30 de abril de 2025

Quarta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1714


Título do Filme: A Semente do Figo Sagrado
Título Original: Dane-ye anjir-e ma'abed
De: Mohammad Rasoulof

Com: Mahsa Rostami, Setareh Maleki, Niousha Akhshi, Missagh Zareh
Género: Drama, Crime
Classificação: M/14
Produção: ALE, FRA, Irão
Duração: 168 min







Sinopse:
Enquanto os protestos políticos contra um Governo cada vez mais autoritário se intensificam no Irão, Iman, juiz e investigador do tribunal revolucionário de Teerão, luta para cumprir ordens e manter o seu lugar. Quando a arma que lhe foi atribuída desaparece, ele começa a suspeitar da mulher e das duas filhas, que se afirmam contra a repressão e repudiam o facto de, a mando dos seus superiores, ele ter o poder de assinar sentenças de morte sem investigação, avaliação de provas ou julgamento. Essa desconfiança acaba por escalar a um ponto de não-retorno, levando-o a tomar medidas drásticas que vão pôr em causa os fortes laços que sempre os uniram.

Galardoado com o Prémio Especial do Júri, o Fipresci e o Prémio do Júri Ecuménico no Festival de Cannes, considerado o melhor filme estrangeiro pela associação National Board of Review (NBR) e nomeado para o Óscar de melhor filme internacional (Irão), um drama político escrito, realizado e co-produzido pelo cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, também autor de O Mal Não Existe (2020), que lhe valeu o Urso de Ouro em Berlim.

Rasoulof utilizou imagens de protestos reais pela morte de Mahsa Amini – uma jovem de 22 anos que morreu em Setembro de 2022, sob custódia da “polícia da moralidade" islâmica – e foi condenado a oito anos de prisão pelas autoridades iranianas. Para escapar, atravessou a pé a fronteira e, em Abril de 2024, chegou à Alemanha, um dos países co-produtores deste filme. PÚBLICO

Crítica: Público

24 de abril de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1713



Título do Filme: No Other Land
De: Rachel Szor, Yuval Abraham, Hamdan Ballal, Basel Adra


Género: Documentário
Classificação: M/12
Produção: NOR, Palestina
Duração: 92 min









Sinopse:
Num acto de resistência e busca de justiça para o conflito israelo-palestiniano, o filme conta a história da aliança (e consequente amizade) entre o palestiniano Basel Adra e o israelita Yuval Abraham, dois jornalistas que decidiram unir-se para denunciar a violência e as consecutivas demolições das habitações de Masafer Yatta – um conjunto de aldeias palestinianas no Sul da Cisjordânia – pelo exército e colonos israelitas.

Vencedor do prémio de melhor documentário na edição de 2024 do Festival de Cinema de Berlim e nos European Film Awards, e vencedor do Óscar na mesma categoria, "No Other Land" foi escrito e realizado entre 2019 e 2023 por quatro activistas políticos: dois palestinianos (Basel Adra e Hamdan Ballal) e dois israelitas (Yuval Abraham e Rachel Szor). PÚBLICO



17 de abril de 2025

Quinta-feira | 18h00 e 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1712



Título do Filme: Flow - À Deriva
Título Original: Flow
De: Gints Zilbalodis


Género: Animação
Classificação: M/6
Produção: FRA, Letónia, BEL
Duração: 85 min








Sinopse:
Um gato preto deambula por uma floresta quando é surpreendido por uma inundação. Na luta pela sobrevivência, encontra refúgio num barco à deriva. Dentro da embarcação vai encontrar uma capivara, um cão, um secretário e um lémure com quem segue viagem por cidades semi-submersas, num mundo destituído de seres humanos.

Estreado mundialmente na secção "Un Certain Regard" do Festival de Cinema de Cannes, esta história animada, sem diálogos e de teor ambientalista, recebeu os prémios do Júri e o do Público no Festival de Annecy assim como o Globo de Ouro e o Óscar na categoria de animação.

