13 junho 2019

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1458
Título original: Ahlat Agaci

De: Nuri Bilge Ceylan
Com: Dogu Demirkol, Murat Cemcir, Bennu Yildirimlar, Hazar Ergüçlü
Género: Drama
Classificação: M/14
Outros dados: ALE/Bósnia/Turquia/SUE/FRA/Macedónia, 2018, 188 min.


SINOPSE
Apaixonado por literatura, Sinan está disposto a fazer o que estiver ao seu alcance para ser um escritor de sucesso. Quando, após terminar o curso universitário, regressa à pequena cidade turca onde nasceu, decide que será ali que o seu sonho se tornará realidade. Porém, para pagar uma dívida do pai, destruído pelo vício do jogo, vai ver o seu sonho adiado uma vez mais.

Em competição no Festival de Cinema de Cannes, um drama familiar da autoria do turco Nuri Bilge Ceylan, cujo currículo em Cannes é assinalável: Grande Prémio em 2003 e em 2011 por "Uzak" e "Era Uma Vez na Anatólia", respetivamente; Prémio de Realização em 2008 por "Os Três Macacos"; e Palma de Ouro em 2014 por "Sono de Inverno".

“Um filme delicado, humano, belo e magnificamente interpretado.” - THE GUARDIAN ★★★★★

“Um filme de uma beleza plástica quase desconcertante.” - LIBÉRATION ★★★★★

“Um filme-a-fluir que investiga cuidadosamente a alma humana num cenário de paisagens de uma beleza de tirar o fôlego.” - LES INROCKUPTIBLES ★★★★




Seleção de Crítica: por Eurico de Barros, in Timeout.pt

Só mesmo um grande realizador pode pegar numa situação tão banal, tão batida, como um beijo entre um homem e uma mulher sob um ramo de árvore agitado pelo vento, e filmá-la como se fosse nova. O turco Nuri Bilge Ceylan fá-lo no seu filme mais recente, A Pereira Brava, ao mesmo tempo que reitera o seu notável talento visual, o sentido da imagem inédita e da beleza plástica que arrebata, associados à capacidade de transmitir sentimentos e estados de espírito através da paisagem e dos elementos. Nos seus filmes – e isso acontece aqui de novo – a neve não é só um mero fenómeno meteorológico. É também um sinal exterior do que vai por dentro das personagens, um correlativo de uma situação emocional e anímica específica. 

[…] A Pereira Brava é um filme mais tagarela que o habitual em Ceylan (até se fala em religião e em política), mas nem por isso ele abdica dos seus longos silêncios, da sua natureza contemplativa e da atenção à paisagem. E toda a beleza e emoção contidas na surpreendente sequência final entre pai e filho, coroam de forma admirável um filme com mais de três horas que nunca exasperam ou pesam no espectador.



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