11 novembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1550


Duna

Título original: Dune


De: Denis Villeneuve

Com: Timothée Chalamet, Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan Skarsgård,  Zendaya, Charlotte Rampling, Jason Momoa, Javier Bardem, Benjamin Clémentine

Género: Drama, Acção, Ficção Científica

Classificacão: M/12

Outros dados: 2021, Cores, 155 min.



SINOPSE

Nesta grande aventura interplanetária, Timothée Chalamet dá vida a Paul Atreides, um jovem nascido numa sociedade feudal do futuro, onde várias casas nobres se digladiam para obter a preciosa especiaria melange. Esse condimento, que apenas existe no planeta Arrakis – também conhecido como Dune pela sua imponente paisagem desértica –, é usado para estender a vida humana, fazer viagens no espaço e garantir, a quem a possuir, poderes sobre-humanos.


Depois de, em 1984, David Lynch ter tentado contar a história de “Dune”, a famosa série de ficção científica escrita por Frank Herbert (1920-1986), a história é agora reinventada por Denis Villeneuve num filme que teve a sua estreia mundial na 78.º edição do Festival de Veneza (fora de concurso). Para além de Chalamet, o filme conta com a presença dos atores Stellan Skarsgård, Javier Bardem, Zendaya, Jason Momoa, Josh Brolin, Oscar Isaac, Dave Bautista e Charlotte Rampling, entre outros. A música fica a cargo de Hans Zimmer, autor de algumas das mais icónicas bandas sonoras do cinema. (Fonte: CineCartaz)



Notas da Crítica:


«Um verdadeiro presente para fãs de cinema» - Christopher Nolan, The Director’s Cut


«A obra prima épica do cinema moderno» - C. Cultura e Arte


«A spicy journey to an amazing future.» - ScreenCrush


«…Villeneuve definiu o filme como ‘uma carta de amor’ à experiência de assistir cinema em sala, e se é verdade que quanto maior a tela, mais ‘impactante’ será a experiência de sobrecarga sensorial…» -  João Araújo, À Pala de Walsh


«Denis Villeneuve’s slow-burn space opera fuses the arthouse and the multiplex to create an epic of otherworldly brilliance» - The Guardian



Seleção de crítica: por João Lopes, no RTP-CINEMAX.


Como sobreviver no planeta Arrakis?


“Seja qual for a nossa avaliação de "Duna", de Denis Villeneuve, o mínimo que se pode dizer é que esta nova versão do romance de Frank Herbert ficará como um momento emblemático das convulsões que, nos últimos anos, têm agitado o planeta cinematográfico. E escusado será lembrar que a versão de 1984, assinada por David Lynch, além de intrinsecamente diferente, surgiu num contexto de produção e difusão sem paralelismo possível com a nossa atualidade.


Porquê? Porque "Duna" surge no coração de uma encruzilhada que, sendo narrativa e estética, é também eminentemente industrial e comercial. Podemos mesmo perguntar: será que uma performance fraca junto dos espectadores vai impedir a conclusão que Villeneuve sempre desejou, isto é, a segunda parte da história de Paul Atreides e do planeta Arrakis?


Ambição não faltou a Villeneuve e à sua equipa. Dois elementos são sintomáticos disso mesmo: a imponência da conceção cenográfica, a cargo do colaborador habitual Patrice Vermette, e a pompa (talvez demasiada pompa) da música de Hans Zimmer, um talentoso especialista deste tipo de aventuras.”



+Crítica: Diário de Notícias, DN-João Lopes, Público, À pala de Walsh, Magazine HD, Com.Cultura e Arte, Empire Mag, The Observer, The Guardian, RogerEbert.



04 novembro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1549


Funeral de Estado

Título original: State Funeral


De: Sergei Loznitsa

Género: Histórico, Documentário

Classificação: M/12

Outros dados: HOL/Lituânia, 2019, Cores, 135 min.




SINOPSE

Março de 1953. Depois de 30 anos a governar a União Soviética sob um regime ditatorial, Joseph Estaline morreu. Nos dias imediatamente a seguir, os membros do comité do Partido Comunista, outrora fiéis seguidores do ditador, revelam a sua sede de poder. Nas ruas, durante as cerimónias fúnebres, centenas de milhares de pessoas surgem devastadas pela partida do ditador. 