O letão Gints Zilbalodis, também autor de "Away - A Viagem", realiza e escreve o argumento, a quatro mãos, com Matīss Kaža. PÚBLICO

Crítica: Público

10 de abril de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1711



Título do Filme: A Verdadeira Dor
Título Original: A Real Pain
De: Jesse Eisenberg


Com: Olha Bosova, Banner Eisenberg, Kieran Culkin, Jesse Eisenberg
Género: Comédia Dramática
Classificação: M/12
Produção: EUA, POL
Duração: 90 min






Sinopse:

Apesar de muito próximos na infância, a vida encarregou-se de afastar os primos David e Benji. Agora que a avó de ambos faleceu, os dois decidem fazer uma longa viagem dos EUA até à Polónia para conhecer o país onde ela nasceu e saber um pouco mais sobre a origem dos seus ancestrais. Essa jornada, que levará várias semanas e inevitavelmente os vai obrigar a uma grande proximidade, vai abrir feridas antigas mas será também uma oportunidade para reatar laços perdidos.

Uma comédia dramática escrita, produzida, realizada e interpretada por Jesse Eisenberg ("When You Finish Saving the World") que aqui contracena com Kieran Culkin. Nomeado para quatro Globos de Ouro – entre eles o de melhor filme e argumento –, deu a Culkin o prémio de melhor actor secundário. PÚBLICO

Crítica: Público

3 de abril de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1710


Título do Filme: A História de Souleymane
Título Original: L'histoire de Souleymane
De: Boris Lojkine

Com: Emmanuel Yovanie, Nina Meurisse, Abou Sangare, Younoussa Diallo
Género: Drama
Classificação: M/12
Produção: FRA
Duração: 93 min








Sinopse:
Souleymane é um jovem guineense que trabalha como estafeta da Uber em Paris enquanto se prepara para um dos momentos mais importantes da sua vida: a entrevista que possibilitará obter o estatuto de imigrante e que lhe abrirá caminho para concretizar os seus sonhos. Mas ter tempo e equilíbrio mental para tentar a legalização, enquanto gasta quase todas as horas do dia a trabalhar ou em busca de uma vaga para dormir num qualquer centro de apoio a sem-abrigo, revela-se tremendamente difícil.

Um drama realista realizado pelo francês Boris Lojkine, também responsável por “Hope” (2014) e “Camille” (2019), que escreve o argumento a quatro mãos com Delphine Agut. Pela sua interpretação neste filme, o estreante Abou Sangar recebeu o prémio de melhor actor na secção “Un Certain Regard" do Festival de Cannes. PÚBLICO

Crítica: Público

26 de março de 2025

Quarta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1709


Título do Filme: Pequenas Coisas Como Estas
Título Original: Small Things Like These
De: Tim Mielants

Com: Eileen Walsh, Patrick Ryan, Cillian Murphy, Clare Dunne, Emily Watson
Género: Histórico, Drama
Classificação: M/12
Produção: EUA, BEL, IRL
Duração: 98 min








Sinopse:
Com acção ambientada em 1985, numa pequena vila irlandesa onde a população se habituou a seguir as regras estritas da Igreja Católica, esta é a história de Bill Furlong, um vendedor de carvão honesto e muito pobre, que se esforça por alimentar a mulher e as cinco filhas. Durante a semana perto do Natal, numa entrega de carvão, Bill faz uma descoberta chocante: uma jovem grávida aprisionada num barracão que, vem mais tarde a descobrir, é mais uma vítima das punições impostas pela abadessa de um convento. Dominado por um conflito interior que o faz regressar às dolorosas memórias da própria infância, quando vivia aos cuidados de uma mãe solteira, ele tem de decidir se continua a agir como se nada se tivesse passado ou se arrisca a pouca estabilidade da sua vida lutando pelo que está certo.

Com produção de Ben Affleck, Matt Damon, Cillian Murphy e Alan Moloney, este drama teve a sua estreia no Festival de Berlim e é realizado por Tim Mielants. O argumento, da autoria de Enda Walsh, tem por base o “best-seller” de Claire Keegan, finalista do Booker Prize de 2022.

“Pequenas Coisas como Estas” é dedicado às mulheres vítimas das Lavandarias de Maria Madalena, uma rede de instituições geridas por ordens religiosas, com financiamento do Estado e activas até ao final da década de 1980, onde milhares de mães solteiras, órfãs ou que eram simplesmente vistas como namoradeiras foram ali depositadas para expiar os seus pecados e sujeitas a trabalho escravo, violência física e psicológica. Com Cillian Murphy no papel principal, conta ainda com Eileen Walsh, Michelle Fairley, Emily Watson, Clare Dunne e Helen Behan. PÚBLICO

Crítica: Público

20 de março de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1708


Título do Filme: Ainda Estou Aqui
De: Walter Salles

Com: Fernanda Montenegro, Selton Mello, Fernanda Torres
Género: Policial, Drama
Classificação: M/12
Produção: FRA, BRA
Duração: 136 min










Sinopse:

A acção tem início no Rio de Janeiro, durante a década de 1970, quando o Brasil vivia o auge da repressão através das políticas do general Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), 28.º Presidente do Brasil e terceiro do período da ditadura militar. Neste contexto, seguimos Eunice Paiva (Fernanda Torres) na sua busca pelo marido, Rubens Paiva (Selton Mello), um deputado progressista levado pelos militares, em Janeiro de 1971, e dado como desaparecido pelas autoridades. Forçada a criar sozinha os cinco filhos de ambos, Eunice inicia uma longa luta para provar o assassinato de Ruben e o de tantos outros brasileiros que tiveram a coragem de se insurgir contra as injustiças de um regime implacável com todos os dissidentes.

Com realização de Walter Salles ("Terra Estrangeira", "Central do Brasil", "Diários de Che Guevara", "Pela Estrada Fora"), este drama biográfico foi escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega. O argumento parte da biografia homónima escrita por Marcelo Rubens Beyrodt Paiva, filho de Rubens Paiva (1929-1971), uma das vítimas dos 21 anos de ditadura militar instaurada no Brasil desde Abril de 1964 até Março de 1985.

Com a interpretação de Eunice, Fernanda Torres tornou-se a primeira actriz brasileira a ganhar um Globo de Ouro – depois de, 25 anos antes, a sua mãe, Fernanda Montenegro (que aqui interpreta a mesma personagem na velhice, já com sinais da doença de Alzheimer​), ter sido nomeada com o filme "Central do Brasil", também realizado por Salles e vencedor na categoria de melhor filme estrangeiro. Na edição dos Óscares de 2025 "Ainda Estou Aqui ganhou na categoria de melhor filme internacional, fazendo história na cinematografia brasileira." PÚBLICO

Crítica: Público


14 de março de 2025

Sexta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1707



Título do Filme: O Brutalista
Título Original: The Brutalist
De: Brady Cobert

Com: Guy Pearce, Adrien Brody, Joe Alwyn, Felicity Jones
Género: Drama
Classificação: M/16
Produção: GB, HUN, EUA
Duração: 215 min








Sinopse:
László Tóth (Adrien Brody, vencedor do Óscar de melhor actor por este papel), um arquitecto de origem judia sobrevivente do Holocausto, emigra para os EUA em 1947 para escapar à pobreza de uma Europa que se tenta levantar depois da destruição causada pela Segunda Grande Guerra. Para trás, devido a burocracias e algum infortúnio, ficam Erzsébet (Felicity Jones), a sua mulher, e Zsófia, a sobrinha órfã que ficou a cargo de ambos.

Decidido a singrar e a encontrar um modo de trazer a família para junto dele, László fixa-se em Filadélfia, onde fica a trabalhar com Attila, um primo, numa empresa de mobiliário. Algum tempo depois, são chamados para renovar a biblioteca de Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce), um industrial rico que, num momento de raiva, os despede sem pagamento. Anos mais tarde, Harrison volta para saldar a dívida, explicando a László que o seu trabalho foi muito elogiado e que o quer contratar para construir um centro comunitário em honra da falecida mãe. Para o compensar, ajuda-o com a documentação necessária para trazer a mulher e a sobrinha para junto dele. O projecto, demorado mas muito inovador e ambicioso, transforma-se num sucesso, mudando radicalmente as vidas de László e de Erzsébet, sem, contudo, lhes trazer a felicidade ou a paz que tanto ambicionavam.

Com realização de Brady Corbet (A Infância de Um Líder, Vox Lux), que co-escreveu o argumento com a também realizadora Mona Fastvold, sua companheira, um drama histórico sobre a reconstituição da América dos anos 1940, com três horas e meia de duração e 15 minutos de intervalo pelo meio. Para além de Brody, Jones e Pearce nos papéis principais, o filme conta ainda com as actuações de Joe Alwyn, Raffey Cassidy, Stacy Martin, Emma Laird, Isaach De Bankolé e Alessandro Nivola.

Leão de Prata e Prémio Fipresci (pela crítica internacional) na 81.ª edição do Festival de Cinema de Veneza, foi considerado um dos dez melhores filmes de 2024 pelo American Film Institute e teve sete nomeações para os Globos de Ouro, vencendo nas categorias de melhor filme dramático, actor (Brody) e realizador. PÚBLICO

Crítica: Público

6 de março de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1706




Título do Filme: O Que Podem as Palavras
De: Luísa Sequeira, Luísa Marinho

Género: Documentário
Classificação: M/12
Produção: POR
Duração: 76 min










Sinopse:
Uma coisa que se ouve dizer a propósito de Mariana Alcoforado em "O Que Podem as Palavras": toda a mulher que ousa pensar por si própria e levantar a voz, mais tarde ou mais cedo, vira bruxa. Parafraseamos, claro; mas, nas vozes e nas palavras de Maria Isabel Barreno (1939-2016), Maria Teresa Horta (n. 1937) e Maria Velho da Costa (1938-2020), nas suas "Novas Cartas Portuguesas" (1972) e nas conversas com a saudosa Ana Luísa Amaral (1956-2022) que estão na base do filme de Luísa Sequeira e Luísa Marinho, é da agência e da decisão das mulheres que se trata, da manifestação – através da linguagem que era o único caminho que a sociedade lhes deixava aberto – da sua existência enquanto seres de corpo inteiro e livres das algemas que os outros (isto é, os homens) lhes entendiam colocar. PÚBLICO

Vencedor do Prémio do Público no DocLisboa 2022.

27 de Fevereiro de 2025

Quinta-feira | 21h45 | Cine-Teatro Garrett

Sessão #1705



Título Original: All We Imagine as Light
De: Payal Kapadia

Com: Hridhu Haroon, Divya Prabha, Chhaya Kadam, Kani Kusruti
Género: Romance, Drama
Classificação: M/12
Produção:  SUI, ITA, EUA, BEL, Índia, LUX, FRA
Duração: 118 min








Sinopse:
Três mulheres a viver em Bombaim: Prabha (Kani Kusruti), enfermeira-chefe de um grande hospital, recebe em casa uma panela eléctrica que parece ter sido enviada pelo marido, emigrado na Alemanha, de quem há muito não tinha notícias; Anu (Divya Prabha), colega de trabalho e de quarto de Prabha, não aceita a ideia de um casamento arranjado e está apaixonada por Shiaz (Hridhu Haroon), um jovem muçulmano, com quem anseia encontrar-se a sós; já Parvaty (Chhaya Kadam), cozinheira no mesmo hospital, enfrenta a possibilidade de perder a casa onde vive e decide regressar à pequena cidade onde nasceu.

Através do dia-a-dia de cada uma delas, o espectador assiste à luta das classes trabalhadoras (especialmente mulheres) na maior cidade da Índia, onde a vida é difícil e o progresso choca muitas vezes com a tradição.

Primeiro filme indiano a receber o Grande Prémio em Cannes (e o primeiro em 30 anos a competir pela pela Palma de Ouro), um drama com assinatura da indiana Payal Kapadia, que aqui se estreia na realização em longa-metragem de ficção, depois do documentário “Noite Incerta” – que, em 2021, lhe valeu o Prémio Oeil d’Or na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, e o de Melhor Filme no Lisbon Film Festival (LEFFEST). PÚBLICO

Crítica: Público