Enquanto os protestos políticos contra um Governo cada vez mais autoritário se intensificam no Irão, Iman, juiz e investigador do tribunal revolucionário de Teerão, luta para cumprir ordens e manter o seu lugar. Quando a arma que lhe foi atribuída desaparece, ele começa a suspeitar da mulher e das duas filhas, que se afirmam contra a repressão e repudiam o facto de, a mando dos seus superiores, ele ter o poder de assinar sentenças de morte sem investigação, avaliação de provas ou julgamento. Essa desconfiança acaba por escalar a um ponto de não-retorno, levando-o a tomar medidas drásticas que vão pôr em causa os fortes laços que sempre os uniram.
Galardoado com o Prémio Especial do Júri, o Fipresci e o Prémio do Júri Ecuménico no Festival de Cannes, considerado o melhor filme estrangeiro pela associação National Board of Review (NBR) e nomeado para o Óscar de melhor filme internacional (Irão), um drama político escrito, realizado e co-produzido pelo cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, também autor de O Mal Não Existe (2020), que lhe valeu o Urso de Ouro em Berlim.
Rasoulof utilizou imagens de protestos reais pela morte de Mahsa Amini – uma jovem de 22 anos que morreu em Setembro de 2022, sob custódia da “polícia da moralidade" islâmica – e foi condenado a oito anos de prisão pelas autoridades iranianas. Para escapar, atravessou a pé a fronteira e, em Abril de 2024, chegou à Alemanha, um dos países co-produtores deste filme. PÚBLICO
De: Rachel Szor, Yuval Abraham, Hamdan Ballal, Basel Adra
Género: Documentário
Classificação: M/12
Produção: NOR, Palestina
Duração: 92 min
Sinopse:
Num acto de resistência e busca de justiça para o conflito israelo-palestiniano, o filme conta a história da aliança (e consequente amizade) entre o palestiniano Basel Adra e o israelita Yuval Abraham, dois jornalistas que decidiram unir-se para denunciar a violência e as consecutivas demolições das habitações de Masafer Yatta – um conjunto de aldeias palestinianas no Sul da Cisjordânia – pelo exército e colonos israelitas.
Vencedor do prémio de melhor documentário na edição de 2024 do Festival de Cinema de Berlim e nos European Film Awards, e vencedor do Óscar na mesma categoria, "No Other Land" foi escrito e realizado entre 2019 e 2023 por quatro activistas políticos: dois palestinianos (Basel Adra e Hamdan Ballal) e dois israelitas (Yuval Abraham e Rachel Szor). PÚBLICO
Um gato preto deambula por uma floresta quando é surpreendido por uma inundação. Na luta pela sobrevivência, encontra refúgio num barco à deriva. Dentro da embarcação vai encontrar uma capivara, um cão, um secretário e um lémure com quem segue viagem por cidades semi-submersas, num mundo destituído de seres humanos.
Estreado mundialmente na secção "Un Certain Regard" do Festival de Cinema de Cannes, esta história animada, sem diálogos e de teor ambientalista, recebeu os prémios do Júri e o do Público no Festival de Annecy assim como o Globo de Ouro e o Óscar na categoria de animação.
O letão Gints Zilbalodis, também autor de "Away - A Viagem", realiza e escreve o argumento, a quatro mãos, com Matīss Kaža. PÚBLICO
Apesar de muito próximos na infância, a vida encarregou-se de afastar os primos David e Benji. Agora que a avó de ambos faleceu, os dois decidem fazer uma longa viagem dos EUA até à Polónia para conhecer o país onde ela nasceu e saber um pouco mais sobre a origem dos seus ancestrais. Essa jornada, que levará várias semanas e inevitavelmente os vai obrigar a uma grande proximidade, vai abrir feridas antigas mas será também uma oportunidade para reatar laços perdidos.
Uma comédia dramática escrita, produzida, realizada e interpretada por Jesse Eisenberg ("When You Finish Saving the World") que aqui contracena com Kieran Culkin. Nomeado para quatro Globos de Ouro – entre eles o de melhor filme e argumento –, deu a Culkin o prémio de melhor actor secundário. PÚBLICO
Souleymane é um jovem guineense que trabalha como estafeta da Uber em Paris enquanto se prepara para um dos momentos mais importantes da sua vida: a entrevista que possibilitará obter o estatuto de imigrante e que lhe abrirá caminho para concretizar os seus sonhos. Mas ter tempo e equilíbrio mental para tentar a legalização, enquanto gasta quase todas as horas do dia a trabalhar ou em busca de uma vaga para dormir num qualquer centro de apoio a sem-abrigo, revela-se tremendamente difícil.
Um drama realista realizado pelo francês Boris Lojkine, também responsável por “Hope” (2014) e “Camille” (2019), que escreve o argumento a quatro mãos com Delphine Agut. Pela sua interpretação neste filme, o estreante Abou Sangar recebeu o prémio de melhor actor na secção “Un Certain Regard" do Festival de Cannes. PÚBLICO
Com acção ambientada em 1985, numa pequena vila irlandesa onde a população se habituou a seguir as regras estritas da Igreja Católica, esta é a história de Bill Furlong, um vendedor de carvão honesto e muito pobre, que se esforça por alimentar a mulher e as cinco filhas. Durante a semana perto do Natal, numa entrega de carvão, Bill faz uma descoberta chocante: uma jovem grávida aprisionada num barracão que, vem mais tarde a descobrir, é mais uma vítima das punições impostas pela abadessa de um convento. Dominado por um conflito interior que o faz regressar às dolorosas memórias da própria infância, quando vivia aos cuidados de uma mãe solteira, ele tem de decidir se continua a agir como se nada se tivesse passado ou se arrisca a pouca estabilidade da sua vida lutando pelo que está certo.
Com produção de Ben Affleck, Matt Damon, Cillian Murphy e Alan Moloney, este drama teve a sua estreia no Festival de Berlim e é realizado por Tim Mielants. O argumento, da autoria de Enda Walsh, tem por base o “best-seller” de Claire Keegan, finalista do Booker Prize de 2022.
“Pequenas Coisas como Estas” é dedicado às mulheres vítimas das Lavandarias de Maria Madalena, uma rede de instituições geridas por ordens religiosas, com financiamento do Estado e activas até ao final da década de 1980, onde milhares de mães solteiras, órfãs ou que eram simplesmente vistas como namoradeiras foram ali depositadas para expiar os seus pecados e sujeitas a trabalho escravo, violência física e psicológica. Com Cillian Murphy no papel principal, conta ainda com Eileen Walsh, Michelle Fairley, Emily Watson, Clare Dunne e Helen Behan. PÚBLICO
A acção tem início no Rio de Janeiro, durante a década de 1970, quando o Brasil vivia o auge da repressão através das políticas do general Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), 28.º Presidente do Brasil e terceiro do período da ditadura militar. Neste contexto, seguimos Eunice Paiva (Fernanda Torres) na sua busca pelo marido, Rubens Paiva (Selton Mello), um deputado progressista levado pelos militares, em Janeiro de 1971, e dado como desaparecido pelas autoridades. Forçada a criar sozinha os cinco filhos de ambos, Eunice inicia uma longa luta para provar o assassinato de Ruben e o de tantos outros brasileiros que tiveram a coragem de se insurgir contra as injustiças de um regime implacável com todos os dissidentes.
Com realização de Walter Salles ("Terra Estrangeira", "Central do Brasil", "Diários de Che Guevara", "Pela Estrada Fora"), este drama biográfico foi escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega. O argumento parte da biografia homónima escrita por Marcelo Rubens Beyrodt Paiva, filho de Rubens Paiva (1929-1971), uma das vítimas dos 21 anos de ditadura militar instaurada no Brasil desde Abril de 1964 até Março de 1985.
Com a interpretação de Eunice, Fernanda Torres tornou-se a primeira actriz brasileira a ganhar um Globo de Ouro – depois de, 25 anos antes, a sua mãe, Fernanda Montenegro (que aqui interpreta a mesma personagem na velhice, já com sinais da doença de Alzheimer), ter sido nomeada com o filme "Central do Brasil", também realizado por Salles e vencedor na categoria de melhor filme estrangeiro. Na edição dos Óscares de 2025 "Ainda Estou Aqui ganhou na categoria de melhor filme internacional, fazendo história na cinematografia brasileira." PÚBLICO
Com: Guy Pearce, Adrien Brody, Joe Alwyn, Felicity Jones
Género: Drama
Classificação: M/16
Produção: GB, HUN, EUA
Duração: 215 min
Sinopse:
László Tóth (Adrien Brody, vencedor do Óscar de melhor actor por este papel), um arquitecto de origem judia sobrevivente do Holocausto, emigra para os EUA em 1947 para escapar à pobreza de uma Europa que se tenta levantar depois da destruição causada pela Segunda Grande Guerra. Para trás, devido a burocracias e algum infortúnio, ficam Erzsébet (Felicity Jones), a sua mulher, e Zsófia, a sobrinha órfã que ficou a cargo de ambos.
Decidido a singrar e a encontrar um modo de trazer a família para junto dele, László fixa-se em Filadélfia, onde fica a trabalhar com Attila, um primo, numa empresa de mobiliário. Algum tempo depois, são chamados para renovar a biblioteca de Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), um industrial rico que, num momento de raiva, os despede sem pagamento. Anos mais tarde, Harrison volta para saldar a dívida, explicando a László que o seu trabalho foi muito elogiado e que o quer contratar para construir um centro comunitário em honra da falecida mãe. Para o compensar, ajuda-o com a documentação necessária para trazer a mulher e a sobrinha para junto dele. O projecto, demorado mas muito inovador e ambicioso, transforma-se num sucesso, mudando radicalmente as vidas de László e de Erzsébet, sem, contudo, lhes trazer a felicidade ou a paz que tanto ambicionavam.
Com realização de Brady Corbet (A Infância de Um Líder, Vox Lux), que co-escreveu o argumento com a também realizadora Mona Fastvold, sua companheira, um drama histórico sobre a reconstituição da América dos anos 1940, com três horas e meia de duração e 15 minutos de intervalo pelo meio. Para além de Brody, Jones e Pearce nos papéis principais, o filme conta ainda com as actuações de Joe Alwyn, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Emma Laird, Isaach De Bankolé e Alessandro Nivola.
Leão de Prata e Prémio Fipresci (pela crítica internacional) na 81.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi considerado um dos dez melhores filmes de 2024 pelo American Film Institute e teve sete nomeações para os Globos de Ouro, vencendo nas categorias de melhor filme dramático, actor (Brody) e realizador. PÚBLICO
Uma coisa que se ouve dizer a propósito de Mariana Alcoforado em "O Que Podem as Palavras": toda a mulher que ousa pensar por si própria e levantar a voz, mais tarde ou mais cedo, vira bruxa. Parafraseamos, claro; mas, nas vozes e nas palavras de Maria Isabel Barreno (1939-2016), Maria Teresa Horta (n. 1937) e Maria Velho da Costa (1938-2020), nas suas "Novas Cartas Portuguesas" (1972) e nas conversas com a saudosa Ana Luísa Amaral (1956-2022) que estão na base do filme de Luísa Sequeira e Luísa Marinho, é da agência e da decisão das mulheres que se trata, da manifestação – através da linguagem que era o único caminho que a sociedade lhes deixava aberto – da sua existência enquanto seres de corpo inteiro e livres das algemas que os outros (isto é, os homens) lhes entendiam colocar. PÚBLICO
Três mulheres a viver em Bombaim: Prabha (Kani Kusruti), enfermeira-chefe de um grande hospital, recebe em casa uma panela eléctrica que parece ter sido enviada pelo marido, emigrado na Alemanha, de quem há muito não tinha notícias; Anu (Divya Prabha), colega de trabalho e de quarto de Prabha, não aceita a ideia de um casamento arranjado e está apaixonada por Shiaz (Hridhu Haroon), um jovem muçulmano, com quem anseia encontrar-se a sós; já Parvaty (Chhaya Kadam), cozinheira no mesmo hospital, enfrenta a possibilidade de perder a casa onde vive e decide regressar à pequena cidade onde nasceu.
Através do dia-a-dia de cada uma delas, o espectador assiste à luta das classes trabalhadoras (especialmente mulheres) na maior cidade da Índia, onde a vida é difícil e o progresso choca muitas vezes com a tradição.
Primeiro filme indiano a receber o Grande Prémio em Cannes (e o primeiro em 30 anos a competir pela pela Palma de Ouro), um drama com assinatura da indiana Payal Kapadia, que aqui se estreia na realização em longa-metragem de ficção, depois do documentário “Noite Incerta” – que, em 2021, lhe valeu o Prémio Oeil d’Or na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, e o de Melhor Filme no Lisbon Film Festival (LEFFEST). PÚBLICO
Com: Rodolfo Areias, Paulina Almeida, Carlos André, Miguel Borges, Pedro Bernardino
Género: Drama
Classificação: M/14
Produção: POR
Duração: 101 min
Sinopse:
Rodrigo Areias, que tem vindo a construir uma obra regular à volta de Guimarães, a sua terra natal, atira-se a Raul Brandão (1867-1930), adaptando A Morte do Palhaço, misturado com outras obras do escritor que viveu e trabalhou também em Guimarães. A intenção original era fazer um documentário sobre o escritor, jornalista e militar.
Filmado na Ria de Aveiro, centra-se numa casa de hóspedes na Vila Húmus. Conta, no elenco, com Nuno Preto, João Pedro Vaz, Miguel Moreira, Gustavo Sumpta, Paula Só, António Durão, Vítor Correia ou Miguel Borges. A música é de outro vimaranense: Dada Garbeck.
Urso de Ouro da 74.ª Berlinale, este é um ensaio documental de 68 minutos sobre a restituição de obras de arte subtraídas às colónias africanas por parte dos museus dos países colonizadores.
Em Novembro de 2021, a cineasta franco-senegalesa Mati Diop ("Atlantique") acompanhou o processo de restituição de 26 obras de arte (em 7000) ao Benin por parte de França, enviadas do Museu du Quai Branly - Jacques Chirac, intercalando pelo meio uma "voz off" inventada do rei Ghézo, retratado num dos bustos devolvidos, saindo de uma “longa noite eterna” no espaço museológico francês para regressar a um país onde a cultura só tem existência em língua francesa. A realizadora propõe uma meditação sobre o que significam a pertença e a cultura, sem nunca esquecer que este povo colonizado pelos franceses foi também ele próprio colonizador de outras nações, e que o debate sobre a restituição destas obras ainda agora começou devido a todas as questões que levanta sobre a relação entre ex-colónias e ex-colonos, sobre o que é preciso fazer para garantir a perpetuação de uma história adormecida, esquecida ou apagada. PÚBLICO
Com: Josiane Balasko, Pierre Lottin, Hélène Vincent, Ludivine Sagnier
Género: Drama
Classificação: M/12
Produção: FRA
Duração: 102 min
Sinopse:
Michelle é reformada e vive numa pequena aldeia da Borgonha, em França. Os seus dias são passados a cuidar da casa, da horta e a conviver com as amigas mais próximas, entre elas Marie-Claude, que conhece desde a juventude. Agora, mal pode esperar pela visita de Valérie, a filha, que ali vai deixar o seu neto Lucas a passar uns dias. Mas quando Valérie tem uma intoxicação alimentar devido aos cogumelos que a mãe cozinhou, as dificuldades de entendimento entre ambas, que sempre foram enormes, agudizam-se. Isso vai desencadear uma tragédia que irá pôr a descoberto segredos há muito guardados.
Com: Sharif Andoura, Marie Drucker, Guillaume Canet, Alba Rohrwacher
Género: Drama
Classificação: M/12
Produção: FRA
Duração: 115 min
Sinopse:
Alice e Mathieu tiveram uma relação intensa que terminou abruptamente. Hoje, 15 anos volvidos sobre a separação, ele é um actor conhecido actualmente a viver em Paris; ela dá aulas de piano numa pequena cidade balnear no Oeste de França. O destino volta a juntá-los quando Mathieu, a atravessar uma crise emocional, decide passar algum tempo na cidade onde ela mora. Esse reencontro inesperado vai fazê-los reflectir sobre tudo o que viveram, as feridas que causaram um ao outro, as saudades do que foram e as circunstâncias que os levaram àquele exacto momento.
Estreado na 80. ª edição do Festival de Cinema de Veneza e com Guillaume Canet e Alba Rohrwacher como protagonistas, um drama romântico realizado e escrito por Stéphane Brizé – autor da trilogia A Lei do Mercado (2015), Em Guerra (2018) e Um Outro Mundo (2021) –, que também se responsabiliza pelo argumento, em colaboração com Marie Drucker. [PÚBLICO]
Com: John Lithgow, Lucian Msamati, Stanley Tucci, Ralph Fiennes, Isabella Rossellini
Género: Thriller
Classificação: M/12
Produção: EUA/GB
Duração: 120 min
Sinopse:
O Papa morreu e tem de ser encontrado um novo líder. Cabe ao cardeal Thomas Lawrence a responsabilidade de organizar o conclave e supervisionar o processo de selecção dos candidatos o mais tranquilamente possível.
Com 118 cardeais de vários países ali reunidos, totalmente isolados durante 72 horas para que possam decidir em quem votar, Lawrence apercebe-se de que tudo aquilo faz parte de uma conspiração que ameaça os princípios basilares da Igreja Católica.
Com argumento de Peter Straughan, que adapta ao grande ecrã o "best-seller" de Robert Harris, este "thriller" tem realização de Edward Berger (A Oeste Nada de Novo). No elenco estão os actores Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow, Lucian Msamati, Sergio Castellitto e Isabella Rossellini. [PÚBLICO]
Diogo Cardoso, Sofia da Palma Rodrigues e Luciana Maruta, jornalistas da revista digital Divergente, publicaram a reportagem Por ti, Portugal, Eu Juro!. O trabalho, dividido em quatro capítulos, foi o resultado de uma longa investigação sobre como, durante a Guerra do Ultramar (1961-1974), Portugal recrutou 1,4 milhões de militares africanos para combaterem em Moçambique, em Angola e na Guiné, ao lado das tropas portuguesas. Esses homens, que lutaram por uma pátria que sentiam como sua, foram abandonados à sua sorte logo após a independência. Depois de muitos deles terem sido alvo de perseguições, prisões e fuzilamentos, ainda hoje aguardam o reconhecimento e as pensões de sangue e invalidez que lhes foram prometidas na altura.
A reportagem, que recebeu o primeiro prémio na categoria de Meios Audiovisuais da edição de 2022 do prémio da Comissão Nacional da UNESCO e da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, foi entretanto transposta para este documentário, realizado por Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso. [PÚBLICO]
Guillaume, um agente da polícia, herda um salão de "bowling" que era propriedade do pai, entretanto falecido. De forma a compensar Armand, o meio-irmão que há muito parece ter perdido o Norte, decide entregar-lhe o negócio, esperançoso de que isso possa dar-lhe um novo alento. Tudo fazia sentido até o detective ficar responsável por investigar vários homicídios de jovens mulheres. À medida que a investigação avança, as pistas parecem estar de algum modo relacionadas com o salão, com o irmão e com um grupo de caçadores da zona.
Realizado por Patricia Mazuy (que o Ípsilon intrevistou), um "thriller" psicológico em tons negros que conta com Arieh Worthalter, Y-Lan Lucas, Leïla Muse e Achille Reggiani (filho da realizadora) nos papéis principais. [PÚBLICO]
Com: Julianne Moore, John Turturro, Alex Høgh Andersen, Tilda Swinton
Género: Drama
Classificação: M/12
Produção: EUA/ESP
Duração: 107 min
Sinopse:
Ingrid e Martha eram grandes amigas quando, ainda jovens, trabalhavam juntas numa revista. O tempo passou, cada uma tomou o seu rumo e nunca mais se viram. Mas a vida volta a juntá-las numa altura em que Martha enfrenta um cancro terminal e toma a difícil decisão de se suicidar antes que o sofrimento ganhe proporções insuportáveis. Lado a lado num momento particularmente delicado, mas empenhadas em transformar aqueles dias em algo positivo, elas vão criando novas memórias e recriando os laços que se tinham perdido no tempo.
Premiado com o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza e com assinatura de Pedro Almodóvar (que o Ípsilon entrevistou), um drama sobre a amizade, empatia e o direito à eutanásia que se inspira no livro "What Are You Going Through", da autoria de Sigrid Nunez. Com Tilda Swinton e Julianne Moore como protagonistas, o elenco conta ainda com a participação de John Turturro e de Alessandro Nivola. [PÚBLICO]
Com: Mikey Madison, Emily Weider, Lindsey Normington, Paul Weissman
Género: Comédia Romântica
Classificação: M/16
Produção: EUA
Duração: 139 min
Sinopse:
A vida de Anora Mikheeva (Mikey Madison), uma jovem "stripper" cheia de sonhos, muda radicalmente quando conhece Ivan Zakharov (Mark Eydelshteyn), que se apaixona por ela e lhe pede a mão em casamento. Depois de uma breve cerimónia em Las Vegas, os dois vivem momentos de pura paixão e entrega. Mas ele é filho de uma poderosa família de oligarcas russos e quando as notícias chegam aos ouvidos do pai e da mãe, eles decidem viajar até Nova Iorque para pedir a anulação do casamento e levarem Ivan de volta ao seu país.
Merecedor da Palma de Ouro na edição de 2024 do Festival de Cinema de Cannes, esta comédia romântica assinada pelo norte-americano Sean Baker (Tangerine, The Florida Project), conta também com as actuações de Yura Borisov, Karren Karagulian, Vache Tovmasyan e Aleksei Serebryakov. [PÚBLICO]
Stefan (Stefan Gota), um trabalhador da construção civil romeno a viver na Bélgica, está prestes a regressar ao seu país. Antes disso, tem de esgotar toda a comida que tem no frigorífico e arranjar o carro que o levará de volta a casa. Durante os preparativos da partida, cruza-se várias vezes com Shuxiu (Liyo Gong), uma mulher de ascendência chinesa que prepara o seu doutorado sobre musgos, enquanto ajuda num pequeno restaurante da família. Entre estes dois surge uma conexão inesperada.
Realizado pelo belga Bas Devos (“Ghost Tropic”, já apresentado no IndieLisboa), “Aqui” recebeu os prémios de melhor filme e FIPRESCI na secção Encounters do Festival de Cinema de Berlim de 2023.[PÚBLICO]
Com: Dennis Quaid, Margaret Qualley, Demi Moore, Hugo Diego Garcia
Género: Comédia, Terror
Classificação: M/16
Produção: GB, FRA
Duração: 141 min
Sinopse:
Elizabeth Sparkle foi, em tempos, uma grande estrela de cinema. Mas os anos passaram e já só lhe resta dar a cara a um programa televisivo de aeróbica. No dia do seu 50.º aniversário, é dispensada do programa por já não corresponder aos critérios de beleza e fica devastada. Ao ter conhecimento de uma substância que replica as células do corpo, rejuvenescendo e aperfeiçoando a pessoa que a toma, decide testá-la. É assim que se vê desdobrada em Sue, uma versão de si própria muito mais nova e atraente, cujo corpo alternará com o seu a cada sete dias. Mas o procedimento é complexo e as regras têm de ser seguidas à risca, o que fará com que Elizabeth depressa perca o controlo da situação.
Co-produção entre França, Reino Unido e EUA, esta combinação de terror e "body horror" tem realização, produção e argumento de Coralie Fargeat (também responsável por Vendeta) e foca-se nos perigos da fama, da indústria do entretenimento e da cosmética, assim como na incapacidade da sociedade actual em lidar com o envelhecimento.
Prémios e Festivais: Prémio de melhor argumento na 77.ª edição do Festival de Cannes (onde se estreou), arrecadou também o People's Choice Award em Toronto e no Motelx recebeu o prémio do público. Com Demi Moore e Margaret Qualley como protagonistas, este filme conta também com a participação de Gore Abrams, Edward Hamilton-Clark e Dennis Quaid. PÚBLICO
Em 2006, Jigme Singye Wangchuck, rei do Butão desde 1972, abdicou do trono em favor do seu filho, de modo a avançar com uma modernização e uma democratização do país, benéfica para a Felicidade Interna Bruta. Para que tudo corresse como o esperado, foi anunciada a chegada de uma comissão eleitoral para ensinar a população a usar o seu direito de voto.
Em Ura, uma pequena aldeia na montanha, um lama instrui Tashi, um jovem monge, a adquirir armas de fogo, para uma cerimónia que pretende realizar durante a noite de lua cheia. Paralelamente a isso, Ron Coleman, um coleccionador de armas norte-americano, chega ao país em busca de uma arma antiga. Por coincidência, essa arma acaba nas mãos do monge.
Com assinatura de Pawo Choyning Dorji (que se estreou com “Um Iaque na Sala de Aula”, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional), um filme sobre tradição e a necessidade de mudança. O elenco inclui Tandin Wangchuk como Tashi, Deki Lhamo como Tshomo, e Harry Einhorn como Ron Coleman. PÚBLICO
Título Original: Bên trong vỏ kén vàng / Inside the Yellow Cocoon Shell
De: Phạm Thiên Ân
Com: Vu Ngoc Manh, Le Phong Vu, Nguyen Thinh
Género: Drama
Classificação: M/14
Produção: ESP, SIN, Vietname, FRA
Duração: 182 min
Sinopse:
Quando recebe a notícia da morte da cunhada, em Saigão (Vietname), Thien (Le Phong Vu) fica encarregue de cuidar de Dao (Nguyen Thinh), o sobrinho de apenas cinco anos, e assume a responsabilidade de levar o corpo de volta à aldeia onde foram criados.
Lá, tenta encontrar o irmão mais velho, que há anos abandonou a mulher e o filho e nunca mais deu notícias. Durante essa busca pelas montanhas e vales, Thien vai recriando laços com o pequeno Dao, com o lugar onde nasceu e consigo mesmo.
Co-produção entre o Vietname, Singapura, França e Espanha, e vencedor do prémio Câmara de Ouro (de melhor primeira obra) no Festival de Cinema de Cannes, este drama familiar marca a estreia em longa-metragem do vietnamita radicado nos EUA Thien An Pham, que também escreveu o argumento.
No final de 2022, poucos meses antes de morrer, Sakamoto entrou no estúdio 509 da emissora pública japonesa NHK, em Shibuya (Tóquio), e criou um concerto onde tocou a solo 20 das peças mais distintivas dos seus 50 anos de carreira, num evento que foi transmitido via streaming para vários países do mundo.
As razões para um espectáculo nesses moldes explicou-as assim: “A minha força decaiu bastante, por isso um concerto de uma hora a 90 minutos de duração seria muito difícil”. “Por conseguinte, gravei-o tema a tema e montei-o para que possa ser apresentado como um concerto convencional – o que acredito que possa ser prazeroso da forma mais normal possível. Apreciem.”
E foi dessa derradeira performance que resultou este Opus, um filme-concerto realizado pelo seu filho Neo Sora que se estreou no Festival de Cinema de Veneza. PÚBLICO
Encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian e com produção da Galope Films, "A Soma das Partes" tem autoria de Edgar Ferreira ("Coro - 60 anos do Coro Gulbenkian", "A Música É Bela", "Os Aeroportos São Tristes") e traça o percurso da Orquestra Gulbenkian.
Apoiando-se em imagens de arquivo e entrevistas a intérpretes, maestros, musicólogos ou solistas internacionais, o realizador faz um percurso das seis décadas que se passaram desde que, em Outubro de 1962, se estreou ao vivo no Teatro Nacional D. Maria II, ainda com a designação de Orquestra de Câmara Gulbenkian.
O filme conta com a participação de Alejandro Oliva, Alfredo Flores, Andrew Swinnerton, António Gonçalves, Arlindo Santos, Evgeny Kissin, Hannu Lintu, Inês Thomas Almeida, Joana Carneiro, Lawrence Foster, Leonor Braga Santos, Levi Condinho, Lorenzo Viotti, Luís Tinoco, Manuel Teixeira, Maria João Pires, Maria José Falcão, Muhai Tang, Risto Nieminen, Rui Vieira Nery, Teresa Nunes da Ponte, Varoujan Bartikian e Vera Dias. PÚBLICO
Com: Jorge Andrade, Lang Khê Tran, Crista Alfaiate, Cláudio da Silva, Gonçalo Waddington
Género: Histórico, Drama
Classificação: M/12
Produção: ITA, China, POR, FRA, JAP, ALE
Duração: 127 min
Sinopse:
Estamos em Rangum, na Birmânia, uma cidade que é dominada colonialmente pela Grã-Bretanha. O ano é 1918. Edward (Gonçalo Waddington) é um funcionário público que abandona Molly (Crista Alfaiate), a sua noiva, no próprio dia do casamento, e foge, viajando sozinho pelo continente asiático. Molly vai atrás dele.
A sétima longa metragem de Miguel Gomes (“Aquele Querido Mês de Agosto”, “Tabu”, “As Mil e uma Noites”) valeu-lhe o prémio de melhor realização na edição de 2024 do Festival de Cannes, onde o filme teve estreia e competia pela Palma de Ouro, e é o candidato português à edição de 2025 dos Óscares. O elenco inclui ainda nomes como Cláudio da Silva, Lang Khê Tran, Jorge Andrade, João Pedro Vaz, Teresa Madruga, Joana Bárcia, Jani Zhao ou Diogo Dória. PÚBLICO
Vincent tinha uma vida perfeitamente normal até se dar conta de que, de um momento para o outro e sem qualquer razão que o justifique, se tornou vítima de constantes tentativas de assassinato.
O mais estranho em tudo isso é que os ataques surgem de pessoas aleatórias que, aparentemente, se sentem compelidas a matá-lo, sejam eles seus amigos, colegas de trabalho ou perfeitos desconhecidos.
Em pânico e sem saber lidar com algo que escala de dia para dia, ele afasta-se o mais possível dos seus semelhantes. Até que se alia a Margaux, que parece ser a única que não o quer ver morto e que o pode ajudar a escapar a um destino horrível.
Nomeado para o prémio Câmara de Ouro na Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes e em competição na 18.ª edição do MOTELX, Vincent Tem de Morrer recebeu o prémio do público no Champs-Élysées Film Festival.
Com os actores Karim Leklou, Vimala Pons e François Chattot, tem realização de Stéphan Castang, que segue um argumento seu, de Mathieu Naert e de Dominique Baumard. PÚBLICO
Com: Evandro Pereira, Nunha Gomes, Gonçalo Ramalho, Lucinda Brito
Género: Drama
Classificação: M/14
Produção: POR, SUI
Duração: 96 min
Sinopse:
Terceira longa-metragem do luso-suíço Basil da Cunha — depois de Até Ver a Luz (2013) e de O Fim do Mundo (2019), também eles sobre a vida na Reboleira (Amadora) — um drama que conta a história de Rosa, uma jovem que deixa os filhos pequenos em Cabo Verde e chega a Portugal determinada a singrar na vida.
Mas adaptar-se ao bairro da Reboleira, na periferia de Lisboa, é mais difícil do que poderia esperar e ela vê-se constantemente enredada na dinâmica entre os gangues do bairro e da própria polícia, que há muito deixou de fazer a distinção entre os verdadeiros criminosos e as pessoas de bem. Será na música e na generosidade demonstrada pelas mulheres da comunidade que Rosa vai encontrar a força para seguir em frente.
Com a cantora cabo-verdiana Eliana Rosa a dar vida a Rosa, a protagonista, Manga d’Terra conta também com a participação de vários moradores e ex-moradores do bairro da Reboleira. A banda sonora é da responsabilidade dos músicos cabo-verdianos Luís Firmino e Henrique Silva, criadores do colectivo Acácia Maior. PÚBLICO
Um drama de ficção científica que decorre em três períodos distintos: nos anos 1910, 2014 e 2044. Em 2044, Gabrielle (Léa Seydoux) vive num mundo gerido pela inteligência artificial, onde existe uma tecnologia que permite aos seres humanos purificarem o seu ADN.
Regressando às suas vidas anteriores, as pessoas tornam-se capazes de curar traumas herdados ao longo dos séculos e purgar as suas emoções, de modo a que interfiram o mínimo possível nas suas acções actuais. Ao aceder passar por essa experiência, Gabrielle mergulha em duas existências passadas, cruzando-se com Louis (George MacKay), um homem que ela amou intensamente.
Com: Oliveira Martins, Adelina Abranches, Rosa Maria, Alves da Cunha
Género: Drama
Classificação:
Produção: POR
Duração: 94 min
Sinopse:
"Maria do Mar" é um notável trabalho de integração da paisagem marítima e a vida dos pescadores da Nazaré numa ficção construída à volta do ódio entre duas famílias por causa da morte de um pescador, provocada acidentalmente por outro. Serão os filhos que, com o seu amor, irão reconciliar as famílias. Um belíssimo filme, com imagens surpreendentes. Cinemateca Portuguesa
Urso de Ouro no Festival de Berlim, este documentário realizado por Nicolas Philibert (“A Cidade Louvre”, “Ser e ter”) segue pacientes, médicos e cuidadores do Adamant, um centro psiquiátrico a funcionar num edifício implantado sobre as águas do rio Sena, em Paris.
Explorando as diferentes percepções do que é a saúde mental e o seu tratamento, o espectador vai acompanhando o dia-a-dia dos vários pacientes na sua relação com o mundo exterior. PUBLICO
Uma das duas longas-metragens assinadas pelo veterano alemão Wim Wenders em 2023 (a outra foi “Dias Perfeitos”, de ficção), este documentário centra-se na obra de Anselm Kiefer, o importante pintor e escultor seu compatriota que lida com temas complicados e pouco explorados do passado da Alemanha no trabalho que tem vindo a desenvolver desde o início da década de 1970. O realizador mergulha profundamente no universo de Kiefer, mostrando-nos, em 3D, o artista a falar e a trabalhar, bem como o seu estúdio e a sua obra, além de imagens de arquivo. PÚBLICO