Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett
Sessão #1457
Título original: Us
De: Jordan Peele
Com: Anna Diop, Elisabeth Moss, Lupita Nyong'o
Género: Terror
Classificação: M/16
Outros dados: EUA, 2019, 120 min.
SINOPSE
Para escapar à agitação do dia a dia, Adelaide e Gabe Wilson levam os dois filhos para uns dias tranquilos numa casa de praia em Santa Cruz, Califórnia. Tudo corre como o previsto até, numa noite, receberem a visita de quatro pessoas que, para seu espanto e horror, são a cópia exacta de cada um deles. Esses duplos são idênticos a si na aparência, mas também na forma de pensar. E o mais terrível de tudo isso é que estão ali com um único propósito: acabar com as suas vidas.
Um "thriller" psicológico produzido, escrito e realizado por Jordan Peele, depois do enorme sucesso do oscarizado "Foge" (2017).
Crítica: À Pala de Walsh, Público, Magazine-HD, RogerEbert, The Guardian, The New Yorker, Vox, The New York Times.
Jordan Peele’s “Us” Is a Colossal Cinematic Achievement. NEW YORKER
Se "Foge" é dirigido aos anos de Barack Obama e à esperança promissora de Hillary Clinton, "Nós" visa sobretudo Donald Trump e o seu lema “Make America Great Again”. À PALA DE WALSH
Seleção de Crítica: por João Lopes, in Diário de Notícias
Cinema de terror? É, hoje em dia, um espaço em que se cruza a experimentação mais interessante com a rotina mais banal. E podemos ter a certeza que o americano Jordan Peele se distingue por uma aversão a clichés que, no limite, o leva a desafiar os nossos pressupostos de espetadores.
Porque é que o novo filme de Jordan Peele se chama Nós? A pergunta tem tanto de rudimentar como de sugestivo. E é, obviamente, motivada. Não precisamos de a recobrir com qualquer mistério mais ou menos esotérico.
[…]
Não se trata, entenda-se, de incluir Nós na hiper-abundância de filmes de terror que tomou conta de uma parte significativa do mercado. Jordan Peele será tudo o que se quiser, menos um funcionário de qualquer formatação de qualquer género. Já o sabíamos, claro, através da sua primeira longa-metragem, Foge (2017), brilhante parábola sobre a coexistência de negros e brancos na América contemporânea (que lhe valeu um Óscar de melhor argumento original).
[…]
Somos confrontados com uma série de peripécias (muitas e surpreendentes!) que vão adensar e, por fim, "explicar" todo este jogo de duplos mais ou menos fantasmáticos…
[…]
Que medos são esses? A resposta a tal pergunta está longe de ser automática. Em boa verdade, envolve as dúvidas e perplexidades que ecoam na filosofia existencial que atravessa um filme como Nós. Porquê? Porque Jordan Peele coloca em cena o assombramento que habita a própria comunidade em que tudo acontece. Como se os indivíduos e as famílias deparassem com a indizível perturbação de não se reconhecerem nos seus vizinhos e semelhantes...
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