Exibido no Festival de Cinema de Veneza, “Funeral do Estado” conta com assinatura do aclamado realizador bielorusso Sergei Loznitsa, que mostra imagens inquietantes de um povo que, apesar de ter vivido décadas de submissão e terror, se deixou enganar pelo culto à personalidade de Estaline, promovido pela máquina política soviética. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Veneza

Festival de Toronto

IndieLisboa


The Guardian ★★★★

Eye For Film ★★★★

Público ★★★★

RogerEbert ★★★


Notas da Crítica:


«The Best film of the year» - Artforum


«Uma revelação… impossível esquecer.» - Little White Lies


«Épico… uma profunda reflexão sobre o culto da personalidade de um ditador.» -  Screen International


«A work of archival ambition and psychological ambiguity, as much about obedience as it is a visually stunning time capsule» - The Washington Post


«The tone of “State Funeral” is more meditative than admonitory. It contemplates the Soviet state at almost the exact midpoint of its existence, illuminating the faces of those who lived there and at the same time reckoning with the dead weight of history.» - The New York Times 



Seleção de crítica: por João Lopes, no RTP-CINEMAX.


A política, a ditadura e o seu teatro


“O menos que se pode dizer de "Funeral de Estado", de Sergei Losznitsa, é que se trata de um objeto documental que aplica uma estratégia narrativa rara. A saber: em vez de produzir elementos descritivos ("documentais", precisamente), todo o filme é construído a partir de materiais que não foram filmados pelo realizador, neste caso as "atualidades" soviéticas sobre o funeral de Josef Estaline, em março de 1953, obtidas pelos serviços de propaganda do Partido Comunista da URSS.


Loznitsa segue um método semelhante ao de Andrei Ujica, em "Autobiografia de Nicolae Ceausescu" (2010): acompanhamos os eventos públicos metodicamente organizados pelo aparelho de Estado soviético, desde o anúncio da morte do ditador até à caminhada da multidão a contemplar as flores acumuladas na Praça Vermelha, passando pelos discursos dos responsáveis do partido.


Assistimos, assim, a um verdadeiro teatro político, tanto mais impressionante quanto tudo acontece perante a silenciosa quietude de multidões literalmente geridas pela propaganda do Estado comunista — são múltiplos painéis de rostos, escutando um discurso tendencialmente religioso, santificando Estaline (e não há qualquer exagero na utilização da noção de santificação).


O documento é tanto mais impressionante quanto, poucos anos depois, em 1956, o 20º Congresso do Partido Comunista viria denunciar o "culto da personalidade" de Estaline, dando a conhecer o trágico inventário de milhões de mortos causados pelos seus métodos. Ou como o cinema sabe revisitar o património simbólico das imagens, ajudando-nos a compreender as convulsões da história.”



+Crítica: MUBI, Público, Hoje vi(vi) um Filme, Magia do RealEye For Film, RogerEbert, The Guardian, Slant Magazine, Sight&Sound.



28 outubro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1548


O Pecado

Título original: Il Peccato


De: Andrei Konchalovsky

Com: Adriano Chiaramida, Yuliya Vysotskaya, Orso Maria Guerrini, Alberto Testone

Género: Drama, Biografia

Classificação: M/12

Outros dados: RUS/ITA, 2019, 134 min.




SINOPSE

Com realização e argumento de Andrey Konchalovskiy, este é um retrato de Michelangelo na sua relação com o seu trabalho, particularmente, com a pedra - o mármore branco - do qual nasceram algumas das maiores obras artísticas do mundo, tais como a sublime estátua de David. (Fonte: Festa do Cinema Italiano)



Prémios e Festivais:

Festival de Roma - 

Festival do Cairo - 

Nika Awards - Vencedor de Melhor Fotografia, Melhor Guarda-Roupa, Melhor Produção



The Guardian ★★★★

Eye For Film ★★★★

Corriere Della Sera ★★★★

Il Fatto Quotidiano ★★★★

Slant Mag ★★★



Notas da Crítica:


«Miguel Ângelo entre a beleza divina e o inferno de Dante» - Inês Lourenço, Diário de Notícias


«Um fascinante retrato de Miguel Ângelo.» - Screendaily


«Sin Gives Vibrant Expression to the Paradox of Michelangelo’s Art» -  SlantMag


«Mordant and furiously energetic... This is how you make a film about artistic heroism without a hero.» - The Nation


«An austere, demanding sit, “Sin” nevertheless has a stubborn integrity... The film finds its pulse, and an image that captures the magnitude of the artist’s obsession, when Michelangelo takes on the Herzogian task of conveying an intact block of marble from a vertigo-inducing quarry in Carrara to lower ground.» - The New York Times 



Seleção de crítica: por Inês Lourenço, no Diário de Notícias.


Um filme em que a arte é coisa mundana. Sin - O Pecado, de Andrei Konchalovsky, não é um biopic do homem da Renascença italiana, mas uma meditação sobre os contrastes do artista atormentado que não chegava para as encomendas.


Interpretado por Alberto Testone, quase com a mesma garra com que Kirk Douglas interpretou Vincent van Gogh, o escultor de David e da Pietà encontra-se aqui na condição de um génio serviçal, com muitos demónios ativos e mais encomendas do que aquelas que é capaz de levar até ao fim. "Cada um dos meus projetos vai para além do limite das minhas forças", diz a certa altura. E é ainda enquanto trabalha a pintura no teto da Capela Sistina que testemunhamos o fervor que punha em cada obra, segundo rezam as crónicas, ignorando o sono, as refeições e o banho... Forçado a dar como terminado esse trabalho que o ocupou durante quatro anos, Miguel Ângelo sai da capela em pânico com a ideia de ter ali uma obra menor. Mas quando um dos seus aprendizes lhe traz a notícia de que o Papa Júlio II considera os frescos uma obra "divina", sabemos que o divino é um caminho com muito de inferno terreno.


Em pano de fundo de O Pecado está a rivalidade entre os Della Rovere e os Médici, duas famílias influentes no início século XVI, com Miguel Ângelo pelo meio, a fazer equilibrismo. Assim que Júlio II morre, o artista deve dedicar-se às dezenas de esculturas que irão adornar o mausoléu (nunca concluído) desse membro dos Della Rovere. Mas, apesar do compromisso, assim que é solicitado pelo novo Papa no Vaticano, Leão X, do clã Médici, não se sente capaz de recusar a encomenda da fachada da Basílica de São Lourenço. Uma atitude que tem tanto de ganância workaholic (não queria que Rafael ficasse com o serviço) quanto de vaidade e orgulho desmedidos. A sua única condição era que o deixassem trabalhar sozinho.


A abordagem de Konchalovsky desta ideia de grandeza não é, em todo o caso, um mero sublinhar daquilo que "o monstro" de mármore simboliza. A sua justa consciência pictórica está por toda a parte, em cada plano que, por um lado, escapa ao efeito mimético da pintura da época, e, por outro, capta a Renascença italiana através das ruas mais escuras e sujas. Um olhar que expulsa qualquer réstia de romantismo, sem deixar de procurar no contraste bíblico e dantesco de Miguel Ângelo a inquietação da genialidade. Estamos a falar de alguém que sabia de cor a primeira parte de A Divina Comédia de Dante: O Inferno.”



+Crítica: Público, ABC-entrevista, Eye for Film, Screen Daily, The New York Times, Slant Magazine.



21 outubro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1547


Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental

Título original: Bad Luck Banging Or Loony Porn


De: Radu Jude

Com: Katia Pascariu, Claudia Ieremia, Olimpia Malai

Género: Comédia Dramática

Classificação: M/18

Outros dados: GB/LUX/Croácia/ROM/SUI, 2021, 106 min.




