25 novembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1552


Titane

Título original: Titane


De: Julia Ducournau

Com: Vincent Lindon, Agathe Rousselle, Garance Marillier

Género: Drama, Thriller, Ficção Científica

Classificação: M/16

Outros dados: BEL/FRA, 2021, 108 min.




SINOPSE

Combinando terror e “body horror”, um filme que a realizadora Julia Ducournau descreve deste modo: "para dar a ‘Titane’ a sua forma definitiva, concentrei-me na ideia de que através de uma mentira, podes dar vida ao amor e à humanidade. Quis fazer um filme que, pela sua violência, pudesse parecer ‘desagradável’ a princípio, mas que depois nos levasse a apegar-nos às personagens e, em última análise, a receber o filme como uma história de amor. Ou melhor, uma história sobre o nascimento do amor”.


Com “Titane”, Julia Ducournau recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes – a segunda vez, na história do festival, que o palmarés vai para uma realizadora, depois de Jane Campion com “O Piano” (1993), em “ex-aequo” com Adeus, “Minha Concubina”, de Chen Kaige. (Fonte: CineCartaz)


Prémios e Festivais:

Festival de Cannes 2021 - Vencedor do PALMA de OURO

Festival de Toronto 2021 - Vencedor do Prémio do Público

Festival de San Sebastián 2021 - Filme de Abertura



Tomatometer: 88%

c7nema ★★★★★

De Volkskrant ★★★★★

Trouw ★★★★★

MUBI ★★★★

RogerEbert ★★★★

H.Gomes-SapoMag ★★★★



Notas da Crítica:


«O filme que impressionou Cannes» - Visão


«Violent riot of a masterpiece, about cars and sex and masculinity» - Vice


«Like a sexy, grotesque lovechild of Cronenberg's Crash, Titane is a film all about transformations.» - Collider


«The most shocking film of 2021… is a nightmarish yet mischievously comic barrage of sex, violence, lurid lighting and pounding music» - Nicholas Barber, BCC


«Ducournau criou aqui uma pequena obra-prima, um filme atordoante e profundamente sensorial que esconde essencialmente um drama psicológico movido por traumas físicos. Um objeto que nos agarra, encandeia e cega. (…) Nasceu um filme de culto. O parto foi doloroso, mas simultaneamente esplendoroso e inesquecível. Imperdível.» - C7nema



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


“Em Cannes, onde ganhou a Palma de Ouro com "Titane", Julia Ducournau falou da sua profunda admiração por David Cronenberg e, em particular, pelo seu "Crash", filme que, também em Cannes, em 1996, ganhou um Prémio Especial do Júri (com o voto contra do respectivo presidente, Francis Ford Coppola).


A filiação de "Titane" parece mais ou menos óbvia — em ambos os filmes, corpo e metal parecem ser duas entidades ligadas por uma estranha sensualidade —, mas se é verdade que o trabalho de Ducournau não possui as infinitas nuances da visão de Cronenberg, não é menos verdade que não seria razoável reduzir o seu filme a uma "cópia" seja do que for. 


Que temos, então? Uma personagem central, interpretada com realismo e panache por Agathe Rousselle, que que em criança sofreu um acidente de automóvel de tal modo grave que a obriga a usar uma placa de titânio na cabeça. Quer isto dizer que o seu cérebro "metalizado" é o primeiro índice de uma existência que, na idade adulta, a vai fazer viver como um ser híbrido — dir-se-ia uma derivação tecnológica da sua própria humanidade. 


A realização de Ducournau nem sempre resiste ao pecado da ostentação, como se fosse necessário "sublinhar" o assombramento da sua heroína... Mas é um facto que "Titane" consegue levar a água ao seu moinho, evitando os lugares-comuns de um certo cinema de terror (a que, em boa verdade, não pertence), definindo-se num registo de fábula sangrenta (ou metalizada, se o adjectivo for mais sugestivo...) em que tudo vacila — das indentidades sexuais até aos laços familiares. 


"Titane" impõe-se, assim, como expressão surreal de um mundo (o nosso, hélas!) em que tudo parece imediato e transparente, ao mesmo tempo que todos parecem poder asfixiar-se numa qualquer dimensão fantasmática. Por isso mesmo, tudo se baralha: os seres humanos e as máquinas, o sexo masculino, o sexo feminino, enfim, tudo aquilo que descrevemos como sexual. Através de uma mise en scène que tem qualquer coisa de gigantesco videoclip, tudo é também apresentado com a desconcertante energia de uma ópera rock — em resumo, uma aventura para o século XXI.”



+Crítica: Visão, SapoMag, C7nema, C. Cultura e Arte, À pala de Walsh, Magazine HD, Observador, MUBI, Little White Lies.



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