14 outubro 2021

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1546


Be Natural - A História Nunca Contada de Alice-Guy Blaché

Título original: Be Natural: The Untold Story of Alice Guy-Blaché


De: Pamela B. Green

Género: Documentário

Classificação: M/12

Outros dados: EUA, 2018, 103 min.



SINOPSE

Alice Guy-Blaché nasce em Saint-Mandé (França), a 1 de Julho de 1873. Durante a década de 1890, é contratada como secretária por Leon Gaumont (1864-1946), um homem muito à frente do seu tempo que cria a empresa fotográfica Gaumont et compagnie – que mais tarde se dedicaria à produção de filmes. Pioneira do cinema francês, é tida como a primeira mulher a produzir, realizar e escrever filmes com elementos ficcionais. Entre 1896 a 1906, foi chefe de produção do estúdio de Gaumont e provavelmente a única mulher realizadora deste período. O filme “La Fée aux Choux” (1896), realizado exclusivamente por ela, tem por base um antigo conto francês, sendo a primeira produção cinematográfica de sempre com conteúdos narrativos. Em 1906, filmou “La vie du Christ”, uma grande produção com centenas de figurantes e 34 minutos de duração – algo inédito naquela época. Visionária, em 1910 era administradora da “Solax Company”, o estúdio que criou em Nova Iorque com Herbert Blaché, seu marido na altura. 


Alice Guy-Blaché morreu a 24 de Março de 1968, em Wayne (Nova Jérsia, EUA). Tinha 94 anos. Com este documentário narrado por Jodie Foster,  a realizadora Pamela B. Green mostra a importância da sua cinematografia no contexto da história do cinema, ao mesmo tempo que tenta analisar as razões pelas quais é tão pouco conhecida pelo público em geral. (Fonte: CineCartaz)


«Quem sabe quem foi Alice Guy-Blaché? Quase todos reconhecem o nome dos irmãos Lumière, mas quantos saberão o nome da primeira mulher a realizar um filme?»

www.aliceguyblache.com



Prémios e Festivais:

Festival de Cannes em 2018 - Seleção para o L’Oeil D’Or (prémio de documentário).

Vencedor de Melhor Documentário: Festival de Banguecoque, Festival de Monadnock, Festival de Vancouver, FOCAL Awards, Clio Awards, ADC Awards.



Observador ★★★★★

Time Out ★★★★★

RogerEbert ★★★


Notas da Crítica:


«A detective story up a biopic and it all works» - Deadline


«Este documentário de Pamela B. Green narrado por Jodie Foster, é uma detalhada, enérgica e estupenda homenagem à primeira mulher realizadora, Alice Guy-Blaché.» - Observador



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.

À descoberta de Alice Guy-Blaché


“Por ironia ou desencanto, podemos dizer que Alice Guy-Blaché (1873-1968) é um dos segredos mais bem guardados da história do cinema. De facto, a sua condição de pioneira não se esgota no facto de ter sido uma pioneira feminina. Ela foi também uma pioneira do próprio cinema, uma vez que começou a realizar filmes em 1896 ("La Fée aux Choux"), isto é, um ano depois de os irmãos Lumière terem promovido a primeira sessão pública do cinematógrafo.


O filme "Be Natural - A História Nunca Contada de Alice Guy-Blaché", de Pamela B. Green, com narração de Jodie Foster, possui o fundamental valor de dar visibilidade à história e à obra de Alice Guy-Blaché. Entenda-se: ao modo como ela foi, de facto, uma notável criadora, da produção à rodagem dos filmes, sem esquecer a atenção ao trabalho dos atores.


"Be natural" — à letra: Sê natural — era mesmo uma expressão que, com intuito didáctico, ela colocou num grande cartaz no seu estúdio, apostando em suscitar nos actores uma "naturalidade", porventura um "naturalismo", que os libertasse de qualquer dependência do teatro.


Fica, de qualquer modo, a certeza de que Alice Guy-Blaché foi, em última instância, uma genuína narradora, capaz de pressentir os elementos específicos (escala, duração, montagem, etc.) da linguagem cinematográfica. Eis o exemplo, insólito, perverso e atualíssimo de "Les Résultats du Féminisme" (1906). 



+Crítica: DN-entrevista, JN-entrevista, Time Out, Público, Observador, MagazineHD, Cenas de Cinema, The LA Times, RogerEbert, Movie Nation.



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