SINOPSE

Vencedor do Urso de Ouro no 71º Festival de Berlim, este filme do romeno Radu Jude (“Uppercase Print”) centra-se numa professora de história do secundário, Emi, que se vê a braços com o escândalo causado por uma “sextape” sua com o marido que vai parar à internet. Ela decide não ceder à pressão dos pais dos seus alunos para se demitir, e é esse o mote para esta sátira social rodada e passada em plena pandemia de covid-19. (Fonte: CineCartaz)



Prémios e Festivais:

Festival de Berlim - Vencedor do URSO de OURO

Festival de Pula (Croácia) - Vencedor do Melhor Filme

Festival de San Sebastian - Seleção Oficial

IndieLisboa - Seleção Oficial


The Guardian ★★★★

Corriere Della Sera ★★★★

Il Fatto Quotidiano ★★★★


Notas da Crítica:


«Surpreendente» - Corriere Della Sera


«Uma hilariante sátira atual, um dos grandes filmes do ano.» - Duarte Mata, À Pala de Walsh


«Berlim condecorou um catastrófico filme pornográfico… no bom sentido» - Hugo Gomes, SapoMag


«O filme-provocação que conquistou Berlim» - Expresso


«Em suma, começa como um Sá Leão caseiro, parte para um Antonioni mal-educado, segue para um Godard mordaz e acaba num Buñuel audacioso. A inventidade insólita da mistura de registos individuais do filme é só equiparável ao entusiasmo eufórico que o seu todo suscita.» - À Pala de Walsh 


Seleção de crítica: por Manuel Halpern, na Visão.


“O filme romeno que ganhou o Urso de Ouro em Berlim é um ousado retrato dos efeitos perversos da pandemia. "Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental" chegou aos cinemas


Uma professora de um colégio faz um vídeo caseiro com o seu marido, na sua própria casa, que inusitadamente acaba por ser partilhado em sites de pornografia na internet. Este é o insólito ponto de partida de Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental, o mais recente filme do romeno Radu Jude, vencedor de um Urso de Ouro em Berlim. O realizador parte daqui para fazer um retrato de uma sociedade abalada pela pandemia, refletindo, com a capacidade irónica (e autoirónica) a que o recente cinema romeno nos habituou, sobre a sociedade em tempos de confinamento. Sem pudor nem receio de ferir suscetibilidades, oferece-nos logo o explícito vídeo porno caseiro inadvertidamente publicado online como preâmbulo. Mostra-nos as imagens para nos libertar delas: deixam de nos suscitar curiosidade e passamos a estar concentrados nas suas consequências.


Na primeira parte, acompanhamos a professora num périplo apressado por Bucareste, em plena pandemia. A cidade é uma panela de pressão. Talvez as ruas não estejam tão povoadas como era hábito da capital romena no cenário pré-pandémico, mas os poucos que lá estão funcionam em fricção permanente. É uma cidade em ebulição. Enquanto isso, a própria vai falando aflita ao telefone, com o marido e com o advogado, sabendo da informação de que o vídeo voltou à internet e tentando apagá-lo novamente. Não para de andar. Mas por mais que se apresse não consegue alcançar o ritmo do mundo, o ritmo das redes sociais, o ritmo das partilhas indevidas.


Na segunda parte, encontramos um ambiente à Miguel Gomes. Parte da direção da escola acha que a professora, por ser obscena, à imagem do que se viu no vídeo, não tem condições para dar aulas. Então é promovido um julgamento, em que se analisa a situação e se decide sobre o seu futuro. Nessa sessão é exibido o vídeo. Mas o filme não trata do pudor, trata antes das falsas questões morais, no desmonte da sociedade. E, ao mesmo tempo, aborda um dos mais prementes temas da pandemia: a separação entre a esfera pública e a privada, entre o íntimo e o partilhável. Radu Jude, de maneira brilhante, arrisca uma forma diferente de fazer cinema e realiza um dos melhores filmes de 2021.”



+Crítica: Expresso, Diário de Notícias, Cinema7arte, À pala de Walsh, Hoje vi(vi) um Filme, MagSapo1, MagSapo2Comunidade Cultura e Arte, c7nema, Sight&Sound.



14 outubro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1546


Be Natural - A História Nunca Contada de Alice-Guy Blaché

Título original: Be Natural: The Untold Story of Alice Guy-Blaché


De: Pamela B. Green

Género: Documentário

Classificação: M/12

Outros dados: EUA, 2018, 103 min.



