Quarta-feira | 19h | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1523
Título original: Museo
De: Alonso Ruizpalacios
Com: Gael García Bernal, Simon Russell Beale, Lynn Gilmartin
Género: Drama
Classificação: M/14
Outros dados: MEX, 2018, 128 min.
SINOPSE
Durante a madrugada do dia 25 de dezembro de 1985, os estudantes Juan Núñez e Benjamín Wilson (Gael García Bernal e Leonardo Ortizgris) entram no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México, enganam as fortes medidas de segurança, e roubam artefactos de grande valor etnográfico. Assim que soa o alarme, as autoridades mexicanas fazem de tudo para encontrar os culpados e recuperar o saque antes que seja levado para fora do país. O que ninguém poderia imaginar era que o crime tinha sido cometido por ladrões amadores que se vêem a braços com um grave problema: agora que são procurados pela polícia, como vão encontrar quem que se arrisque a fazer negócio com o resultado do assalto mais badalado do país?
Baseado na história verdadeira do famoso assalto da noite de Natal de 1985, é uma comédia de ação com assinatura de Alonso Ruizpalacios (realizador multi-premiado de “Gueros” - exibido pelo Cineclube Octopus em 2017).
Prémios e Festivais:
Festival de Berlim - Vencedor do Urso de Prata para Melhor Argumento
Festival de Toronto - seleção oficial
Notas da Crítica:
«Genial e bizarro» - The Guardian
«Emocionante, grandioso e cheio de suspense» - The Hollywood Reporter
«Das melhores interpretações de Gael Garcia Bernal» - Comingsoon.net
«Depois de Iñarritu, Alonzo Ruizpalacios é a nova grande revelação do cinema mexicano» - The Playlist
Seleção de crítica: por Heitor Romero, no Cineplayers.
As surpresas da vida ordinária
“Museu (Museo, 2018) é um filme que parte de uma premissa tão absurda, que chega a ser surpreendente saber que se inspira em fatos reais, e não nas tradições do subgênero de filmes de assalto cometidos por pessoas comuns. Nos anos 1980, dois veterinários conseguiram a façanha de roubar mais de cem peças raras e driblar toda a segurança em um museu mexicano, para depois vagarem pelo país sem saber exatamente para quem vender os artefatos. O diretor Alonso Ruizpalacios encontra esse caso real para montar um panorama ora cômico, ora tenso, ora singelo sobre os valores morais de uma geração e uma discussão interessante sobre o valor atribuído a peças de arte que na maior parte do tempo passam esquecidas por todos e que, em retrospecto, só foram parar em algum museu porque também foram roubadas de alguma outra civilização em épocas anteriores.
A beleza de Museu é nunca se levar muito a sério e sempre transitar numa linha bem difícil de comicidade sutil e implícita, nunca demasiado expositiva. O tom farsesco de filme de gênero, com direito a várias reproduções de cacoetes e vícios comuns no cinema hollywoodianos, mas sempre readaptado ao panorama do cinema latino, é uma forma inteligente de satirizar toda a iniciativa e brincar com a principal questão na vida de um sujeito ordinário que, contra todas as probabilidades, consegue um feito extraordinário: e agora, o que fazer?
Parte do bom saldo final se deve à construção dos personagens principais, em especial Juan, vivido por Gael García Bernal, ator de grande talento, mas que raras vezes encontra um filme à altura de suas performances. Seu papel aqui é o de um homem incrivelmente ingênuo, que planeja tudo no maior amadorismo e que sequer tem noção da loucura que está cometendo, o que torna muito mais fácil para o roteiro caminhar para uma virada em sua segunda metade, quando tudo se converte em uma espécie de road movie de dois parceiros errantes procurando um comprador. O subtexto que trata das origens de Juan, seus vínculos familiares, suas bases, dá credibilidade mesmo dentro de um enredo de tão difícil verossimilhança.[…]”
+Crítica: DN, Público, c7nema, Plano Crítico, New York Times, Screenanarchy, Chicago Reader, Alwaysgoodmovies, Sight & Sound, RogerEbert.
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