Quarta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1558
Título original: A Metamorfose dos Pássaros
De: Catarina Vasconcelos
Género: Documentário, Biografia
Classificação: M/12
Outros dados: POR, 2021, 101 min.
SINOPSE
Misturando documentário e ficção, este filme parte da história da família de Catarina Vasconcelos, a realizadora, com especial foco na avó paterna, que nunca chegou a conhecer, e na própria mãe. Nas palavras da realizadora, este é um filme “sobre a mãe do meu pai. A minha mãe. As mães. As mães das mães. As mães das mães das mães. Mas também acerca de um determinado período histórico que eu não tinha vivido: um período tão distinto daquele que vivemos hoje e que temos o dever de não esquecer. É um grande privilégio viver em liberdade”.(Fonte: CineCartaz)
Prémios e Festivais:
Festival de Berlim 2020 - Vencedor do Prémio FIPRESCI
Festival de Taipei 2020 - Vencedor do Prémio Especial do Júri
Festival de Vílnius 2020 - Prémio de Melhor Filme
DokuFest 2020 - Prémio de Melhor Filme
Caminhos do Cinema Português - Melhor Realização, Prémio Revelação e Prémio do Público
IndieLisboa 2020 - Melhor Realização (nacional )e Prémio do Público
Notas da Crítica:
«Uma das maiores surpresas de 2021» - Com. Cultura e Arte
«Um filme muito, mas mesmo muito bonito.» - Observador
«Um filme tremendamente bonito e delicado» - MUBI
«Filme secreto, íntimo, generoso na sua empatia, é um caso invulgar no cinema português.» - Expresso
«Filme-tributo e uma documentação da nossa própria existência.» - Adoro Cinema
«Catarina Vasconcelos consegue unir o experimental ao narrativo com sensibilidade e criatividade sem fim.» - Inês Moreira Santos
Seleção de crítica: por João Lopes, na RTP-Cinemax.
Em "A Metamorfose dos Pássaros", Catarina Vasconcelos revisita as memórias da sua família: o resultado é uma viagem intimista capaz de repensar, de forma envolvente, as relações entre o que se diz e o que é mostrado.
“Eis duas perguntas clássicas que o filme "A Metamorfose dos Pássaros", de Catarina Vasconcelos, nos faz reencontrar e, de alguma maneira, repensar:
1 — como definir a fronteira entre documentário e ficção?
2 — quais as possibilidades de relação (conjugação ou dissonância) entre as imagens e os sons?
Numa primeira resposta, deparamos com o gosto de uma liberdade formal, também ela clássica, mas nem sempre devidamente aproveitada. Aqui, pelo contrário, os resultados são sugestivos e envolventes: este é um filme que parte de um pressuposto documental — construir uma memória da família da própria realizadora — para ir acolhendo as vibrações dramáticas de uma pura ficção.
Depois, somos levados a reconhecer um outro princípio de liberdade formal que, em particular, alguns cineastas das novas vagas dos anos 60 (Godard, Resnais...) aplicaram de modo tão peculiar. A saber: a complementaridade de imagens e sons não resulta obrigatoriamente de qualquer "simultaneidade" informativa. No limite, tal simultaneidade pode resultar da uma calculada estranheza mútua — daí nascem, aliás, os momentos mais genuinamente cinematográficos de "A Metamorfose dos Pássaros", sustentado, em particular, pelo efeito coral das vozes que o habitam.
Como outras experiências da produção portuguesa recente (sobretudo no domínio das curtas-metragens), "A Metamorfose dos Pássaros" é um objecto que corre o risco de ser parasitado por um maneirismo que, em última instância, mesmo involuntariamente, ameaça desvalorizar personagens e situações. Felizmente, esse risco vai sendo superado por um risco maior: tratar a pura intimidade como cenário de um teorema de palavras e silêncios, emoções e afetos.”
+Crítica: c7nema, Hoje Vi(vi) Um Filme, A pala de Walsh, Cinema7arte, Magazine HD, Com.Cultura e Arte, Adoro Cinema, MUBI.
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