SINOPSE

Alice Guy-Blaché nasce em Saint-Mandé (França), a 1 de Julho de 1873. Durante a década de 1890, é contratada como secretária por Leon Gaumont (1864-1946), um homem muito à frente do seu tempo que cria a empresa fotográfica Gaumont et compagnie – que mais tarde se dedicaria à produção de filmes. Pioneira do cinema francês, é tida como a primeira mulher a produzir, realizar e escrever filmes com elementos ficcionais. Entre 1896 a 1906, foi chefe de produção do estúdio de Gaumont e provavelmente a única mulher realizadora deste período. O filme “La Fée aux Choux” (1896), realizado exclusivamente por ela, tem por base um antigo conto francês, sendo a primeira produção cinematográfica de sempre com conteúdos narrativos. Em 1906, filmou “La vie du Christ”, uma grande produção com centenas de figurantes e 34 minutos de duração – algo inédito naquela época. Visionária, em 1910 era administradora da “Solax Company”, o estúdio que criou em Nova Iorque com Herbert Blaché, seu marido na altura. 


Alice Guy-Blaché morreu a 24 de Março de 1968, em Wayne (Nova Jérsia, EUA). Tinha 94 anos. Com este documentário narrado por Jodie Foster,  a realizadora Pamela B. Green mostra a importância da sua cinematografia no contexto da história do cinema, ao mesmo tempo que tenta analisar as razões pelas quais é tão pouco conhecida pelo público em geral. (Fonte: CineCartaz)


«Quem sabe quem foi Alice Guy-Blaché? Quase todos reconhecem o nome dos irmãos Lumière, mas quantos saberão o nome da primeira mulher a realizar um filme?»

www.aliceguyblache.com



Prémios e Festivais:

Festival de Cannes em 2018 - Seleção para o L’Oeil D’Or (prémio de documentário).

Vencedor de Melhor Documentário: Festival de Banguecoque, Festival de Monadnock, Festival de Vancouver, FOCAL Awards, Clio Awards, ADC Awards.



Observador ★★★★★

Time Out ★★★★★

RogerEbert ★★★


Notas da Crítica:


«A detective story up a biopic and it all works» - Deadline


«Este documentário de Pamela B. Green narrado por Jodie Foster, é uma detalhada, enérgica e estupenda homenagem à primeira mulher realizadora, Alice Guy-Blaché.» - Observador



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.

À descoberta de Alice Guy-Blaché


“Por ironia ou desencanto, podemos dizer que Alice Guy-Blaché (1873-1968) é um dos segredos mais bem guardados da história do cinema. De facto, a sua condição de pioneira não se esgota no facto de ter sido uma pioneira feminina. Ela foi também uma pioneira do próprio cinema, uma vez que começou a realizar filmes em 1896 ("La Fée aux Choux"), isto é, um ano depois de os irmãos Lumière terem promovido a primeira sessão pública do cinematógrafo.


O filme "Be Natural - A História Nunca Contada de Alice Guy-Blaché", de Pamela B. Green, com narração de Jodie Foster, possui o fundamental valor de dar visibilidade à história e à obra de Alice Guy-Blaché. Entenda-se: ao modo como ela foi, de facto, uma notável criadora, da produção à rodagem dos filmes, sem esquecer a atenção ao trabalho dos atores.


"Be natural" — à letra: Sê natural — era mesmo uma expressão que, com intuito didáctico, ela colocou num grande cartaz no seu estúdio, apostando em suscitar nos actores uma "naturalidade", porventura um "naturalismo", que os libertasse de qualquer dependência do teatro.


Fica, de qualquer modo, a certeza de que Alice Guy-Blaché foi, em última instância, uma genuína narradora, capaz de pressentir os elementos específicos (escala, duração, montagem, etc.) da linguagem cinematográfica. Eis o exemplo, insólito, perverso e atualíssimo de "Les Résultats du Féminisme" (1906). 



+Crítica: DN-entrevista, JN-entrevista, Time Out, Público, Observador, MagazineHD, Cenas de Cinema, The LA Times, RogerEbert, Movie Nation.