10 setembro 2020

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1508

Título original: Tristeza e Alegria na Vida das Girafas

De: Tiago Guedes
Com: Gonçalo Waddington, Miguel Guilherme, Miguel Borges, Maria Abreu
Género: Aventura
Classificação: M/14
Outros dados: POR, 2019, 109 min.


SINOPSE
Uma menina de 10 anos atravessa a cidade de Lisboa em busca da única pessoa que pode ajudá-la: o primeiro ministro. É uma viagem de fantasia através da voz de uma criança que empreende a tarefa enciclopédica de tentar explicar o mundo. 

Adaptação da peça de teatro homónima de Tiago Rodrigues, "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas", é uma comédia dramática sobre as dores de crescimento, com realização e argumento de Tiago Guedes ("A Herdade") e banda sonora de Manel Cruz.


Prémios e Festivais:
Competição Nacional - IndieLisboa (2019)
Competição Internacional - Guadalajara Festival 2019

Notas da Crítica:

«O mínimo que se pode dizer é que estamos perante um inclassificável objeto de cinema, absolutamente solitário na atual produção portuguesa.» - João Lopes



Seleção de crítica: por João Lopes, no Cinemax-RTP.

«É caso para dizer: se uma girafa incomoda muita gente, um urso incomoda muito mais... Que é como quem diz: está é a história insólita, desconcertante, provocatória e poética, de uma menina (Maria Abreu), de cognome "Girafa", que com o seu urso de peluche (Tonan Quito), vive aquele que será, talvez, o derradeiro capítulo da infância...

Para realizar "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas", Tiago Guedes partiu de um espectáculo teatral escrito e encenado por Tiago Rodrigues (Culturgest, 2011) construindo aquilo que talvez possamos designar como uma fábula relutante. Entenda-se: esta é a história de um universo artificioso em que há um urso que não pára de falar (para mais, aplicando o calão, frase sim, frase não...), ao mesmo tempo lembrando-nos sempre a verdade muito cândida dos cenários urbanos (lisboetas) em que tudo acontece.

O mínimo que se pode dizer é que estamos perante um inclassificável objeto de cinema, absolutamente solitário na atual produção portuguesa. E tanto mais quanto será normal que o espectador identifique Tiago Guedes "apenas" através da experiência melodramática de "A Herdade".

Sem recear integrar a teatralidade das situações e dos diálogos, aceitando os riscos e consequências de tal ambivalência expressiva, "Tristeza e Alegria na Vida das Girafas" possui, afinal, uma interrogação visceral sobre as ilusões e as dores (e também a gratificação) de superar as fronteiras da infância. Como em todas as verdadeiras fábulas, essa é uma lição que vale a pena descobrir. »





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