02 dezembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1553


A Ilha de Bergman

Título original: Bergman Island


De: Mia Hansen-Løve

Com: Tim Roth, Mia Wasikowska, Vicky Krieps

Género: Drama

Classificação: M/14

Outros dados: SUE/BEL/MEX/ALE/FRA, 2021, 112 min.



SINOPSE

Durante os meses de Verão, Chris e Tony, um casal de realizadores norte-americanos, arrendam uma casa na pequena ilha de Faro, no Mar Báltico, famosa por ter servido de cenário a algumas das mais importantes obras de Ingmar Bergman, o aclamado cineasta sueco, que ali viveu e morreu. A ideia é encontrar a inspiração de que precisam para trabalhar nos argumentos que têm em mãos. Com a passagem dos dias, influenciados pela paisagem natural e, quem sabe, pelo génio de Bergman, as suas vidas vão-se misturando com as das personagens por eles inventadas, esbatendo lentamente a linha do que é real e ficcional.


Um filme dramático com realização da francesa Mia Hansen-Løve ("O Pai dos Meus Filhos", "Um Amor de Juventude", "Éden", “Maya”). (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Cannes 2021 - Seleção Oficial em Competição



Notas da Crítica:


«de fazer parar o coração » - Indiewire


«Uma reflexão subtil e tempestuosa sobre o amor, na qual paira a sombra de Bergman» - Télérama


«Le film de Mia Hansen-Løve est une pure célébration du ‘génie’ féminin» -  MondialNews


«A invocação da obra de Bergman, da sua vida, das pequenas anedotas, funciona antes como um cobertor confortável que envolve Chris e Tony na sua vivência como casal» - À pala de Walsh



Seleção de crítica: por Manuel Halpern, na Visão.


Os fantasmas de Bergman na ilha de Fårö servem de cenário para um inspirador filme, da francesa Mia Hansen-Løve, sobre a inspiração.


“É difícil imaginar que em volta de uma personagem tão sombria e misantropa quanto a de Ingmar Bergman se desenvolva uma pequena indústria de turismo cultural, disposta a percorrer locais e décors habitados pelo cineasta na remota ilha de Fårö, no Sudeste da Suécia, onde passou os últimos anos da sua vida. Mas isso acontece. Os espaços estão preservados na medida do possível, a obra celebra-se, estuda-se redescobre-se, há um museu, uma loja de souvenirs, um Bergman Safari e residências artísticas e literárias. Por exemplo, é possível dormir no quarto que serviu de cenário a Cenas da Vida Conjugal – filme que, segundo os anfitriões, esteve na origem de um milhão de divórcios.


É neste cenário, ao mesmo tempo envolvente e insólito, que a francesa Mia Hansen-Løve situa o seu filme. Em A Ilha de Bergman, há um lado documental que se impõe. Nós queremos saber mais sobre aquela ilha e sentimo-nos envolvidos no próprio universo bergmaniano. Contudo, não é uma obra reverencial; pelo contrário, chega a haver um olhar irónico sobre o realizador.


Hansen-Løve centra a história em duas personagens: um famoso realizador e argumentista bergmaniano e a sua companheira, argumentista no início de carreira. Até certo ponto, é um filme sobre a inspiração e os seus mecanismos. A ilha, lindíssima no verão e ainda povoada pelos fantasmas de Bergman, tem o efeito desbloqueador de ideias e argumentos. A própria Mia dá por si a retratar a vida de um casal, próximo de Bergman, mas, na verdade, fá-lo num estilo pós-bergmaniano, em que as premissas são outras. Ao mesmo tempo, desenovela uma história de amor (o argumento que a personagem está a escrever), em que a referência a Bergman é clara. Talvez Mia tenha viajado até esta ilha à procura dos fantasmas de Bergman, para aprender a viver com eles na sua obra. Certo é que fez um belíssimo filme.”



+Crítica: À pala de Walsh, Magazine HD, C7nema-entrevista, Público, SapoMag, Time Out, MUBI, Indiewire, SlantMag.



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