06 fevereiro 2020

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1501

Título original: J'accuse

De: Roman Polanski
Com: Jean Dujardin, Louis Garrel, Emmanuelle Seigner
Género: Drama, Thriller, Histórico
Outros dados: FRA/ITA, 2019, 132 min.


SINOPSE
Adaptação do romance do mesmo título de Robert Harris, O Oficial e o Espião (que será agora também reeditado em Portugal), o filme retoma o célebre caso Dreyfus – um oficial do exército, judeu, injustamente condenado por alta traição – e é uma obra incontornável e de tremenda atualidade e que confirma Polanski como um dos maiores realizadores do cinema contemporâneo.


Prémios e Festivais:
Festival de Veneza 2019 - Grande Prémio do Júri
12 nomeações para os prémios César do cinema francês


Notas da Crítica:

«De uma modernidade arrebatadora e de uma atualidade que queima» - L’Express

«Um filme cuja violência é subterrânea e cujo tema, o antisemitismo, é mais atual do que nunca» - Le Nouvel Observateur

«Um filme do lado do cinema, do lado da arte, um campo ao qual não é fácil juntarmo-nos nos dias que correm» - Libération

«It's an absolute masterclass in how to make an historical film» - London Evening Standard

«A work destined to endure in time beyond its controversies» - Fotogramas

«The attention to detail and the emotional power of events is breathtaking» - France24

«Addictive» - Cinemanía (Spain)


Seleção de crítica: por Vasco Câmara, no Público.

«Filme magnífico sobre o fim de um tempo, J’Accuse, sobre o “caso Dreyfus” que dividiu a França na passagem do século XIX para o século XX. Não é, de facto, um filme qualquer. Mas por outras razões: porque nem todos os filmes exibem esta determinação, esta potência e este foco narrativo. Polanski, recorde-se, tem 86 anos. Mas também será por isso que J’Accuse, filmado a partir do livro An Officer and a Spy, de Robert Harris, sobre o “caso Dreyfus”, o escândalo político-judicial que dividiu a França na passagem do século XIX para o século XX, exibe tanta sabedoria, prescindindo do acessório na reconstituição dos cantos de uma Paris sombria (magistral lição de economia de meios para todos os que se atrevem ao filme de época) e de um processo judicial, e no retrato de uma sociedade à beira da catástrofe e da instituição militar que a suporta, com a sua arrogância ruinosa, letal.

J’Accuse foi o título da célebre carta que Emile Zola publicou no jornal L’Aurore em 13 de Janeiro de 1898. Dirigindo-se ao presidente da República Francesa, Félix Faure, acusava membros do aparelho militar e do governo de terem sido cúmplices na forjada condenação por traição – por passagem de documentos classificados aos alemães – de um inocente, o oficial de artilharia judeu Alfred Dreyfus. Dreyfus foi degredado para a Ilha do Diabo, um inferno que consumiu dez anos da sua vida, até finalmente ser ilibado. O “caso”, que dividiu a sociedade de um tempo banhado em antisemitismo, anunciou o que estava por vir no século XX, o Holocausto. Como diria Louis Garrel: o “caso Dreyfus” é uma história francesa que todos conhecem e que ninguém conhece.»




Sem comentários: