-se impondo um tom de assombramento trágico — mesmo quando "nada" parece acontecer, há nuvens de ameaça que instalam uma incontornável inquietação... 


Estamos, afinal, perante um "western" virado do avesso. Desde logo, porque as noções tradicionais de heroísmo e aventura parecem exteriores a tudo o que aqui acontece. Depois, porque o próprio conceito clássico de protagonismo está posto em causa — dir-se-ia que "First Cow" é uma ode a todas as personagens esquecidas da mitologia do Oeste, como se se tratasse de refazer a própria memória do Oeste segundo Hollywood. 


Nada que seja estranho, afinal, à lógica da obra da realizadora Kelly Reichardt, inclusive no domínio do "western" — recordemos o seu "Meek's Cutoff/O Atalho", também um objeto estranho cuja sedução nascia da singularidade histórica e simbólica das suas personagens. É bem verdade que, como muitos filmes contemporâneos "de tese", "First Cow" nasce de um determinismo ideológico instalado desde a cena de abertura; mas não é menos verdade que, em tempo de super-heróis, é simpático que alguém nos venha libertar dos esterótipos correntes da aventura.”



+Crítica: Expresso, À pala de Walsh, Público, Hoje Vi(vi) um Filme, Sight & Sound, The Guardian, UK Film Review, RogerEbert.



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