29 julho 2021

Quinta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1536


Raparigas

Título original: Las Niñas


De: Pilar Palomero

Com: Andrea Fandos, Natalia de Molina, Zoe Arnao, Julia Sierra

Género: Drama

Classificação: M/12

Outros dados: ESP, 2020, 97 min.




SINOPSE

Espanha, Primavera de 1992. Celia (Andrea Fandos), estudante num colégio de freiras conhecido pelo seu rigor e conservadorismo, vive com a mãe, que faz o que pode para lhe dar a melhor educação. A adolescente, até aí tranquila, estudiosa e obediente, muda completamente quando conhece Brisa (Zoe Arnao), uma aluna vinda de Barcelona que ali chega cheia de confiança e de ideias diferentes. As duas tornam-se grandes amigas e entram juntas na complexa fase da adolescência, onde o mundo que até aí conheceram se transforma num lugar cheio de desafios.


Um drama sobre a adolescência realizado pela espanhola Pilar Palomero, na sua estreia em realização de longas-metragens. (Fonte: CineCartaz)


«’Venho para me confessar, senhor Padre, porque pequei. – Que pecados haveis cometido, minha filha? – Nem sei.’» - diálogo do filme



Prémios e Festivais:

GOYA 2021: Vencedor dos Prémios do cinema espanhol nas categorias de Melhor Filme, Melhor Primeira Obra, Melhor Argumento Original e Melhor Direção de Fotografia.


Festival de Berlim - Generation Kplus

Festival de San Sebastián - Prémio Dunia Ayaso

Festival de Málaga - Biznaga de Ouro para Melhor Filme Espanhol (Pilar Palomero); Biznaga de Prata para Melhor Fotografia (Daniela Cajías), Prémio Feroz Puerta Oscura para Melhor Filme (Pilar Palomero)

Prémios José María Forqué - Melhor Filme



Rotten Tomatoes - Classificação: 100%


El Confidencial ★★★★★

El Mundo ★★★★

c7nema ★★★★

Público ★★★



Notas da Crítica:


«O Filme Espanhol do Ano.» - Andrea G. Bermejo, Cinemanía


«O espírito da Espanha dos anos 90» - Público


«É soberba em cada detalhe, precisa, com voz própria» - Luis Martinez, El Mundo


«Uma pequena joia que dará muito que falar, não só na temporada de prémios, mas também entre os novos realizadores que verão em ‘Raparigas’ uma referência a seguir.» - Marta Medina, El Confidencial


«The performances from these young actors are terrific when taken separately, but what works best is the dynamic between them. The looks that these girls exchange are so rich that they are little movies in themselves.» - The Hollywood Reporter



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.


Espanha, corpo e alma


“Face a um objeto tão especial como "Raparigas" — eleito melhor filme espanhol nos prémios Goya referentes a 2020 —, talvez seja inevitável evocarmos algumas referências da produção de Espanha. Desde logo, Luis Buñuel, claro, pelo assombramento erótico, intrinsecamente sexual, de todas as cenas do quotidiano. E também Pedro Almodóvar, pela forma como esse assombramento se refaz em diversos modos de aprendizagem e educação...


Seja como for, vale a pena deixar claro que o trabalho de Pilar Palomero (também argumentista, aqui a estrear-se na realização de longas metragens) não depende de qualquer lógica de "imitação" seja de quem for. À sua maneira, sóbria e singular, "Raparigas" é também um filme sobre uma alma espanhola que, aqui, se exprime, através das personagens jovens que o título identifica.


E quem diz alma, diz corpo. As alunas de um colégio religioso existem, assim, numa encruzilhada: por um lado, são ensinadas a conceber uma existência (feminina) em que o sexo faz parte de uma austera ordem familiar, apresentada como única, indiscutível e redentora; por outro lado, a sua relação com o mundo "lá fora" permite-lhes perceber que nada é tão evidente ou esquemático, até porque vivem um tempo de muitas transformações (começo da década de 1990) que desafia e questiona a sua credulidade.


O mais interessante da estrutura narrativa montada por Palomero é que nada disso surge reduzido a modelos "sociológicos" ou conflitos "morais". "Raparigas" tem mesmo como linha de força fundamental a relação entre uma das alunas, Celia (Andrea Fandos) e a sua mãe (Natalia de Molina), estabelecendo subtis relações dramáticas entre a paisagem educacional e os silêncios do espaço familiar. Em resumo: uma verdadeira revelação.”



+Crítica: Diário de Notícias, c7nema, Público, Cineuropa, Hollywood Reporter, Young Critic Movies, Variety-interview.



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